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Peter Jackson defende a trilogia "O Hobbit"

Jackson disse que transformar o livro original na versão filmada da fantástica Terra-Média criada por J.R.R. Tolkien exigiu uma abordagem mais lenta


	Diretor neozelandes Peter Jackson : assim como na trilogia "O Senhor dos Anéis", os cenários naturais da Nova Zelândia são de tirar o fôlego
 (Mark Coote/Reuters)

Diretor neozelandes Peter Jackson : assim como na trilogia "O Senhor dos Anéis", os cenários naturais da Nova Zelândia são de tirar o fôlego (Mark Coote/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 13h50.

Nova York - "O Hobbit" pode ser um livro curto sobre heróis pequenos, mas Peter Jackson afirmou esta semana que acertou em alongar a história infantil para poder produzir nada menos do que três filmes épicos.

O diretor nascido na Nova Zelândia ficou sob fogo cruzado de críticas de alguns setores devido à trilogia, que estreia nos Estados Unidos neste mês com o filme de quase três horas "O Hobbit: Uma Jornada Inesperada".

Mas Jackson disse que transformar o livro original na versão filmada da fantástica Terra-Média criada por J.R.R. Tolkien exigiu uma abordagem mais lenta. O plano inicial era para dois filmes, mas logo se estendeu para três.

No texto de Tolkien, que deixa o leitor frequentemente "sem fôlego, muitos grandes eventos são cobertos em duas ou três páginas", declarou Jackson à imprensa em Nova York. "Uma vez que você começa a desenvolver as cenas, quer fazer um desenvolvimento maior dos personagens e o filme cresce", explicou.

Para ampliar a história, os diretores também mergulharam nos apêndices de Tolkien de "O Retorno do Rei", o último livro da trilogia "O Senhor dos Anéis" que Jackson adaptou anteriormente.

"O Hobbit", apresentado para jornalistas em Nova York na terça-feira, mostra o pequeno hobbit Bilbo Bolseiro, Gandalf e 13 anões embarcando em uma jornada rodeada por uma série de forças malignas.

É o prelúdio de "O Senhor dos Anéis", introduzindo os principais personagens e enredos que reaparecem no restante da saga. O anel de ouro amaldiçoado também faz sua primeira aparição.


A roteirista e co-produtora Philippa Boyens afirmou que o percurso diferente escolhido para os filmes em comparação com os livros refletiu a dinâmica do trabalho com os atores.

"Grandes atores vêm para você pelo material, e se você dá a eles um material muito leve, você não vai pegá-los. Quisemos escrever para esses grandes atores", afirmou.

O britânico Ian McKellen, que após atuar como Gandalf em "O Senhor dos Anéis" volta ao papel em "O Hobbit", rejeitou as sugestões de que os produtores estavam tentando gerar mais lucros com os fãs de Tolkien ao dividir "O Hobbit" em três filmes.

"Qualquer um que pensa que Peter Jackson se submeteria às forças do mercado, em vez dos imperativos artísticos, não o conhece, não conhece o corpo de seu trabalho", disse McKellen à imprensa.

Antes da "première" nos Estados Unidos no dia 14 de dezembro, os críticos se dividem.

A técnica mágica de Jackson, utilizando 3D e 48 quadros por segundo, ao invés dos 24 quadros normais, gerou exclamações de admiração, assim como críticas por um suposto exagero.

"No jeito de contar academicamente meticuloso de Jackson, no entanto, é como se "O Mágico de Oz" tivesse levado quase uma hora para sair do Kansas", afirmou o The Hollywood Reporter em uma crítica.


"Há elementos neste novo filme que são tão espetaculares quanto os da trilogia "O Senhor dos Anéis", mas também há muitas coisas entediantes".

Já a crítica da Variety mirou nos detalhes avassaladores proporcionados pelos 48 quadros por segundo.

"Tudo assume uma qualidade exagerada e artificial na qual a falsidade dos cenários e figurinos se torna óbvia, enquanto as áreas bem iluminadas sangram em seus arredores, como se você assistisse a um filme caseiro de alta qualidade", disse o Variety.

Há cenas de batalhas incríveis com hordas de Goblins, cavernas fantásticas e escapadas da morte por um triz ao estilo de James Bond protagonizadas por Bilbo Bolseiro, vivido por Martin Freeman, e de seus amigos anões.

Assim como na trilogia "O Senhor dos Anéis", os cenários naturais da Nova Zelândia são de tirar o fôlego.

Mas com tantos seres estranhos atacando uns aos outros com espadas, e com tantas armas, rochas e corpos voando em 3D em direção ao público, as poucas cenas íntimas focando em apenas uma dupla de atores chegam como um alívio.

Quando a ação é cortada subitamente da última grande luta com espadas para uma caverna silenciosa habitada pelo Gollum de Andy Serkis, jornalistas na projeção realizada na terça-feira deram alguns raros aplausos.

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