Presidente do Barcelona indiciado por crime no caso Neymar
Um juiz espanhol decretou o indiciamento de Josep Maria Bartomeu por um suposto crime fiscal na contratação do brasileiro
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 17h14.
Madri - Um juiz espanhol decretou nesta terça-feira o indiciamento do presidente do FC Barcelona , Josep Maria Bartomeu, por um suposto crime fiscal na contratação do brasileiro Neymar , que já levou à justiça seu antecessor e o próprio clube.
Segundo os autos do juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional de Madri, Bartomeu pode ter cometido uma fraude de 2,845 milhões de euros no exercício do ano de 2014 por não pagar à Fazenda Pública os impostos correspondentes a um pagamento de cinco milhões ao craque brasileiro relacionado a sua contratação em 2013.
Bartomeu, que assumiu o cargo em janeiro de 2014 depois da demissão de seu antecessor, Sandro Rosell, deverá prestar depoimento em 13 de fevereiro ante o juiz de instrução do caso, Pablo Ruz, da Audiência Nacional de Madri, ante o qual também terá de comparecer um representante do clube, também indiciado.
O juiz decidiu, assim, aceitar o pedido do promotor José Perals Calleja que, na segunda-feira, pediu o indiciamento do atual presidente.
Barça "indignado"
O escândalo começou quando surgiram suspeitas sobre o valor real pago pela contratação de Neymar junto ao Santos, em maio de 2013.
A cifra anunciada oficialmente e declarada ao fisco pelo clube é de 57 milhões de euros, mas a justiça espanhola suspeita que o atacante tenha custado muito mais caro, em negócio fechado por meio de vários contratos.
O promotor avalia o valor real da transação em 82,7 milhões de euros, o que, somado aos € 12 milhões que o clube deveria ter pago em impostos, levaria o custo total a 94,9 milhões de euros.
O ministério público também tinha pedido o indiciamento de Rosell e do próprio clube, como pessoa jurídica. Ambos são acusados de fraude fiscal, e no caso de Rosell, também houve denúncia de "delito societário", por ter ocultado os valores reais da transferência.
Pouco antes do anúncio do indiciamento de Bartomeu, o clube expressou "sua surpresa, indignação e total desacordo com o pedido do promotor de julgar o clube e aquele que foi presidente, Sandro Rosell".
"O FC Barcelona espera que o juiz não aceitará as denúncias do ministério público, já que todos os trâmites da transferência do jogador foram realizados, sem qualquer vontade de transgredir a lei", completou.
De acordo com promotor, Rosell "fragmentou o pagamento da transferência do jogador em diversas partes para que o Barcelona não tenha que ser sujeito a tributos da fazenda pública por estas remunerações derivadas destes contratos".
Crise interna
Numa declaração feita perante o juiz em julho de 2014, o ex-presidente reiterou que o custo da transferência foi de 57 milhões de euros, sendo que € 17 milhões foram pagos ao Santos e € 40 milhões à N&N, empresa do pai de Neymar.
Quando assumiu o cargo, Bartomeu admitiu que o Barça tinha feito outros pagamentos além dos € 57,1 milhões inicialmente anunciados. De acordo com o dirigente, o valor total seria de 86,2 milhões de euros.
Poucas semanas depois, o clube anunciou ter pago 13,5 milhões de euros ao Tesouro Público, justificando a "regularização voluntária" da sua situação fiscal.
O clube catalão já precisa lidar com outro problema nos bastidores: foi proibido de contratar por um ano por causa de irregularidades no cumprimento de regras de proteção aos menores que integram suas categorias de base.
A crise interna já obrigou Bartomeu a convocar eleições antecipadas, e a demitir altos dirigentes da era Rosell, como o ex-diretor esportivo Zubizarreta.
Em campo, o Barça está indo muito bem, com uma bela sequencia de oito vitórias seguidas, mas há rumores de tensões entre a maior estrela do time, o argentino Lionel Messi, e o técnico Luis Enrique.
Já Neymar firmou como uma peça fundamental do elenco, ostentando números bem melhores do que na sua primeira temporada, e seu entrosamento com Messi está cada vez melhor. O problema é que seu rendimento caiu na temporada passada, justamente quando o escândalo ligado à sua transferência estourou.
Madri - Um juiz espanhol decretou nesta terça-feira o indiciamento do presidente do FC Barcelona , Josep Maria Bartomeu, por um suposto crime fiscal na contratação do brasileiro Neymar , que já levou à justiça seu antecessor e o próprio clube.
Segundo os autos do juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional de Madri, Bartomeu pode ter cometido uma fraude de 2,845 milhões de euros no exercício do ano de 2014 por não pagar à Fazenda Pública os impostos correspondentes a um pagamento de cinco milhões ao craque brasileiro relacionado a sua contratação em 2013.
Bartomeu, que assumiu o cargo em janeiro de 2014 depois da demissão de seu antecessor, Sandro Rosell, deverá prestar depoimento em 13 de fevereiro ante o juiz de instrução do caso, Pablo Ruz, da Audiência Nacional de Madri, ante o qual também terá de comparecer um representante do clube, também indiciado.
O juiz decidiu, assim, aceitar o pedido do promotor José Perals Calleja que, na segunda-feira, pediu o indiciamento do atual presidente.
Barça "indignado"
O escândalo começou quando surgiram suspeitas sobre o valor real pago pela contratação de Neymar junto ao Santos, em maio de 2013.
A cifra anunciada oficialmente e declarada ao fisco pelo clube é de 57 milhões de euros, mas a justiça espanhola suspeita que o atacante tenha custado muito mais caro, em negócio fechado por meio de vários contratos.
O promotor avalia o valor real da transação em 82,7 milhões de euros, o que, somado aos € 12 milhões que o clube deveria ter pago em impostos, levaria o custo total a 94,9 milhões de euros.
O ministério público também tinha pedido o indiciamento de Rosell e do próprio clube, como pessoa jurídica. Ambos são acusados de fraude fiscal, e no caso de Rosell, também houve denúncia de "delito societário", por ter ocultado os valores reais da transferência.
Pouco antes do anúncio do indiciamento de Bartomeu, o clube expressou "sua surpresa, indignação e total desacordo com o pedido do promotor de julgar o clube e aquele que foi presidente, Sandro Rosell".
"O FC Barcelona espera que o juiz não aceitará as denúncias do ministério público, já que todos os trâmites da transferência do jogador foram realizados, sem qualquer vontade de transgredir a lei", completou.
De acordo com promotor, Rosell "fragmentou o pagamento da transferência do jogador em diversas partes para que o Barcelona não tenha que ser sujeito a tributos da fazenda pública por estas remunerações derivadas destes contratos".
Crise interna
Numa declaração feita perante o juiz em julho de 2014, o ex-presidente reiterou que o custo da transferência foi de 57 milhões de euros, sendo que € 17 milhões foram pagos ao Santos e € 40 milhões à N&N, empresa do pai de Neymar.
Quando assumiu o cargo, Bartomeu admitiu que o Barça tinha feito outros pagamentos além dos € 57,1 milhões inicialmente anunciados. De acordo com o dirigente, o valor total seria de 86,2 milhões de euros.
Poucas semanas depois, o clube anunciou ter pago 13,5 milhões de euros ao Tesouro Público, justificando a "regularização voluntária" da sua situação fiscal.
O clube catalão já precisa lidar com outro problema nos bastidores: foi proibido de contratar por um ano por causa de irregularidades no cumprimento de regras de proteção aos menores que integram suas categorias de base.
A crise interna já obrigou Bartomeu a convocar eleições antecipadas, e a demitir altos dirigentes da era Rosell, como o ex-diretor esportivo Zubizarreta.
Em campo, o Barça está indo muito bem, com uma bela sequencia de oito vitórias seguidas, mas há rumores de tensões entre a maior estrela do time, o argentino Lionel Messi, e o técnico Luis Enrique.
Já Neymar firmou como uma peça fundamental do elenco, ostentando números bem melhores do que na sua primeira temporada, e seu entrosamento com Messi está cada vez melhor. O problema é que seu rendimento caiu na temporada passada, justamente quando o escândalo ligado à sua transferência estourou.