Leitor de clássicos, menino de 10 anos lança livro de poesia
Antonio Ventura leu os clássicos de Dante Alighieri, Miguel de Cervantes e Júlio Verne no original aos seis anos de idade
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2014 às 17h18.
Rio de Janeiro - Aos 6 anos, Antonio Perucelli Ventura, ou Toninho, como é chamado pela família e pelos amigos, conheceu o inferno, o purgatório e o paraíso de Dante Alighieri pelas mais de 400 páginas do clássico iltaliano A Divina Comédia. As obras-primas Don Quixote, do espanhol Miguel de Cervantes, e Vinte Mil Léguas Submarinas, do francês Júlio Verne, foram "devoradas" logo depois.
Hoje com 10 anos, Toninho saiu de Mococa, interior de São Paulo, para lançar o primeiro livro de poesias no circuito paralelo da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), no litoral sul fluminense, que chega ao quinto e último dia neste domingo (3). Dos quase 30 poemas que criou, 12 foram selecionados para o primeiro trabalho, intitulado Toninho, o Poeta A-Ventura. O primeiro poema do livro, ele compôs aos 5 anos.
“O Autor diz poemas que são cisnes maravilhosos que vivem no lago. Felizes”, declamou o menino. “É curtinho, pois foi o primeiro que fiz, e era muito novo”, justificou.
De todos os livros que leu, seus preferidos são poema épico Odisseia, do grego Homero, e Frankenstein, da inglesa Mary Shelley. “Frankenstein, porque gosto dessa matéria do homem tentando descobrir os segredos da vida pós-morte, e Odisseia, porque sou apaixonado por mitologia”, ressaltou Toninho.
O pai do menino poeta, Antônio Valente, que também é poeta, lançou na Flip o segundo livro simultaneamente ao do filho neste fim de semana, O Guardador de Abismos. Valente disse que ele e a mulher incentivaram o hábito da leiturta em casa desde muito cedo. “Sempre que dávamos um brinquedo, dávamos um livro também. Então, ele [Toninho] começou a escrever naturalmente.”
O gosto precoce pelos clássicos e o lançamento de um livro não é motivo de alarde para Toninho. “Para mim, é normal, parte do dia a dia. Gosto de escrever, porque, quando leio um livro, sinto que faço parte da história. Então, desejei que as pessoas se sentissem parte de uma história que eu mesmo fiz. É isso que motiva a escrever.”
Pela primeira vez na Flip, o escritor mirim adiantou que já tem o nome do próximo livro e pensa em voltar à feira literária. “Ainda é um esboço, mas pensei em Para as Montanhas do Amanhã. Quero escrever muitas histórias e poemas”, informou, animado.