Os novos Patrimônios Naturais da Humanidade
Cinco lugares de natureza exuberante passaram a integrar a lista de Patrimônios Mundiais da Unesco; Eles incluem um deserto nebuloso, um parque nacional cheio de desfiladeiros e um dos vulcões mais ativos do mundo, o Etna
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 16h20.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h33.
São Paulo – O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco adicionou, neste fim de semana, cinco novos locais naturais à sua lista de Patrimônios Mundiais da Humanidade, que reúne lugares de "valor universal excepcional". Eles incluem um deserto nebuloso, um dos vulcões mais ativos do mundo e um parque nacional cheio de desfiladeiros e geleiras. A lista de Patrimônio Mundial conta com 981 lugares registrados ao todo, sendo 193 de “paraísos” naturais. Para entrar na lista é preciso atender a um dos quatro critérios seguintes: conter fenômenos ou áreas de excepcional beleza natural e importância estética; ser exemplo de grandes etapas da história da Terra, incluindo o registro da vida e de processos geológicos; ter exemplos de processos ecológicos e biológicos em curso na evolução e desenvolvimento de ecossistemas e, por fim, conter os habitats naturais mais importantes e significativos para a conservação da diversidade biológica local, incluindo aqueles que contenham espécies ameaçadas.
O mais importante vulcão em atividade na Europa, o Etna é agora um Patrimônio Mundial da Humanidade. Com cerca de 200 quilômetros de diâmetro, o vulcão nasceu de uma série de erupções submarinas há 500.000 anos. A escolha deve-se principalmente à sua influencia na vulcanologia, geofísica e outras disciplinas das ciências da Terra, sublinhou a Unesco.
Parte de uma das maiores cadeias montanhosas do mundo, o Himalaia, as montanhas de Xinjiang Tianshan se estendem por toda a China, Cazaquistão, Uzbequistão e Quirguistão. Dois terços de seus 2.500 quilômetros de comprimento ficam em território chinês, sendo que seu ponto mais alto, conhecido como Pico Vitória, localiza-se a 7.439 metros sobre o nível do mar na fronteira com o Quirguistão. De acordo com a Unesco, a escolha da região deve-se ao valor universal de sua estética diversa, que inclui desde densas florestas e prados alpinos à paisagens tomadas por cânions, penhascos, lagos e até pântanos.
Para a Unesco, este é um dos mais importantes ecossistemas desérticos de todo o continente americano que avança pelo norte do México e entra nos Estados Unidos. Com uma área de mais de 7 mil metros quadrados, a região é composta por duas partes distintas: o dormente EL Pinacate, um espetacular escudo vulcânico de fluxos de lava preta e vermelha, e o deserto de Altar, com sua mutante paisagem de dunas de areia que podem chegar a uma altura de 200 metros. Esta paisagem de contraste dramática agrega um alto valor científico à região, segundo a Unesco.
O deserto da Namíbia concentra o maior número de dunas migratórias do mundo. Há planícies de cascalho, montanhas rochosas, ilhas de pedra dentro do deserto, uma lagoa e rios efêmeros, um mix que resulta numa paisagem de beleza excepcional. Segundo a Unesco, o nevoeiro é a principal fonte de água no local e é responsável por um ambiente único em que os invertebrados, répteis e mamíferos se adaptam a uma variedade em constante mudança, de micro habitats e nichos ecológicos.