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Da miopia a OYO: empresária cria marca de óculos voltada a projetos sociais

A coleção TOM, criada a partir de oito tonalidades de pele, terá o lucro das vendas doado, assim como o cachê dos participantes da campanha, que conta com Bob Wolfenson e Seu Jorge

O músico e cantor Seu Jorge, um dos participantes da campanha de TOM. (Bob Wolfenson/Divulgação)
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Julia Storch

Publicado em 12 de março de 2021 às 06h19.

Última atualização em 12 de março de 2021 às 18h21.

Foi a partir do diagnóstico de 5 graus de astigmatismo do filho que a empresária e comunicadora Helena Augusta decidiu apostar no mundo do eyewear . Junto com uma amiga, formaram sociedade e criaram a OYO For Us (se lê ôio, como uma criança diria olhos), mas com o propósito de ser uma marca focada em projetos sociais. A causa? A visão infantil. Em conversa à Casual, Helena conta sobre as ações sociais e novos lançamentos da marca.

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“Aos 3 anos de idade eu já usava óculos de 6 graus, hoje em dia operei os olhos, mas já cheguei até aos nove graus de miopia”, conta a empresária que também possui uma agência de assessoria de imprensa. Seu filho, ao entrar na escola, apresentava dificuldades no processo de alfabetização. A causa foi logo descoberta: o pequeno precisava de óculos. “A mãe de uma colega do meu filho, que é oftalmologista, a Dra. Lúcia B. Passos, comentou que queria ter um projeto social para corrigir a visão das crianças, para um futuro melhor delas. Mas, para isso acontecer, precisava que uma marca apoiasse. Então, decidi que eu criaria essa marca, assim nasceu a OYO”, conta a empresária.

Com investimento inicial de 250 mil reais, a marca nasceu em 2019 com um propósito: a cada um par de óculos vendido, outro era doado. Em menos de um ano, foram distribuídos mais de mil pares.

Porém, Helena percebeu que não adiantava apenas doar a armação. “Muitas vezes as famílias não têm condição de fazer a lente, ou até mesmo conseguir uma consulta oftalmológica”, comenta. Assim, em 2020, nasceu o projeto Adote uma Visão, em que 5% dos lucros da marca são destinados ao processo de triagem, consulta e confecção da armação e lente para crianças de 4 a 10 anos. “Mas, muitas vezes os irmãos dessas crianças, acima dessa faixa etária, e até os pais são beneficiados”, conta Helena sobre a edição do projeto realizada no ano passado em parceria com o Unibes em São Paulo, em que, das450 crianças que foram atendidas 15% precisavam de óculos..

Nesta semana, a marca decidiu dar mais um passo na inclusão. Com a coleção TOM, serão lançadas nesta semana oito cores de óculos baseadas nas tonalidades de pele dos brasileiros. A ideia surgiu quando Helena se referiu a um óculos bege, como “nude”, e percebeu o quanto sua fala não era adequada. Com a parceria da amiga jornalista, Luiza Brasil, a dupla foi atrás das cores dos acetatos que mimetizam com as peles. “O batismo de TOM, se refere à cor da pele e também ao tom que você dá para a sua vida”, conta.

As oito cores de óculos da coleção TOM. A armação sai por R$ 440. (Bob Wolfenson/Divulgação)

A campanha traz oito personalidades clicadas por Bob Wolfenson, cada uma usando o TOM que se aproxima de seu tom de pele, do marrom escuro ao bege rosado. O músico e cantor Seu Jorge, comenta que “a ação permite não só que a criança melhore sua visão, mas também tenha um visual descolado. Ela se livra do bullying, porque as armações da OYO motivam a autoconfiança e dão a personalidade da criança”. Isso porque, as crianças têm a possibilidade de escolher a armação que irão ganhar. “Eu fui uma criança que usava óculos, e sempre sofri bullying de ‘quatro olhos’. Acho que se a criança usará óculos, que este seja o modelo que gosta”, completa Helena.

Todos os envolvidos na campanha doaram seus cachês para o projeto da marca. “Quando você participa de algo que faz sentido, que tem uma missão e que vai beneficiar tanta gente, você faz com gosto”, disse Wolfenson. Além disso, todo o lucro das vendas de TOM será doado.

Com bons resultados em 2020, a marca se dedicou ainda mais no e-commerce, e acaba de inaugurar uma prova de óculos online através de foto e vídeo, que vale o investimento de 25 mil dólares ao ano. “Essa tecnologia veio para nossos clientes fora de São Paulo, que não conseguem provar os óculos fisicamente. Aqui na capital, enviamos uma malinha com 16 opções de armação para prova, 99% dos envios acabam em venda”, conta. Além disso, a OYO também passou a oferecer a fabricação das lentes.

Para 2021, a marca nativa digital pretende abrir seu primeiro ponto de venda, “ou mais de um”, Helena se autocorrige ao lembrar da rodada de investimentos que abrirá em breve. “Esperamos o investimento de 3 milhões de reais para os próximos 3 anos”. Crescimento que, para a empresária, afeta diretamente na educação e futuro das crianças auxiliadas.

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