Cauda de baleia-jubarte (Julie Larsen Maher/Divulgação)
Daniel Salles
Publicado em 27 de setembro de 2020 às 06h27.
As baleias jubarte estão constantemente indo em direção ao norte. Oceanos mais quentes e gelo derretido podem ser a razão.
As baleias, que se movem entre a Antártica e as pontas do sul de três continentes, serão foco de um estudo de seis anos com verba de US$ 5 milhões sobre suas rotas de migração. O estudo será conduzido por oito instituições de pesquisa na América do Sul, África do Sul e Austrália.
“O comportamento migratório delas está mudando, estão indo cada vez mais para o norte”, disse Alakendra Roychoudhury, geoquímico ambiental da Universidade Stellenbosch, na África do Sul. “Se as condições físicas e químicas dos oceanos mudarem, o que acontecerá com as baleias?”
O estudo envolverá vários cruzeiros para as áreas de alimentação das baleias no Oceano Antártico e nas costas dos três continentes onde se reproduzem. O estudo vai combinar a migração histórica e dados de avistamento de baleias com a nova pesquisa para determinar o impacto dos oceanos mais quentes e do derretimento do gelo, o que pode mudar a natureza química do oceano, disse Roychoudhury por telefone na terça-feira.
Na África do Sul, as baleias jubarte, que pesam 30 toneladas na idade adulta, foram vistas em grande número, chamados de supergrupos, cada vez mais longe na costa oeste em direção à Namíbia.
“Isso nunca aconteceu antes”, disse Roychoudhury. “Na costa australiana, estão vendo coisas semelhantes.”
Roychoudhury elaborou o estudo com Brendan Mackey, diretor do Programa de Resposta à Mudança Climática Griffith da Universidade Griffith, na Austrália. Também participarão pesquisadores do Chile, Brasil, Equador e Panamá. O projeto contará com 16 pesquisadores em tempo integral.