Vida Alves: a atriz lutou pela criação oficial do Museu da Televisão Brasileira (Prefeitura de Jundiaí/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 11h06.
Última atualização em 4 de janeiro de 2017 às 11h07.
Morreu, aos 88 anos, a atriz Vida Alves, considerada pioneira na televisão do Brasil. A atriz estava internada desde 29 de dezembro no Hospital Santa Maria Maggiore, em Higienópolis, na capital paulista. Ela teve falência múltipla dos órgãos e morreu às 22h de ontem (3).
O corpo da atriz está sendo velado no Cemitério do Araçá, zona oeste, desde as 7h. O enterro está marcado para as 16h. Vida exerceu as funções atriz, autora, produtora, diretora e um dos grandes nomes da Era do Rádio.
A atriz lutou pela criação oficial do Museu da Televisão Brasileira, que, por 13 anos, funcionou dentro de sua casa. Fundou, em 1995, a Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira, que mudou de nome para PRÓ-TV. A entidade será comandada, agora, por Thais Alves, filha de Vida.
Além de Thais, ela deixa o filho Heitor, três netos (a cantora Tiê, o músico Gianni e a psicóloga Carina) e três bisnetas (Lys, Amora e Violeta).
Além de prêmios no rádio e na televisão, Vida protagonizou, ao lado de Walter Forster, o primeiro beijo da televisão brasileira, em 2 de fevereiro de 1952, um escândalo para a época.
Vida ainda deu o primeiro beijo homossexual da televisão brasileira, junto a Geórgia Gomide, durante o teleteatro Calúnia, na TV Tupi, em 1963.
A atriz nasceu em Itanhandu (MG), em 15 de abril de 1928. Com seis anos de idade, mudou-se para São Paulo. Aos dez anos, Vida participou de um programa de rádio, mas a sua carreira começou no Clube do Papai Noel, de Homero Silva, na Rádio Difusora de São Paulo.
A atriz iniciou como cantora e gostava de imitar Carmem Miranda. Fez também um papel de menino na novela A Vingança do Judeu, dirigida por Oduvaldo Viana, na Rádio São Paulo.
Vida passou a integrar o elenco radioteatral da Rádio Panamericana, em 1944. Teve passagem pelas rádios Cosmos, Cruzeiro do Sul, Standard Propaganda e Cultura.
Aos 18 anos, foi contratada para a Rádio Tupi, após ser aprovada em um teste feito por Lima Duarte. Na emissora, em que ficou 22 anos, conheceu a televisão trazida por Assis Chateaubriand.
Em 1949, casou-se com Gianni Gasparinetti, engenheiro italiano, contratado para erguer a Tupi, no Brasil. A carreira de Vida cresceu quando começou a escrever para o rádio e para a televisão - foram 14 novelas, além de inúmeras participações como atriz.
A atriz escreveu os livros Vida…Uma Mulher! (2002), TV Tupi: Uma Linda História de Amor (2008), Televisão Brasileira: O Primeiro Beijo e Outras Curiosidades (2014) e Todas as Marias (2015).
Ela foi tema da biografia Vida Alves: Sem Medo de Viver (2013), de Nelson Natalino, e escreveu textos especiais para obra Gabus Mendes: Grandes Mestres do Rádio e Televisão (2015). De 2005 a 2015 dedicou-se a redigir mais de 5 mil biografias de profissionais da televisão brasileira de todas as épocas.