Hollywood: futuro do cinema de terror é sangrento
Produtor Jason Blum é uma das referências contemporâneas deste gênero em Hollywood e vê um futuro além do susto fácil
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2015 às 09h49.
Los Angeles - O futuro do cinema de terror passa por olhar além do susto fácil e mostrar o horror de forma explícita e sangrenta, explicou à Agência Efe o produtor Jason Blum, cuja mão está por trás de "Atividade Paranormal", "Sobrenatural " e "Uma Noite de Crime".
Blum, de 46 anos, é uma das referências contemporâneas deste gênero em Hollywood, onde sua companhia, Blumhouse Productions, se tornou referência para o medo, e que neste ano estreará mais de uma dezena de filmes, o próximo deles, "A Entidade 2", que estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos .
"A chave para fazer um bom filme de terror é ter uma história dramática genial", explicou Blum, que demonstrou ter instinto para investir em produções de baixo custo (entre US$ 3 e US$ 5 milhões) muito rentáveis nas bilheterias, embora no começo tenha rejeitado títulos como "A Bruxa de Blair" (1999).
O filme sobre estudantes que viajam para uma floresta para documentar com seus câmeras a lenda da bruxa de Blair foi um inesperado sucesso que arrecadou mais de US$ 240 milhões e custou apenas US$ 60 mil. Blum, que trabalhava para a Miramax, deixou o filme escapar, mas com o tempo se recuperou.
Quando anos mais tarde Oren Peli apresentou um longa-metragem feito com apenas US$ 15 mil sobre uma presença demoníaca em uma casa, gravado com câmeras domésticas, decidiu assumir o risco.
Assim nasceu a saga "Atividade Paranormal", que arrecadou desde 2007 quase US$ 800 milhões nos cinemas, e cujo sexto longa estreará em outubro.
Blum espremeu o formato de falso documentário e gravações achadas, por ser econômico, realista e se conectar com a audiência.
"Área 51", "Cybernatural", "Plataforma do Medo" e "A Visita", que estreará em setembro, utilizam esse recurso, o mesmo de "A Entidade" e de sua segunda parte, embora só como elemento dramático para algumas cenas.
"Acredito que as gravações descobertas alcançaram o teto e penso que vamos ver menos assim. Acredito que as pessoas estão um pouco cansadas, embora seja o conteúdo que a maioria dos que têm menos de 25 anos veem na internet, onde gravam a si mesmos", comentou.
Atualmente Blum recomenda a filmagem tradicional sobre o formato de falso documentário, exceto em casos em que seja imperativo para a trama.
"Se sua vida está ameaçada, por que mostraria para uma câmera?", questionou Blum.
O produtor acredita que o gênero de terror caminha para um ciclo mais obscuro e visceral, alinhado com "A Morte do Demônio " e "Uma Noite de Crime", pensado em satisfazer os verdadeiros amantes do terror.
"Serão filmes mais sangrentos. Temos toneladas de (coisas) sobrenaturais e situações de medo que não são mostrados para a câmera, e acho que o gênero ficará mais 'hardcore'", afirmou.
Nessa linha é apresentado "A Entidade 2", um filme que recupera o diabólico Bughuul, uma espécie de homem do saco capaz de transformar crianças em impiedosos assassinos que gravam seus crimes atrozes em câmeras de vídeo caseiras.
"Não quero sugerir à audiência o que se passa, quero mostrar essas coisas horríveis", assinalou Blum.
"A Entidade 2" inclui imagens de mortes por choques elétricos, crucificações e até pessoas comidas vivas por ratos.
"Tentamos nos reinventar. Temos que tentar encontrar diferentes formas de assustar as pessoas e sentimos muita pressão. É um desafio constante", explicou o produtor, que considera que Bughuul poderia chegar a ser um ícone de terror cinematográfico como Jason ("Sexta-Feira 13") e Freddy ("A Hora do Pesadelo").
"Ele é muito prático, não se complica. É simples e cruel, e isso o torna muito aterrorizador", manifestou Blum.
Em "A Entidade 2", a ação se centra em uma mãe e seus dois filhos que fogem até um velho casarão em uma área rural dos EUA para se esconderem de um marido e pai abusivo, sem saber a terrível ameaça que os espreita em seu novo lar.
Los Angeles - O futuro do cinema de terror passa por olhar além do susto fácil e mostrar o horror de forma explícita e sangrenta, explicou à Agência Efe o produtor Jason Blum, cuja mão está por trás de "Atividade Paranormal", "Sobrenatural " e "Uma Noite de Crime".
Blum, de 46 anos, é uma das referências contemporâneas deste gênero em Hollywood, onde sua companhia, Blumhouse Productions, se tornou referência para o medo, e que neste ano estreará mais de uma dezena de filmes, o próximo deles, "A Entidade 2", que estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos .
"A chave para fazer um bom filme de terror é ter uma história dramática genial", explicou Blum, que demonstrou ter instinto para investir em produções de baixo custo (entre US$ 3 e US$ 5 milhões) muito rentáveis nas bilheterias, embora no começo tenha rejeitado títulos como "A Bruxa de Blair" (1999).
O filme sobre estudantes que viajam para uma floresta para documentar com seus câmeras a lenda da bruxa de Blair foi um inesperado sucesso que arrecadou mais de US$ 240 milhões e custou apenas US$ 60 mil. Blum, que trabalhava para a Miramax, deixou o filme escapar, mas com o tempo se recuperou.
Quando anos mais tarde Oren Peli apresentou um longa-metragem feito com apenas US$ 15 mil sobre uma presença demoníaca em uma casa, gravado com câmeras domésticas, decidiu assumir o risco.
Assim nasceu a saga "Atividade Paranormal", que arrecadou desde 2007 quase US$ 800 milhões nos cinemas, e cujo sexto longa estreará em outubro.
Blum espremeu o formato de falso documentário e gravações achadas, por ser econômico, realista e se conectar com a audiência.
"Área 51", "Cybernatural", "Plataforma do Medo" e "A Visita", que estreará em setembro, utilizam esse recurso, o mesmo de "A Entidade" e de sua segunda parte, embora só como elemento dramático para algumas cenas.
"Acredito que as gravações descobertas alcançaram o teto e penso que vamos ver menos assim. Acredito que as pessoas estão um pouco cansadas, embora seja o conteúdo que a maioria dos que têm menos de 25 anos veem na internet, onde gravam a si mesmos", comentou.
Atualmente Blum recomenda a filmagem tradicional sobre o formato de falso documentário, exceto em casos em que seja imperativo para a trama.
"Se sua vida está ameaçada, por que mostraria para uma câmera?", questionou Blum.
O produtor acredita que o gênero de terror caminha para um ciclo mais obscuro e visceral, alinhado com "A Morte do Demônio " e "Uma Noite de Crime", pensado em satisfazer os verdadeiros amantes do terror.
"Serão filmes mais sangrentos. Temos toneladas de (coisas) sobrenaturais e situações de medo que não são mostrados para a câmera, e acho que o gênero ficará mais 'hardcore'", afirmou.
Nessa linha é apresentado "A Entidade 2", um filme que recupera o diabólico Bughuul, uma espécie de homem do saco capaz de transformar crianças em impiedosos assassinos que gravam seus crimes atrozes em câmeras de vídeo caseiras.
"Não quero sugerir à audiência o que se passa, quero mostrar essas coisas horríveis", assinalou Blum.
"A Entidade 2" inclui imagens de mortes por choques elétricos, crucificações e até pessoas comidas vivas por ratos.
"Tentamos nos reinventar. Temos que tentar encontrar diferentes formas de assustar as pessoas e sentimos muita pressão. É um desafio constante", explicou o produtor, que considera que Bughuul poderia chegar a ser um ícone de terror cinematográfico como Jason ("Sexta-Feira 13") e Freddy ("A Hora do Pesadelo").
"Ele é muito prático, não se complica. É simples e cruel, e isso o torna muito aterrorizador", manifestou Blum.
Em "A Entidade 2", a ação se centra em uma mãe e seus dois filhos que fogem até um velho casarão em uma área rural dos EUA para se esconderem de um marido e pai abusivo, sem saber a terrível ameaça que os espreita em seu novo lar.