Asteroids approaching Earth, illustration (VICTOR HABBICK VISIONS/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Redatora
Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 08h57.
A Nasa avança na construção do NEO Surveyor, observatório espacial dedicado a localizar asteroides próximos da Terra que ainda não foram detectados. A missão deve ser lançada em 2027 e pretende identificar a maior parte dos objetos com mais de 140 metros de diâmetro, categoria associada ao potencial de destruição urbana.
O programa foi estruturado após diretrizes do Congresso dos EUA para ampliar o rastreamento de ameaças espaciais. As informações foram disponibilizadas no site da revista Science.
O NEO Surveyor vai observar a partir do ponto L1, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Nessa posição, o telescópio poderá monitorar regiões próximas ao Sol - áreas onde muitos asteroides permanecem escondidos do alcance dos observatórios terrestres. O sensor térmico permitirá identificar o calor emitido pelas rochas espaciais, independentemente da cor, brilho ou composição superficial.
Simulações indicam que o sistema pode localizar cerca de 90% dos objetos com 140 metros ou mais, além de detectar uma parcela relevante de asteroides menores, que também representam risco significativo.
A Nasa estima que existam aproximadamente 25 mil asteroides capazes de causar destruição em uma grande cidade. Menos da metade foi detectada até agora. Objetos menores, como o que explodiu sobre Chelyabinsk em 2013, podem gerar ondas de choque com capacidade de danificar infraestrutura e ferir milhares de pessoas.
O NEO Surveyor surge como resposta à limitação dos telescópios baseados no solo, que têm pouco tempo útil para observações em regiões próximas ao Sol e enfrentam condições atmosféricas variáveis.
Além da função de segurança, a missão deve ampliar o conhecimento sobre a formação do Sistema Solar, já que os asteroides preservam materiais primitivos. A caracterização térmica ajudará a medir tamanho, forma e propriedades superficiais, dados essenciais para planos de desvio de trajetória em caso de risco real.
Com lançamento previsto para 2027, o observatório funcionará por pelo menos 12 anos. A missão pode antecipar a detecção de objetos que hoje passariam despercebidos por décadas, fornecendo tempo para que governos definam estratégias de resposta.