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Ex-diretor do Louvre é preso por envolvimento no tráfico de antiguidades

Jean Luc-Martinez é acusado de fraude e lavagem de dinheiro; também foram detidos o conservador do departamento de antiguidades egípcias e um egiptólogo

Museu do Louvre (Marc Piasecki/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 27 de maio de 2022 às 12h44.

O ex-diretor do Museu do Louvre, Jean-Luc Martinez, foi preso na segunda-feira (23) sob suspeita de fazer parte de uma rede de tráfico de antiguidades. A notícia foi divulgada pela imprensa francesa nesta quinta (25). Martinez, que é historiador da arte, é acusado, entre outros crimes, de fraude e lavagem de dinheiro. Além dele foram presos também Vincent Rondot, conservador do departamento de antiguidades egípcias, e o egiptólogo Olivier Perdu.

A prisão aconteceu por causa de uma estela egípcia de 3300 anos, que teria sido roubada e atualmente está em exposição no Louvre Abu Dhabi, sede do museu parisiense nos Emirados Árabes. A antiguidade, feita em granito rosa, tem inscrições relativas ao faraó Tutankhamon. A estela tem o selo do faraó e foi comprada pelo Louvre Abu Dhabi em 2016, por oito milhões de euros. "É excepcional", disse o egiptólogo Marc Gabolde ao jornal Le Monde.

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Segundo o diário francês, a justiça acredita que a estela foi comercializada ilegalmente e que os negociantes falsificaram documentos relativos a centenas de peças com valor arqueológico, dando-lhes uma origem falsa.

Foi o próprio Marc Gabolde quem levantou a dúvida sobre a origem da peça. O egiptólogo reparou que no histórico de procedência da estela constava que ela tinha sido comprada nos anos 1930 por um oficial da marinha mercante alemã em um antiquário egípcio, o mesmo que aparece no caso de um sarcófago que teve origem adulterada antes de ser vendido ao Museu Metropolitan, de Nova York.

A suspeita de adulteração não levantou suspeita em Jean-Luc Martinez. As autoridades francesas agora tentam entender o que o antigo diretor do Louvre sabia sobre a origem da estela e por que ele não avisou as autoridades. A investigação prendeu, em março, um marchand alemão, um galerista e um colecionador franceses.

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