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Depois de 16 anos sem Copa, Colômbia vive febre com mundial

Da troca de figurinhas da Copa à reforma de praças para instalação de telões, os colombianos vivem uma espécie de “Copamania"


	Bogotá: pacotes de viagem para a Copa no Brasil estão esgotados desde abril
 (David Garzon/Stock.Xchng)

Bogotá: pacotes de viagem para a Copa no Brasil estão esgotados desde abril (David Garzon/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 15h05.

Bogotá - Depois de 16 anos sem participar de uma Copa do Mundo, o “regresso” da seleção da Colômbia ao campeonato que será realizado este ano no Brasil movimenta o dia a dia no país.

Da troca de figurinhas da Copa à reforma de praças para instalação de telões, os colombianos vivem uma espécie de “Copamania”.

Só em Bogotá foram investidos cerca de US$ 4 milhões na compra de 12 telões de alta definição para transmissão das partidas em espaços públicos.

Segundo a Federação Internacional de Futebol (Fifa), depois dos brasileiros, os torcedores colombianos foram os que mais compraram ingressos entre os latino-americanos para o torneio deste ano.

No ranking de venda de ingressos entre estrangeiros, a Colômbia está em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, da Austrália, da Inglaterra. Mais de 33 mil ingressos foram reservados para colombianos.

Os pacotes de viagem para a Copa no Brasil estão esgotados desde abril.

Os preços para a primeira fase do Mundial chegaram a US$ 20 mil por pessoa, com tudo incluso, hospedagem, voos internacionais e internos e o ingresso da partida.

“O fato de serem tantas cidades-sede dificultou a logística e encareceu o pacote”, disse à Agência Brasil Ricardo Ossa, vice-diretor de uma agência de turismo em Bogotá. Mesmo assim, todos os pacotes da agência dele – considerados de alto luxo – foram vendidos.

Alguns colombianos resolveram explorar opções alternativas, como o estudante de ciência política Lukas Lezama.

Ele e quatro amigos irão de avião de Bogotá até a cidade colombiana de Letícia, que faz fronteira com Tabatinga (AM).

De lá, viajam em um barco até Manaus. “Serão três dias de viagem nesta parte”, explica.

Depois, eles seguem um roteiro extenso, passando por Cuiabá, Brasília e Rio de Janeiro, de ônibus. A viagem dos estudantes vai custar cerca de US$ 2 mil e eles ficarão hospedados em repúblicas e albergues.

“Somos fanáticos por futebol e queremos ver o Mundial na rua, com o povo brasileiro. E também queremos ver como vão ser os protestos, porque os movimentos sociais são muito importantes pra gente”, disse Lezama à Agência Brasil.

Para o diplomata Alessandro Candeas, da Embaixada do Brasil em Bogotá, colombianos e demais estrangeiros conhecerão um país que passou por intensas transformações nos últimos 20 anos.

Sobre os protestos e as manifestações que têm tomado conta de várias cidades brasileiras, ele diz que são movimentos próprios da democracia, de um país que está amadurecendo. “Os turistas vão encontrar um país que está vencendo, uma mistura de raças, e um lugar de oportunidades”, destacou.

Para quem vai ficar na Colômbia, as cidades preparam eventos públicos em parques e praças. Restaurantes e shoppings também vão transmitir as 64 partidas da Copa do Mundo.

A prefeitura de Bogotá prevê um público de 30 mil pessoas por dia acompanhando os jogos em cinco diferentes pontos da cidade. Para as partidas da seleção colombiana, a estimativa é de 50 mil torcedores nos pontos de concentração públicos.

Nos intervalos das partidas, serão exibidos filmes brasileiros. Também estão programadas atividades musicais e teatrais.

Em bares, restaurantes e centros comerciais, o movimento deve aumentar em 45%, segundo estimativa divulgada pela Federação Nacional de Comerciantes do país.

O comércio informal também está lucrando com a Copa. Nas ruas, vários quiosques vendem bolas, figurinhas, revistas, perucas, buzinas e camisetas de seleções de futebol

Na região central de Bogotá, Fábio Trujillo vende camisetas falsificadas da seleção colombiana e de outros times como o do Brasil, da Argentina e da Espanha.

“Essa época é o apogeu do comércio de camisetas”, diz o vendedor que tem três funcionários e vende cada camiseta por 10 mil pesos (US$ 5). Ele estima que tenha ganhado, por dia, 800 mil pesos colombianos (cerca de US$ 400) com a venda dessas mercadorias.

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