-
1. Plantas
zoom_out_map
1/8 (Getty Images)
Arborização urbana é coisa séria. Seja nos parques e nas praças, seja espremida entre as vias asfaltadas, a cobertura verde é fator primordial para a qualidade de vida nas cidades. E não só pelo papel de purificar o ar como ainda pela capacidade de atenuar o calor retido pelo calçamento, ajudar no escoamento da água da chuva, proporcionar sombra aos pedestres e embelezar a paisagem – convenhamos, um item dos mais importantes para alguém se sentir bem no lugar onde vive. Nos últimos anos, porém, governos municipais voltaram sua atenção às espécies que brotam em espaços públicos, impondo regras rígidas para plantio e manutenção. Em São Paulo, o Manual Técnico de Arborização Urbana, de 2005, foi complementado, em 2012, pela Lei n.º 15.442, que estabelece padrões também para os passeios de imóveis privados, com foco em acessibilidade e segurança. Desde então, compete unicamente à prefeitura paulistana plantar ou podar árvores. Para a população, resta a alternativa de planejar calçadas com faixas ajardinadas somente se o verde não obstruir a passagem (a cartilha está aqui). Mesmo quem mora em municípios onde a legislação não é tão rígida deve ficar atento ao escolher a espécie que vai sombrear a via – algumas têm potencial para causar muita dor de cabeça ao responsável pela propriedade. Há de plantas com espinhos, que podem arranhar a pele dos transeuntes e danificar a pintura dos carros, a árvores que caem com facilidade. “As que crescem muito rápido têm caule de madeira mole, pouco resistente ao vento e à chuva forte”, alerta a arquiteta paisagista Caterina Poli, de São Paulo. A pedido de CASA CLAUDIA, ela analisou algumas das plantas vistas nas ruas da cidade – e explica, tim-tim por tim-tim, as que mais se ajustam à rotina urbana.
-
2. Flor-do-paraíso
zoom_out_map
2/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Lindo e poderoso - Todo mundo se encanta pelo vigor do famboyant. Também chamado de flor-do-paraíso, o Delonix regia surgiu na Índia e encontrou no Brasil seu terreno por excelência. Contudo, ele exige cuidados. “Como chega rapidamente a 10 m de altura, o caule quebra com facilidade”, alerta a arquiteta paisagista Caterina Poli. As raízes, em compensação, são robustas. “É importante que fquem longe de tubulações.”
-
3. Flor-do-paraíso
zoom_out_map
3/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Pesquise antes - As árvores mostradas nesta reportagem estão há anos nas ruas de São Paulo. Hoje, se quiser plantar um novo exemplar, você precisa seguir as regras estabelecidas pela prefeitura de sua cidade.
-
4. Bela-emília
zoom_out_map
4/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Pura beleza - Eis um arbusto bom, bonito e barato, aprovadíssimo por Caterina Poli para imprimir um estilo campestre a muros e calçadas. Conhecido como bela-emília, o Plumbago capensis dá cachos de fores miúdas azuis ao longo do ano todo. E chega a alcançar 1,50 m – podas regulares o mantêm sob controle. “Ao contrário das árvores, que dispensam regas depois de adultas, a bela-emília deve ser aguada dia sim, dia não.”
-
5. Primavera-arbórea
zoom_out_map
5/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Bem Brasileira - Entre tantos tipos de Bougainvillea glabra, a primavera-arbórea é a única nativa do país. Originária do cerrado, não gosta de muita água e requer boa insolação. Ninguém duvida de seu encanto: duas vezes por ano, entre o outono e a primavera, ela dá fores em tom lilás rosado. Porém, os galhos escondem um segredo – espinhos grandes e afados. “Como a copa é baixa, eles podem causar acidentes.”
-
6. Jacarandá-mimoso
zoom_out_map
6/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Não é um mimo? - Segundo Caterina, o Jacaranda mimosaefolia, ou jacarandá-mimoso, foi popular na São Paulo dos anos 1970. Mas poucos sobraram. O caule, que atinge até 15 m de altura, oferece pouca resistência. “A árvore exige também podas regulares por causa da fação elétrica, o que a deixa ainda mais frágil.” Uma pena, pois sua for lilás, que abre na primavera, é uma das mais lindas da paisagem urbana.
-
7. Agave-dragão
zoom_out_map
7/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Do muro para Dentro - O efeito decorativo do Agave attenuata, conhecido como agave-dragão, faz do exemplar um sucesso em jardins tropicais. Originário do México, adapta-se bem a calor e sol intensos. Melhor, no entanto, plantá-lo no quintal, nunca em vias públicas. “Ao contrário de outros tipos de agave, que têm folhagem rígida, as folhas desta espécie são macias. O problema é que terminam com um grande espinho na ponta.”
-
8. Manduirana
zoom_out_map
8/8 (Marco Antonio/Casa Claudia)
Visual romântico - Nativa do Brasil, a bela manduirana (Senna macranthera), que também atende por fedegoso, é tudo de bom para calçadas: de porte médio e caule leve, não forma espinhos e foresce de maneira generosa entre dezembro e abril. Agrupadas em cachos, as fores são de um amarelo intenso, chamativo, que difcilmente passa despercebido. Na foto, o arbusto ao redor do tronco é o Duranta erecta aurea, o popular pingo-de-ouro.