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O que ele escreveu foi ouro, diz tradutora de Gabo nos EUA

"Tudo que ele escrevia era ouro. Tudo era maravilhoso para trabalhar e não posso dizer qual (obra) foi mais difícil", afirmou a tradutora Edith Grossman


	García Márquez 'não se envolvia muito no trabalho da tradução', contou Grossman
 (Albert Gea/Reuters)

García Márquez 'não se envolvia muito no trabalho da tradução', contou Grossman (Albert Gea/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2014 às 14h57.

Washington - 'Tudo que você precisa saber sobre um autor está no que ele escreve', afirmou Edith Grossman, a tradutora para o inglês dos livros do colombiano Gabriel García Márquez, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal 'The Washington Post'.

Grossman lamenta não ter sido a tradutora de 'Cem anos de solidão', pois seu trabalho com a obra de García Márquez começou com 'O amor nos tempos do cólera', de 1985.

García Márquez 'não se envolvia muito no trabalho da tradução', contou Grossman, que acrescentou que ela não consulta um autor até que a tradução termine.

'Geralmente levo uns seis meses na tradução de um romance, dependendo de sua extensão e dificuldade', explicou.

Uma das dificuldades com os textos de García Márquez era que 'ele não gostava dos advérbios que terminam em 'mente'.' A tradutora lembra: 'Às vezes me sentia como uma contorcionista buscando alternativas'.

Para Grossman, 'tudo que ele escrevia era ouro. Tudo era maravilhoso para trabalhar e não posso dizer qual (obra) foi mais difícil'.

'A tradução é a expressão de uma ideia ou um conceito em uma forma totalmente diferente do original, dado que cada linguagem é um sistema separado', disse Grossman.

'Por isso, de fato, quando traduzo um livro escrito em espanhol na verdade estou escrevendo outro livro em inglês', afirmou.

'Sempre senti que uma pessoa entra na mente do autor ao traduzir sua obra, e começa a ver o mundo através dos olhos do escritor. Tudo que você precisa saber sobre um autor está no que ele escreve', resumiu. EFE

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