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Wine.com: a bem-sucedida experiência com vinhos da China

Das 36 mil garrafas importadas da China não sobrou nenhuma e a companhia está decidida a repetir a dose; vinhos chineses têm se destacado no mercado

German Garfinkel, diretor de abastecimento e B2B da Wine: resposta positiva aos vinhos chineses (Divulgação/Divulgação)

German Garfinkel, diretor de abastecimento e B2B da Wine: resposta positiva aos vinhos chineses (Divulgação/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 15 de agosto de 2020 às 07h00.

Última atualização em 15 de agosto de 2020 às 12h02.

Quer provar um dos vinhos ícones da China? Prepare o bolso. O Ao Yun 2016, por exemplo, uma das inúmeras marcas do conglomerado de luxo LVMH, custa 195 libras a garrafa (um incentivo: o renomado crítico de vinhos americano James Suckling concedeu à novidade, recém-lançada na Europa, 96 de 100 pontos). O Purple Air Comes from the East 2016, tido como o melhor dos seis rótulos lançados até aqui pelo Chateau Changyu Moser XV, é vendido a quase 150 libras. O primeiro rótulo da Domaine de Long Dai, um blend de uvas cabernet sauvignon, marselan e cabernet franc colhidas em 2017, sai a cerca de 300 dólares. Ou melhor, saia. Todas as 30 mil garrafas já foram vendidas, na própria China.

A Domaine de Long Dai é uma joint-venture do conglomerado chinês CITIC com o braço da família Rothschild que detém o lendário Château Lafite Rothschild, em Bordeaux, entre outras vinícolas como Domaine d’Aussières, também na França, e Viña Los Vascos, no Chile. “As próximas safras do Long Dai prometem ser espetaculares”, diz Philippe de Nicolay Rothschild, o membro da família radicado no Brasil há uma década o francês é dono do clube de vinhos Edega e de uma importadora batizada com suas iniciais. Em razão da pandemia ele não pôde viajar para a França, como de hábito, onde poderia ter provado o primeiro rótulo asiático assinado pelos Rothschilds. “Não há dúvida de que em cinco, dez anos a China será um dos principais produtores de vinho de qualidade”, completa ele, que cogita importar as próximas safras do blend chinês.

Philippe de Nicolay Rothschild

Philippe de Nicolay Rothschild: "Não há dúvida de que em cinco, dez anos a China será um dos principais produtores de vinho de qualidade" (Divulgação)

Hoje em dia, para comprar qualquer um dos rótulos produzidos no país do dragão só viajando para o exterior. Uma das raras importadoras a apostar em rótulos da China, talvez a única, é a Wine, dona de um robusto clube de vinhos. Em 2019, ela pôs à venda em seu site seis rótulos da Changyu, inclusive dois do Chateau Changyu Moser XV. O Chateau Moser XV Cabernet Sauvignon 2017 foi vendido a 40 reais; o Chateau Moser XV Blanc de Noir 2018, a 65 reais. Das 36 mil garrafas importadas não sobrou nenhuma. “Foi uma grata surpresa a resposta dos consumidores”, diz o argentino German Garfinkel, diretor de abastecimento e B2B da Wine.

Ele conta que provou um vinho da China pela primeira vez há cerca de duas décadas. “Para acompanhar um lanche rápido comprei um rótulo de lá bem barato, o único disponível onde eu estava. Fiquei até assustado, porque não era nada ruim”, lembra. “De lá para cá a produção de vinhos do país evoluiu inúmeras vezes e, como todo mundo sabe, quando a China decide investir em algo ela vai com tudo”. Esgotadas as 36 mil garrafas importadas do grupo Changyu, Garfinkel não vê a hora de repetir a dose. “A pandemia inviabiliza a chegada de novos rótulos neste ano, mas nossas conversas com o país continuam”, informa, acrescentando que pretende, inclusive, importar algumas garrafas do cobiçado Purple Air Comes from the East 2016.

Domaine de Long Dai, vinícola chinesa: local de produção de grandes vinhos

Domaine de Long Dai, vinícola chinesa: local de produção de grandes vinhos (Divulgação/Divulgação)

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