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Mercado de arte no Brasil cresce com colecionadores

Segundo um relatório conjunto, os negócios das galerias de arte brasileiras cresceram 44% nos últimos dois anos

Segundo a Abact e Apex, o preço das obras contemporâneas de menor custo é de cerca de 550 dólares, o que segundo eles contribui para a "democratização da arte" (©AFP / Yasuyoshi Chiba)
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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 16h26.

São Paulo - Artistas jovens em ascensão, consagrados que vendem quadros por milhares de dólares, colecionadores que investem em obras e uma quantidade de galerias que aumenta a cada dia: o efervescente mercado de arte no Brasil cresce impulsionado pelo vigor da sexta maior economia do mundo.

"Temos um aumento incrível das vendas, dos compradores e dos colecionadores e tudo isso faz com que o Brasil seja um mercado muito próspero e com possibilidades", disse à AFP Eliana Finkelstein, uma das diretoras da galeria Vermelho em São Paulo.

Finkelstein preside a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), que em 2007 associou-se à agência oficial de promoção de exportações, Apex, para representar cerca de 40 galerias.

O objetivo é promover artistas internacionalmente, fazê-los participar de feiras e exposições, buscar alianças e atrair novos compradores. Para o período 2011-2013, conta com um orçamento de 500.000 a 750.000 dólares.

Segundo um relatório conjunto, os negócios das galerias de arte brasileiras cresceram 44% nos últimos dois anos enquanto em 2011 as exportações de arte atingiram um recorde de 60 milhões de dólares. O melhor desempenho anterior tinha sido em 2009, com 38,5 milhões de dólares.

"Há um bom momento na economia brasileira e isso impulsiona o mercado de arte", disse à AFP Ricardo Trevisan, da Casa Triângulo, uma sala paulista que este ano participa de feiras de arte de Madri, Hong Kong, Londres e Miami.

Com mais recursos no Brasil, a cosmopolita capital paulista atrai visitantes estrangeiros, feiras de arte e leilões com os quais pretende destacar-se no mapa mundi da cena artística e nos negócios.

A última edição da feira SP-Arte, em meados de maio, apresentou um número recorde de 110 galerias, 27 delas estrangeiras. A partir de setembro, o pólo industrial e financeiro do Brasil receberá a trigésima edição da Bienal, com mais de uma centena de artistas de todo o mundo.


"É uma feliz coincidência", disse a jovem artista plástica Estela Sokol. "Muitos olhos estão olhando para o Brasil, não apenas porque está na moda, mas porque há uma produção de qualidade", disse à AFP em seu estúdio, rodeada por suas coloridas obras.

"Há um boom de arte brasileira", disse de Nova York Carmen Melián, especialista em arte latino-americana da casa de leilões Sotheby's, onde na semana passada foi leiloada por 1,58 milhão de dólares uma obra do carioca Sérgio de Camargo, quase duplicando seu preço inicial.

As obras de Camargo, assim como de outros artistas da primeira metade do século XX - Cândido Portinari ou Emiliano Di Cavalcanti, entre outros - são mais caras e estão geralmente destinadas a um público mais seleto, mas nos últimos anos a arte contemporânea tem atraído cada vez mais jovens.

"É um novo grupo de gente jovem que viaja, que sabe de arte. São 'novos ricos', mas têm bom gosto e não compram um quadro apenas porque combina com o sofá", comentou à AFP Adriano Casanova, da galeria Baró, um enorme e luminoso galpão em uma zona industrial de São Paulo.

Segundo a Abact e Apex, o preço das obras contemporâneas de menor custo é de cerca de 550 dólares, o que segundo eles contribui para a "democratização da arte".

Mas Adriano Casanova assegura que há "um bom grupo" que pode comprar "por muito mais dinheiro".

"Assim, os jovens artistas podem viver e produzir. Cada período necessita de seu mecenas e quanto mais mecenas, melhor", comemorou Melián, completando que agora não apenas os "super ricos" compram obras de arte.

O advogado de 30 anos Daniel Maranhão iniciou há alguns anos uma coleção de obras de artistas de Pernambuco. "Gosto de apreciar arte, mas não tenho tanto dinheiro, e por isso me preocupo em fazer bons investimentos. Mas se estivesse preocupado em ganhar dinheiro, compraria ações e não quadros", contou à AFP.

Marcio Gobbi, um dos donos da casa de leilões Lordello & Gobbi, disse por sua vez que há cada vez mais jovens entre o público que participa de seus eventos: "você compra um quadro e rapidamente ele vale mais do que o que você pagou", disse.

Entre os contemporâneos também há artistas que vendem a preços muito altos, como Beatriz Milhazes ou Adriana Varejão, cujas obras podem ser negociadas por até 500.000 dólares. "Tenho colecionadores jovens que investem segundo seu salário; há para todos os gostos", completou Gobbi.

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São Paulo - Artistas jovens em ascensão, consagrados que vendem quadros por milhares de dólares, colecionadores que investem em obras e uma quantidade de galerias que aumenta a cada dia: o efervescente mercado de arte no Brasil cresce impulsionado pelo vigor da sexta maior economia do mundo.

"Temos um aumento incrível das vendas, dos compradores e dos colecionadores e tudo isso faz com que o Brasil seja um mercado muito próspero e com possibilidades", disse à AFP Eliana Finkelstein, uma das diretoras da galeria Vermelho em São Paulo.

Finkelstein preside a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), que em 2007 associou-se à agência oficial de promoção de exportações, Apex, para representar cerca de 40 galerias.

O objetivo é promover artistas internacionalmente, fazê-los participar de feiras e exposições, buscar alianças e atrair novos compradores. Para o período 2011-2013, conta com um orçamento de 500.000 a 750.000 dólares.

Segundo um relatório conjunto, os negócios das galerias de arte brasileiras cresceram 44% nos últimos dois anos enquanto em 2011 as exportações de arte atingiram um recorde de 60 milhões de dólares. O melhor desempenho anterior tinha sido em 2009, com 38,5 milhões de dólares.

"Há um bom momento na economia brasileira e isso impulsiona o mercado de arte", disse à AFP Ricardo Trevisan, da Casa Triângulo, uma sala paulista que este ano participa de feiras de arte de Madri, Hong Kong, Londres e Miami.

Com mais recursos no Brasil, a cosmopolita capital paulista atrai visitantes estrangeiros, feiras de arte e leilões com os quais pretende destacar-se no mapa mundi da cena artística e nos negócios.

A última edição da feira SP-Arte, em meados de maio, apresentou um número recorde de 110 galerias, 27 delas estrangeiras. A partir de setembro, o pólo industrial e financeiro do Brasil receberá a trigésima edição da Bienal, com mais de uma centena de artistas de todo o mundo.


"É uma feliz coincidência", disse a jovem artista plástica Estela Sokol. "Muitos olhos estão olhando para o Brasil, não apenas porque está na moda, mas porque há uma produção de qualidade", disse à AFP em seu estúdio, rodeada por suas coloridas obras.

"Há um boom de arte brasileira", disse de Nova York Carmen Melián, especialista em arte latino-americana da casa de leilões Sotheby's, onde na semana passada foi leiloada por 1,58 milhão de dólares uma obra do carioca Sérgio de Camargo, quase duplicando seu preço inicial.

As obras de Camargo, assim como de outros artistas da primeira metade do século XX - Cândido Portinari ou Emiliano Di Cavalcanti, entre outros - são mais caras e estão geralmente destinadas a um público mais seleto, mas nos últimos anos a arte contemporânea tem atraído cada vez mais jovens.

"É um novo grupo de gente jovem que viaja, que sabe de arte. São 'novos ricos', mas têm bom gosto e não compram um quadro apenas porque combina com o sofá", comentou à AFP Adriano Casanova, da galeria Baró, um enorme e luminoso galpão em uma zona industrial de São Paulo.

Segundo a Abact e Apex, o preço das obras contemporâneas de menor custo é de cerca de 550 dólares, o que segundo eles contribui para a "democratização da arte".

Mas Adriano Casanova assegura que há "um bom grupo" que pode comprar "por muito mais dinheiro".

"Assim, os jovens artistas podem viver e produzir. Cada período necessita de seu mecenas e quanto mais mecenas, melhor", comemorou Melián, completando que agora não apenas os "super ricos" compram obras de arte.

O advogado de 30 anos Daniel Maranhão iniciou há alguns anos uma coleção de obras de artistas de Pernambuco. "Gosto de apreciar arte, mas não tenho tanto dinheiro, e por isso me preocupo em fazer bons investimentos. Mas se estivesse preocupado em ganhar dinheiro, compraria ações e não quadros", contou à AFP.

Marcio Gobbi, um dos donos da casa de leilões Lordello & Gobbi, disse por sua vez que há cada vez mais jovens entre o público que participa de seus eventos: "você compra um quadro e rapidamente ele vale mais do que o que você pagou", disse.

Entre os contemporâneos também há artistas que vendem a preços muito altos, como Beatriz Milhazes ou Adriana Varejão, cujas obras podem ser negociadas por até 500.000 dólares. "Tenho colecionadores jovens que investem segundo seu salário; há para todos os gostos", completou Gobbi.

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