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O segredo mais bem guardado dos casais que dão certo

A categoria da qual você faz parte - doadora, trocadora e tomadora - pode muito bem determinar o êxito e a felicidade de seu relacionamento

Casal: teorias do autor de Give and Take: A Revolutionary Approach to Success oferecem insights extraordinários sobre relacionamentos românticos (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 21h20.

De acordo com Adam Grant, o mais popular e mais jovem professor titular da Wharton School [escola de administração de empresas da Universidade da Pensilvânia] e autor de Give and Take: A Revolutionary Approach to Success, as pessoas se enquadram em uma de três categorias distintas: doadoras, trocadoras e tomadoras.

Embora o livro de Grant tenha sido escrito para um público de negócios, suas teorias oferecem insights extraordinários sobre os relacionamentos românticos. A categoria da qual você faz parte pode muito bem determinar o êxito e a felicidade de seu relacionamento.

Por exemplo, alguma vez um relacionamento romântico fez você sentir que não é bom o bastante? Alguma vez um parceiro romântico tirou vantagem de você? Você já sentiu que deu tudo para alguém e acabou se sentindo exaurido? Nesse caso, pode ser que se enquadre na categoria do parceiro romântico "doador".

Fato interessante é que, embora o estilo doador possa ter suas desvantagens, os doadores geralmente são os parceiros mais atraentes e os que têm mais probabilidade de ter relacionamentos de longo prazo.

Um estudo que examinou a característica mais valorizada em parceiros românticos potenciais sugere que homens e mulheres classificam a gentileza como um dos traços mais desejados.

Os doadores também são os que mais tendem a ser afetuosos, qualidade que determina o sucesso de longo prazo de um relacionamento, sem falar em sua própria longevidade.

Para entender em que categoria você se enquadra e qual é a melhor maneira de lidar com seus relacionamentos com outros, segue um resumo dos três estilos de parceiros românticos:


Os doadores são pessoas cuja motivação principal é cuidar de outros, velar para que outros fiquem bem e contribuir para outros e para a sociedade. Num relacionamento, estas são as pessoas que estão sempre pensando em presentes para seu parceiro, que levam os interesses do parceiro em consideração e que vivem pensando "o que mais posso fazer por você?".

São pessoas fantásticas. Como Grant menciona no livro, todo o mundo gosta de ter doadores em volta, porque estes sempre gostam de contribuir e de pensar nos outros. Eles enxergam o relacionamento como oportunidade de dar e de cuidar.

Quando são infelizes no relacionamento, os doadores muitas vezes acabam pensando que há algo de errado com eles. São eles os que pensam que não são amáveis o suficiente ou bons o suficiente, porque -- em vez de colocar a culpa no parceiro -- eles assumem a responsabilidade pessoal de fazer o relacionamento funcionar. Se não receberem o apoio de que necessitam do relacionamento, podem acabar por sentir-se sugados e exauridos.

Os trocadores tendem a manter uma folha de balanço num relacionamento. Quando eles dão, o fazem com a expectativa de receber algo em troca. Quando recebem algo, sentem que precisam dar alguma coisa de volta.

Os trocadores são aqueles que "fazem as contas" e enxergam os relacionamentos um pouco como se fossem transações comerciais. São eles as pessoas que têm mais chances de dizer coisas como "eu fiz isso por você, mas você não fez aquilo por mim", ou "você pagou por isto, então eu pagarei por aquilo".

Os tomadores são exatamente isso: pessoas que tomam. Geralmente tratam as pessoas bem se e quando essas pessoas podem ajudá-los a alcançar seus objetivos.

Grant chama a atenção para um fato interessante: à primeira vista, eles muitas vezes aparentam ser as pessoas mais encantadoras e carismáticas. Sabem como seduzir e como atrair as pessoas de modo geral, mas, por baixo da superfície, o que os motiva de fato é o esforço para satisfazer suas próprias vontades. É possível reconhecer um tomador porque ele costuma tratar mal as pessoas que acredita que não tenham utilidade para ele.

Você sabe que está num relacionamento com um tomador quando se sente totalmente sugado, quer seja de dinheiro, afeto, tempo ou outra coisa. Uma vez que o tomador tenha arrancado de você tudo o que ele queria, você pode ser relegado à esfera desimportante da vida dele. O foco principal do tomador é sobre ele próprio.


Quem é o mais bem-sucedido e quem é o menos?

Grant chama a atenção para um fato fascinante sobre quem, entre esses três estilos, é o mais feliz e o mais bem-sucedido: o doador. E o tipo menos bem-sucedido? Também é o doador. Por quê? Os doadores que aprendem a orientar-se bem em um mundo que inclui trocadores e tomadores se saem muito bem.

Todo o mundo gosta dos doadores, confia neles e os apoia quando eles precisam disso. Então por que os doadores também são as pessoas menos bem-sucedidas? Porque alguns doadores não sabem como orientar-se nesse mundo e, consequentemente, acabam sendo vítimas de aproveitadores. Se você é doador, isso já deve ter acontecido com você pelo menos uma vez na esfera profissional e pessoal.

Imagine um relacionamento entre um doador e um tomador. Esse tipo de relacionamento termina com o doador totalmente esgotado, possivelmente tendo exaurido suas economias, seu tempo e sua energia com alguém que exige sempre mais e mais e que nunca ou quase nunca satisfaz as necessidades de seu parceiro (a não ser que o faça temporariamente porque isso lhe convém no momento).

O que faz um doador ser bem-sucedido? No livro de Adam Grant, uma dica que se destacou, para mim, foi a ideia de ser "doador com consciência". Consciência do quê? Tenha consciência de que neste mundo existem doadores, trocadores e tomadores.

Observe as palavras e os atos das pessoas e você saberá quem é quem. Quando navegar por seus relacionamentos românticos, amizades ou parcerias profissionais, procure descobrir a que categoria pertence seu parceiro potencial e não se deixe enganar pelas primeiras impressões (como foi observado acima, os tomadores são mestres em sedução, criando primeiras impressões positivas).

Numa situação não romântica, você pode lidar com trocadores e tomadores adotando uma atitude de trocador (sei que isso é difícil para quem é doador!). Comece a falar coisas como "Ok, temos um acordo. Você faz isto, e em troca eu farei aquilo."

E num relacionamento romântico, como fica? Consultei Adam Grant enquanto estava escrevendo este texto, e ele compartilhou a seguinte dica sobre o amor de longo prazo: "Nos relacionamentos que dão mais certo, os dois parceiros são doadores. Em outras palavras, quando um relacionamento romântico funciona, trocadores e tomadores procuram doar. Os dois parceiros podem estar doando de maneiras distintas, mas cada um precisa estar disposto a apoiar o outro sem esperar algo em troca. Isto dito, quando as coisas ficam excessivamente desequilibradas, acho que todos nós nos tornamos trocadores."


Imagine um relacionamento em que ambos os parceiros estão sempre satisfazendo as necessidades um do outro. Quando ocorre uma briga, os dois são os primeiros a dizer "sinto muito, foi culpa minha".

Um relacionamento em que ambos vivem suas vidas pensando no que será melhor para o parceiro. É evidente que os trocadores e tomadores também estão à procura de doadores; logo, se você é doador, procure um doador para você, porque você merece.

Se você se reconhecer como trocador ou tomador, então, antes de mais nada, parabéns por ser tão sincero com você mesmo. É claro que, em vista das qualidades afetivas do doador e de ele ser tão voltado a prestar serviço, também é do seu interesse ter um parceiro que seja doador. Mas peço que você reflita sobre duas coisas:

Para começar, os doadores nunca ficarão inteiramente felizes a não ser que você lhes dê o mesmo apoio que eles dão a você. Eles acabarão por sentir-se esgotados, e talvez até o abandonem.

Segundo estudo recente de Amie Gordon, da Universidade da Califórnia em Berkeley, as pessoas que sentem mais gratidão em seu relacionamento também sentem-se mais próximas do parceiro, mais satisfeitas com o relacionamento, e tendem a apresentar comportamentos mais construtivos e positivos no relacionamento.

Em última análise, para ter um relacionamento positivo que o beneficie, você vai querer que seu parceiro seja feliz e vai querer lhe dar apoio em troca.

Em segundo lugar, como o livro de Grant delineia com clareza, os doadores são as pessoas que acabam sendo as mais bem-sucedidas e mais felizes, desde que ninguém se aproveite delas.

Muitas pesquisas hoje mostram que um estilo de vida composto de gentileza e prestação de serviços a outros resulta em mais realização pessoal, além de saúde e felicidade. Logo, se você quiser ser feliz e bem-sucedido, é preciso que seja ou que se torne um doador.

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De acordo com Adam Grant, o mais popular e mais jovem professor titular da Wharton School [escola de administração de empresas da Universidade da Pensilvânia] e autor de Give and Take: A Revolutionary Approach to Success, as pessoas se enquadram em uma de três categorias distintas: doadoras, trocadoras e tomadoras.

Embora o livro de Grant tenha sido escrito para um público de negócios, suas teorias oferecem insights extraordinários sobre os relacionamentos românticos. A categoria da qual você faz parte pode muito bem determinar o êxito e a felicidade de seu relacionamento.

Por exemplo, alguma vez um relacionamento romântico fez você sentir que não é bom o bastante? Alguma vez um parceiro romântico tirou vantagem de você? Você já sentiu que deu tudo para alguém e acabou se sentindo exaurido? Nesse caso, pode ser que se enquadre na categoria do parceiro romântico "doador".

Fato interessante é que, embora o estilo doador possa ter suas desvantagens, os doadores geralmente são os parceiros mais atraentes e os que têm mais probabilidade de ter relacionamentos de longo prazo.

Um estudo que examinou a característica mais valorizada em parceiros românticos potenciais sugere que homens e mulheres classificam a gentileza como um dos traços mais desejados.

Os doadores também são os que mais tendem a ser afetuosos, qualidade que determina o sucesso de longo prazo de um relacionamento, sem falar em sua própria longevidade.

Para entender em que categoria você se enquadra e qual é a melhor maneira de lidar com seus relacionamentos com outros, segue um resumo dos três estilos de parceiros românticos:


Os doadores são pessoas cuja motivação principal é cuidar de outros, velar para que outros fiquem bem e contribuir para outros e para a sociedade. Num relacionamento, estas são as pessoas que estão sempre pensando em presentes para seu parceiro, que levam os interesses do parceiro em consideração e que vivem pensando "o que mais posso fazer por você?".

São pessoas fantásticas. Como Grant menciona no livro, todo o mundo gosta de ter doadores em volta, porque estes sempre gostam de contribuir e de pensar nos outros. Eles enxergam o relacionamento como oportunidade de dar e de cuidar.

Quando são infelizes no relacionamento, os doadores muitas vezes acabam pensando que há algo de errado com eles. São eles os que pensam que não são amáveis o suficiente ou bons o suficiente, porque -- em vez de colocar a culpa no parceiro -- eles assumem a responsabilidade pessoal de fazer o relacionamento funcionar. Se não receberem o apoio de que necessitam do relacionamento, podem acabar por sentir-se sugados e exauridos.

Os trocadores tendem a manter uma folha de balanço num relacionamento. Quando eles dão, o fazem com a expectativa de receber algo em troca. Quando recebem algo, sentem que precisam dar alguma coisa de volta.

Os trocadores são aqueles que "fazem as contas" e enxergam os relacionamentos um pouco como se fossem transações comerciais. São eles as pessoas que têm mais chances de dizer coisas como "eu fiz isso por você, mas você não fez aquilo por mim", ou "você pagou por isto, então eu pagarei por aquilo".

Os tomadores são exatamente isso: pessoas que tomam. Geralmente tratam as pessoas bem se e quando essas pessoas podem ajudá-los a alcançar seus objetivos.

Grant chama a atenção para um fato interessante: à primeira vista, eles muitas vezes aparentam ser as pessoas mais encantadoras e carismáticas. Sabem como seduzir e como atrair as pessoas de modo geral, mas, por baixo da superfície, o que os motiva de fato é o esforço para satisfazer suas próprias vontades. É possível reconhecer um tomador porque ele costuma tratar mal as pessoas que acredita que não tenham utilidade para ele.

Você sabe que está num relacionamento com um tomador quando se sente totalmente sugado, quer seja de dinheiro, afeto, tempo ou outra coisa. Uma vez que o tomador tenha arrancado de você tudo o que ele queria, você pode ser relegado à esfera desimportante da vida dele. O foco principal do tomador é sobre ele próprio.


Quem é o mais bem-sucedido e quem é o menos?

Grant chama a atenção para um fato fascinante sobre quem, entre esses três estilos, é o mais feliz e o mais bem-sucedido: o doador. E o tipo menos bem-sucedido? Também é o doador. Por quê? Os doadores que aprendem a orientar-se bem em um mundo que inclui trocadores e tomadores se saem muito bem.

Todo o mundo gosta dos doadores, confia neles e os apoia quando eles precisam disso. Então por que os doadores também são as pessoas menos bem-sucedidas? Porque alguns doadores não sabem como orientar-se nesse mundo e, consequentemente, acabam sendo vítimas de aproveitadores. Se você é doador, isso já deve ter acontecido com você pelo menos uma vez na esfera profissional e pessoal.

Imagine um relacionamento entre um doador e um tomador. Esse tipo de relacionamento termina com o doador totalmente esgotado, possivelmente tendo exaurido suas economias, seu tempo e sua energia com alguém que exige sempre mais e mais e que nunca ou quase nunca satisfaz as necessidades de seu parceiro (a não ser que o faça temporariamente porque isso lhe convém no momento).

O que faz um doador ser bem-sucedido? No livro de Adam Grant, uma dica que se destacou, para mim, foi a ideia de ser "doador com consciência". Consciência do quê? Tenha consciência de que neste mundo existem doadores, trocadores e tomadores.

Observe as palavras e os atos das pessoas e você saberá quem é quem. Quando navegar por seus relacionamentos românticos, amizades ou parcerias profissionais, procure descobrir a que categoria pertence seu parceiro potencial e não se deixe enganar pelas primeiras impressões (como foi observado acima, os tomadores são mestres em sedução, criando primeiras impressões positivas).

Numa situação não romântica, você pode lidar com trocadores e tomadores adotando uma atitude de trocador (sei que isso é difícil para quem é doador!). Comece a falar coisas como "Ok, temos um acordo. Você faz isto, e em troca eu farei aquilo."

E num relacionamento romântico, como fica? Consultei Adam Grant enquanto estava escrevendo este texto, e ele compartilhou a seguinte dica sobre o amor de longo prazo: "Nos relacionamentos que dão mais certo, os dois parceiros são doadores. Em outras palavras, quando um relacionamento romântico funciona, trocadores e tomadores procuram doar. Os dois parceiros podem estar doando de maneiras distintas, mas cada um precisa estar disposto a apoiar o outro sem esperar algo em troca. Isto dito, quando as coisas ficam excessivamente desequilibradas, acho que todos nós nos tornamos trocadores."


Imagine um relacionamento em que ambos os parceiros estão sempre satisfazendo as necessidades um do outro. Quando ocorre uma briga, os dois são os primeiros a dizer "sinto muito, foi culpa minha".

Um relacionamento em que ambos vivem suas vidas pensando no que será melhor para o parceiro. É evidente que os trocadores e tomadores também estão à procura de doadores; logo, se você é doador, procure um doador para você, porque você merece.

Se você se reconhecer como trocador ou tomador, então, antes de mais nada, parabéns por ser tão sincero com você mesmo. É claro que, em vista das qualidades afetivas do doador e de ele ser tão voltado a prestar serviço, também é do seu interesse ter um parceiro que seja doador. Mas peço que você reflita sobre duas coisas:

Para começar, os doadores nunca ficarão inteiramente felizes a não ser que você lhes dê o mesmo apoio que eles dão a você. Eles acabarão por sentir-se esgotados, e talvez até o abandonem.

Segundo estudo recente de Amie Gordon, da Universidade da Califórnia em Berkeley, as pessoas que sentem mais gratidão em seu relacionamento também sentem-se mais próximas do parceiro, mais satisfeitas com o relacionamento, e tendem a apresentar comportamentos mais construtivos e positivos no relacionamento.

Em última análise, para ter um relacionamento positivo que o beneficie, você vai querer que seu parceiro seja feliz e vai querer lhe dar apoio em troca.

Em segundo lugar, como o livro de Grant delineia com clareza, os doadores são as pessoas que acabam sendo as mais bem-sucedidas e mais felizes, desde que ninguém se aproveite delas.

Muitas pesquisas hoje mostram que um estilo de vida composto de gentileza e prestação de serviços a outros resulta em mais realização pessoal, além de saúde e felicidade. Logo, se você quiser ser feliz e bem-sucedido, é preciso que seja ou que se torne um doador.

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