Sea-Doo RXT-X 300: testamos o jet mais esportivo (e divertido) do Brasil
Modelo de 300 cv passa dos 100 km/h e, mesmo assim, pode rebocar wakeboard e transportar até três pessoas
Gabriel Aguiar
Publicado em 29 de março de 2022 às 09h50.
Última atualização em 29 de março de 2022 às 10h10.
Convenhamos que o mundo náutico pode parecer completamente inacessível para algumas pessoas – e não digo apenas financeiramente. Mas a verdade é que esse sonho nem é tão distante. E, para os marinheiros de primeira viagem, as motos-aquáticas (ou jets) são uma boa solução: o processo de habilitação é mais simples e nem sempre é necessário manter o equipamento em uma marina.
Para colocar essa teoria em prática, Casual Exame testou o novo Sea-Doo RXT-X 300. E, para quem não está acostumado ao portfólio da marca canadense, basta dizer que essa é uma das opções mais esportivas vendidas por aqui. Por isso, não é exagero falar que é praticamente uma Ducati Panigale das águas. E já adianto que essa não é a única relação do “brinquedo” e o universo das motos.
Eis que a primeira (boa) surpresa dessa experiência começou antes mesmo de chegar à Represa de Itupararanga – que está a menos de 80 km da capital paulista: erro na previsão de chuvas fortes e, em vez disso, céu aberto com sol digno de verão. E depois descobri que essas mudanças climáticas não são novidade para os navegantes mais vividos que me acompanharam durante a jornada.
No fim das contas, percebi que, mesmo sem a colaboração de São Pedro, não seria má ideia cair na água – diferentemente de pilotar qualquer moto sob chuva, uma das piores sensações possíveis pelos riscos de quedas e o capacete embaçado. Claro: não vale disputar vantagem com os raios, mas as gotas que caem do céu nem parecem tão ameaçadoras quando você já está pronto para se molhar.
Confesso que meu único contato com as motos-aquáticas tinha sido durante a aula prática. Ou seja, somente o suficiente para saber que a mão direita controla o acelerador, enquanto os comandos de câmbio e freio estão na mão esquerda. E quer saber? Nada que comprometa a brincadeira – mesmo pilotando um jet de 300 cv de potência e que pode chegar facilmente a 110 km/h na represa.
Para facilitar a vida de quem está pilotando (e melhorar o desempenho), o Sea-Doo RXT-X 300 tem estabilizadores no casco de fibra de vidro, apoio acolchoado para joelhos e até controle de partida. Mas também há equipamentos para garantir a diversão mesmo quando acelerar não for prioridade, como a central multimídia com bluetooth e espelhamento de mapas do aplicativo de celular.
E não vá pensar que o fabricante abriu mão da praticidade para dar conta da esportividade, porque esse jet tem porta-objetos dianteiro com 96 l de capacidade, essencial para guardar boias e cordas, por exemplo; além de porta-luvas com 2,9 l e compartimento à prova d’água. Sem dizer que existe uma grande plataforma na traseira, o que garante mais espaço para lazer e para acessórios.
Para quem procura ainda mais versatilidade, existem modelos criados especificamente para pescaria – como os novos Fish Pro Sport e Fish Pro Scout, que têm suporte para vara e caixa térmica, além de maior autonomia – e também para esportes. Só que o RXT-X 300 consegue improvisar com maestria graças aos engates LinQ, que permitem encaixar uma torre de popa para puxar wakeboard.
E aqui vale um detalhe: pela legislação brasileira, apenas motos-aquáticas com capacidade para três pessoas podem rebocar um passageiro (seja na boia ou na prancha). Também existem outras regras de utilização dos jets, que só podem navegar em áreas abrigadas ou regiões costeiras, suficiente para ir a represas e até mesmo fazer passeios a destinos famosos, como Ilhabela, no litoral paulista.
É claro que, no meu primeiro teste com a novidade da Sea-Doo, aproveitei todas as possibilidades e, para quem gosta de esquiar, a boa notícia é que as ondas formadas pelo jet já são suficientes para se divertir. Para quem assume a direção, o destaque fica por conta da aceleração brutal, que, apesar de a marca não revelar oficialmente, chegou aos 100 km/h em cerca de 4 s durante nosso teste.
Depois de navegar por quase seis horas, me tornei a prova de que essa escolha é tão possível quanto comprar uma moto ou um carro antigo. É verdade que nem sempre as embarcações aparecem como primeira opção do público em geral, mas não dá para falar de crise no setor: mesmo com preços que variam de 65 mil reais (Spark) a 165 mil reais (GTX Limited), a empresa tem meses de espera.
Como tirar habilitação para moto-aquática
Durante a pandemia, os prazos para conseguir a carteira de habilitação de amador – mais conhecida como arrais – foram prolongados. Mas a previsão é de que volte ao normal com o fim das restrições dos órgãos responsáveis pela emissão. E a boa notícia é que não há complicações no processo: basta um dia de aulas práticas e teóricas para realizar a prova (só teórica) diretamente na Marinha.
Da mesma forma que existem categorias especificas para carros e motos, a habilitação aquática está dividida entre barcos e jets, que têm apenas metade das questões de múltipla escolha. E também dá para escolher ambos as opções de uma só vez. Para quem ficou interessado, uma dica importante é estudar apostila e preencher simulados para se acostumar aos termos e às regras específicas.
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