Mercado de luxo: sete em cada dez fundos manterão investimento
Moda, cosméticos e perfumes devem ser setores mais beneficiados, mesmo com a crise causada pela pandemia do coronavírus
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Ivan Padilla
Publicado em 13 de julho de 2020 às 12h38.
São muitos os novos fatores na equação do mercado de luxo: queda nas vendas devido à quarentena, políticas protecionistas como consequência de novos acordos comerciais e aumento do uso de mídias digitais. Mesmo nesse cenário de incerteza causado pela pandemia do novo coronavírus , sete em cada dez fundos devem manter seus investimentos no segmento de alto consumo.
Esse é o resultado do estudo Global Fashion & Luxury Private Equity and Investors Survey 2020, da consultoria Deloitte , divulgado nesta segunda-feira. A pesquisa, que analisa as tendências do mercado de luxo no mundo, apontou os setores dentro do mercado de luxo que devem continuar recebendo aportes. São principalmente vestuário e acessórios, cosméticos e perfumes e o chamado luxo digital.
A recuperação se dará a médio prazo. Após a queda brusca de vendas em 2020 devido ao impacto da covid-19, o mercado de bens pessoais de luxo deverá atingir, até 2025, 1,1 vezes o nível de vendas registrado em 2019. Segundo o estudo da Deloitte, os setores de hotelaria, cruzeiros, móveis, relógios e joias serão os mais afetados. A venda de cosméticos, perfumes e aviões particulares sofrerá menos impacto.
Em relação à recuperação no período pós-pandemia, hotelaria, moda, acessórios e cosméticos terão uma retomada mais rápida, beneficiando-se da reabertura de fronteiras e do aumento das vendas on-line. O ritmo, claro, vai variar de acordo com a região. No setor de bens pessoais de luxo, espera-se que a Europa e os Estados Unidos sofram uma maior contração da procura, com queda esperada nas vendas de 30% a 40% e tempo de recuperação entre 12 a 18 meses.
Até o começo do ano, o mercado de luxo estava aquecido. Em 2019 foram registradas 271 operações de fusões e aquisições, seis a mais em relação ao ano anterior. O setor de hotelaria liderou a movimentação, com 43% do total. O maior negócio foi a aquisição da joalheria Tiffany pelo grupo LVMH, por 16,2 bilhões de dólares.
Ásia e Oriente Médio devem ter uma recuperação mais rápida, principalmente na indústria da moda, como já vendo sendo observado. A pandemia tem obrigado as marcas a adotar novas tecnologias, como uso maior de big data, inteligência artificial e internet das coisas. O cenário é propício para que empresas de luxo adquiram startups com atuação na área digital.
A loja física, no formato tradicional, deve mudar. De ponto de venda, deve se transformar em ponto de contato, no formato conhecido por guide shop. Lá, o cliente pode conhecer os produtos e até provar as roupas, mas finaliza a compra pela internet.