MAQUIAGEM. estima-se que uma família gaste em média 1,5% do orçamento nos setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (Tatomm/Thinkstock)
Ivan Padilla
Publicado em 25 de maio de 2020 às 06h53.
Última atualização em 25 de maio de 2020 às 06h54.
O setor de produtos de beleza já vinha sofrendo retração antes mesmo na quarentena decretada pela pandemia do coronavírus. O aumento das vendas online, no entanto, tem compensado em parte o prejuízo desse segmento. Para aproveitar essa demanda, a campanha Liquida Beauty oferecerá, de hoje até o dia 31 de maio, descontos e promoções especiais de cosméticos e dermocosméticos para o público feminino.
O evento já está sendo chamado pelos organizadores de “a maior liquidação de cosméticos da internet”. Em um site único (www.liquidabeauty.com.br) estarão à venda produtos de marcas como Sephora, O Boticário, SkinCeuticals, Granado, Avon, Eudora, Neutrogena e Quem disse Berenice, e também de revendedores como drogarias e a C&A.
Além dos descontos, a primeira edição da Liquida Beauty promete oferecer uma interação maior pelas redes sociais, com a criação de filtros personalizados no Instagram para gravar vídeos e tirar selfies. A ideia é mostrar que é possível manter os cuidados pessoais e de estética mesmo em casa. Parte das vendas será doada para a instituição filantrópica Cabelegria, que confecciona perucas para crianças e mulheres diagnosticadas com doenças que causam queda de cabelos.
“A campanha ajudará as mulheres brasileiras a economizar durante esse período difícil da economia”, afirma Francisco Cantão, sócio da empresa de marketing digital Proxy Media, idealizadora da ação. “Queremos também
melhorar a autoestima das pessoas através de produtos e marcas que são conhecidos e amados pelo público feminino. A rotina de beleza ajuda muito na saúde mental, que também precisa ser preservada em tempos de distanciamento social.”
Estima-se que uma família gaste em média 1,5% do orçamento nos setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Um relatório do provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, no entanto, espera uma queda expressiva na venda de fragrâncias e dos chamados colour cosmetics, produtos de maquiagem e esmalte, associados à vida social – bastante prejudicada no momento, diga-se, pelo isolamento social. Como essas duas categorias representam um terço do mercado brasileiro de beleza, um resultado negativo geral parece inevitável.
Seria, portanto, o fim do efeito batom, uma teoria aceita no segmento de que, em tempos de crise, cresce a procura de produtos para o lábio, como apontou reportagem da Exame. Com o uso de máscaras nas ruas, a procura agora deve ser por produtos para aos olhos, cabelo e cuidados com a pele, como tem afirmado Artur Grynbaum, presidente do Boticário.
Os primeiros resultados das companhias do setor já apontam essa direção. No balanço do primeiro trimestre, a L’Oreal registrou 7,2 bilhões de euros em vendas, queda de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Dentro desse total, no entanto, o segmento de produtos para pele cresceu 13%, para 840 milhões de euros.