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Filme brasileiro "Cidade Pássaro" estreia em 190 países pela Netflix

O filme, que ainda não está nos cinemas por conta da pandemia, só vai estar disponível no Brasil no fim do ano

Filme brasileiro "Cidade Pássaro" estreia em 190 países pela Netflix (Youtube/Reprodução)

Filme brasileiro "Cidade Pássaro" estreia em 190 países pela Netflix (Youtube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de julho de 2020 às 13h59.

Última atualização em 29 de julho de 2020 às 19h34.

A partir desta quarta, 29, mais de 190 países - que compõem a base da Netflix em todo o mundo - começam a assistir a Cidade Pássaro. O filme só vai estar disponível no Brasil no fim do ano. A expectativa é tanto maior pelo desempenho do longa nas praças africanas. "Foi a Netflix África que propôs a compra para distribuição. Infelizmente, quando assinamos o acordo a Ancine ainda não havia ajustado suas normas à era da Covid 19", conta o diretor Matias Mariani.

Contratualmente, Cidade Pássaro tem de estrear em cinema e, quando houve o acordo com a Netflix, a agência ainda não havia começado a trabalhar nessa nova realidade dos cines drive-ins. Alguns filmes brasileiro estão estreando nessa nova janela. "Já existe uma fila muito grande de lançamentos. Vamos ter de esperar pela reabertura das salas e brigar pelo nosso espaço, o que com certeza não será fácil. E, embora o filme esteja entrando no streaming, já temos convite para o Festival de Lagos na Nigéria."

Mariani conversa pelo telefone da praia de Baleia, onde cumpre isolamento com as filhas de 8 e 4 anos. Cidade Pássaro é sobre um nigeriano que chega a São Paulo em busca do irmão. É o projeto de uma vida. "Começou a surgir quando eu era jovem e estudava no exterior. Vivi esse sentimento de me sentir um estranho, sem vínculo com a comunidade. O filme nasceu com um personagem estrangeiro, só depois ele virou nigeriano."

Enquanto pensava no personagem como estrangeiro, Mariani começou a pesquisar, há sete anos, quando os nigerianos desembarcavam na cidade. Ele começou a se interessar por essa cultura. Com a roteirista Francine Barbosa, deu aulas de português para nigerianos. A questão dos refugiados era sobre independência, sobrevivência. Descobriu a oralidade e musicalidade dos igbos.

Foi assim que surgiu o irmão que procura o outro, e ele é um matemático envolvido com uma máquina que antecipa resultados de jogos. O filme vira uma viagem pelo controle. Mariani nunca pensou em filmar com atores naturais. Teriam de ser profissionais, e dos melhores. Encontrou um no Canadá, outro na Royal Shakespeare Company, em Londres. Chikwwudi Iwuji e OC Ukuje. Cidade Pássaro estreou em Berlim, em fevereiro. Foi lá que ganhou elogios da crítica e chamou a atenção da Netflix.

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