Escritor uruguaio Eduardo Galeano já recebeu três prêmios do festival, que é considerado um dos mais prestigiosos da literatura (Carlos Alvarez/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2012 às 22h42.
Montevidéu - O escritor uruguaio Eduardo Galeano apresentou nesta terça-feira em Montevidéu seu novo livro, 'Los hijos de los días' com uma leitura de trechos da obra com referências a vários países da América Latina e aos desaparecidos políticos, além de críticas à igreja e ao FMI.
O 16° livro do autor de 'As veias abertas da América Latina' é um compêndio de 365 contos curtos, alguns de apenas cinco linhas, um por cada dia do ano, com referências a fatos relevantes, ou nem tanto, da história.
'Da cada dia nasce uma história porque somos feitos de átomos, somos feitos de histórias', disse Galeano.
A nova Constituição da Bolívia, que 'mudou a condição dos índios de mão de obra a filhos da pátria', ou a do Equador, 'que reconhece a natureza como sujeito de direito', foram reconhecidas na obra e na leitura que Galeano realizou no Teatro Solís, o mais importante do Uruguai.
O cantor argentino Juan Carlos Dávalos, o chefe inca Atahualpa, a história dos Maias, o Descobrimento da América, Che Guevara, Emiliano Zapata e Augusto Sandino são outros dos presentes no novo livro e que foram lembrados na apresentação de Galeano.
Também não faltaram críticas à Igreja e ao papa Bento XVI, ao general Francisco Franco, ao Fundo Monetário Internacional, às companhias petrolíferas e aos bancos internacionais.
'Ninguém escreveu tanto sobre o dinheiro, tendo tão pouco dinheiro', escreveu Galeano em referência a Karl Marx. Sobre John D.Rockefeller, 'rei do petróleo', escreveu que ele 'viveu quase um século mas em sua autópsia não foi encontrado nenhum escrúpulo'.
Outros temas como meio ambiente, crise econômica internacional, banqueiros, pobreza e os desaparecidos na América Latina foram outras das inspirações para os 365 contos do livro.