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Luto e traição: livro que Gabriel García Márquez quis destruir é lançado 10 anos após sua morte

Em 17 de abril, completam-se dez anos da morte do ganhador do Nobel

Gabriel García Márquez: autor disse que livro não era bom o suficiente para publicação (AFP/ Yuri Cortez)

Publicado em 6 de março de 2024 às 14h14.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 11h37.

"Em agosto nos vemos", publicação póstuma de livro inédito de Gabriel García Márquez, chega às livrarias brasileiras nesta quarta-feira, 6, dia em que o escritor colombiano completaria 97 anos. Em 17 de abril, completam-se dez anos da morte do ganhador do Nobel. Em breve, o romance "Cem anos de solidão" ganhará uma produção audiovisual da Netflix.

No entanto, é possível que nenhum dos dois lançamentos agradasse muito a Márquez. Isso porque ele disse que não queria adaptações visuais de sua obra, e foi explícito a sua família que "Em agosto nos vemos" não deveria ser publicado. Para ele, o livro não era bom o suficiente e seus originais deveriam ser queimados.

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O romance, encerramento da trilogia “sobre o amor na idade madura”, que começou com os romances “Do amor e outros demônios” (1994) e “Memória de minhas putas tristes” (2004), conta a história de Ana Magdalena, uma mãe que viaja todo mês de agosto para visitar o túmulo da mãe, e, durante uma de suas viagens, trai seu marido com um homem no bar do hotel em que está hospedada.

Os filhos de Gabo, Gonzalo e Rodrigo García Barcha, disseram em coletiva de imprensa que não houve nenhuma pressão financeira para que publicassem "Em agosto nos vemos", mas que o livro "pareceu melhor do que recordavam" e decidiram contrariar o desejo do pai, que enfrentava problemas de saúde, como demência e câncer, antes de sua morte em 2014.

Já a série de "Cem anos de solidão" foi anunciada em 2020, ganhou teaser em outubro de 2022, mas ainda não tem data de estreia. Segundo Rodrigo, a produção terá elenco latino, será filmada na Colômbia e será falada em espanhol, com duração total de vinte horas. Em 1982, Gabo explicou sua resistência à adaptações para as telas. "Meu desejo é que a comunicação com meus leitores seja direta, por meio das letras que escrevo para eles, para que imaginem os personagens como quiserem - e não com o rosto emprestado de um ator na tela".

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