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Por que Spike Lee desaprova escolha de "Green Book" como melhor filme

A reação do diretor, que levou seu 1º Oscar “oficial” neste ano, no momento do anúncio do prêmio de melhor filme deu o que falar em Hollywood

Spike Lee: cineasta não teria gostado do fato de "Greenbook" ter ganhado o Oscar de "Melhor Filme" (Matt Winkelmeyer / Staff/Getty Images)

Spike Lee: cineasta não teria gostado do fato de "Greenbook" ter ganhado o Oscar de "Melhor Filme" (Matt Winkelmeyer / Staff/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 14h44.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às 15h23.

O Oscar foi transmitido na noite deste domingo (24) e, como de costume, rendeu assunto suficiente para o resto da semana. Um deles envolve o diretor Spike Lee, que, segundo veículos de imprensa especializados, não teria gostado muito do fato de "Green Book - O Guia" ter ganhado o prêmio de "Melhor Filme". O diretor, inclusive, teria ameaçado ir embora logo após o anúncio mais esperado da noite.

Jordan Peele, cineasta que dirigiu e escreveu o filme "Corra" (2017), tentou evitar que Lee deixasse o recinto em uma "conversa intensa", segundo a revista online norte-americana Deadline Hollywood. Peele também não teria aplaudido a premiação do filme, de acordo com a publicação.

Depois de ter se acalmado, Lee ficou de costas para o palco no momento em que os produtores subiram para fazer o discurso e aceitar o "homenzinho dourado". Na foto do post abaixo, o diretor está em um terno roxo, ao lado de uma mulher de vermelho.

Um dos motivos que contribuíram para a desaprovação de Lee, pode ter sido originado nos comentários de familiares de Don Shirley (personagem real, interpretado pelo ator Mahersala Ali, vencedor do prêmio de melhor ator coadjuvante), que chamaram o filme de "sinfonia de mentiras" e afirmaram que "nunca foram consultados durante a produção".

"Não é meu tipo de chá"

Em entrevista à BBC após o termino da premiação, Spike Lee foi questionado sobre ter ficado de costas durante a entrega da estatueta à equipe de "Green Book". O diretor brincou: "Vocês são britânicos? Então vou dar uma resposta britânica: 'não é meu tipo de chá'". O diretor, aparentemente embriagado no vídeo da entrevista, acrescentou ainda que havia tomado seis taças de champanhe.

Além disso, de acordo com a revista Hollywood Reporter, Lee disse ter se sentido como "se estivesse do lado da quadra no Garden [estádio do time de basquete New York Knicks, para o qual o diretor torce] e o juiz tivesse acabado de tomar uma decisão ruim".

Outra reação que ganhou repercussão nas redes sociais envolvendo "Green Book" foi a de Samuel L. Jackson. No momento de entregar a estatueta, o ator fez uma expressão de "poucos amigos".

O motivo pode ter sido Nick Vallelonga, um dos roteiristas do filme, que, em 2015, concordou publicamente com Donald Trump, quando o presidente dos Estados Unidos disse que viu muçulmanos comemorando a queda das torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.

https://twitter.com/ambermruffin/status/1099870080823947264?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1099870080823947264&ref_url=https%3A%2F%2Fuproxx.com%2Fmovies%2Fsamuel-l-jackson-oscars-green-book-spike-lee-2019%2F

Lee e o Oscar

Spike Lee ganhou seu primeiro Oscar "oficial" na categoria de "Melhor Roteiro Adaptado", pelo filme "Infiltrado na Klan", que conta a história real de um homem negro que trabalhava na polícia norte-americana e trocou ligações com David Duke, ex-líder da Ku Klux Klan.

Em 2006, o diretor foi condecorado com um Oscar Honorário. Em seu discurso, na ocasião, criticou a quantidade de negros que eram indicados às categorias da premiação.

No discurso da 91ª edição do Oscar deste domingo, Lee criticou, sem citar nomes, o governo de Donald Trump. "As eleições presidenciais de 2020 estão chegando. Vamos nos mobilizar, estar do lado certo da história. Vamos fazer a escolha moral do amor contra ódio", disse.

E o presidente dos Estados Unidos respondeu que "seria legal se Spike Lee pudesse ler suas anotações, ou melhor ainda, não ter que usá-las em absoluto, quando faz seu ataque racista contra o presidente, que fez mais pelos afro-americanos".

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