A vista frontal mostra a paisagem plana da região marciana, Utopia Planitia (CNSA/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 19 de maio de 2021 às 14h20.
Depois de pousar com sucesso em Marte na última sexta-feira, 14, o rover chinês Zhurong enviou suas primeiras imagens na superfície do planeta vermelho, mais especificamente na região Utopia Planitia, uma vasta planície que é considerado o local de um antigo mar.
O Zhurong ("deus do fogo", na mitologia chinesa) faz parte da sonda Tianwei-1, lançada julho de 2020 em direção ao planeta vermelho. A sonda chegou em Marte no início de fevereiro e passou meses se aproximando do planeta a cada 49 horas, enquanto flutuava em uma órbita elíptica. Ela também registrava imagens do que seria o futuro local de pouso, a Utopia Planitia.
As imagens divulgadas pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA) mostram os dois robôs executando as primeiras etapas da missão pós-pouso: o módulo de pouso do Tianwei-1 estendeu uma rampa para ajudar Zhurong a descer na superfície, e o robô (controlado remotamente) abriu seus quatro painéis solares e antena de comunicação.
A missão Tianwen-1 é a primeira jornada da China a Marte — antes, apenas os Estados Unidos haviam conseguido pousar e operar rovers no planeta — e faz parte de uma missão maior do país, que é se tornar um dos líderes mundiais na exploração espacial. A China já investiu bilhões de dólares em seu programa espacial para tentar recuperar o atraso em relação à Europa, Rússia e Estados Unidos.
Além da missão em Marte, o país asiático também conta com a espaçonave Chang'e5 que, após trazer 2 quilogramas de material lunar para a Terra, agora se encontra em um ponto no espaço que fica a 1,5 milhão de quilômetros de distância da Terra na direção do Sol, conhecido como Lagrange Sol-Terra. Lá, a Chang'e5 conseguiu capturar uma imagem única da Terra e da Lua juntas e perfeitamente alinhadas.