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Crise no luxo: grupo LVMH desiste de comprar a joalheria Tiffany

A aquisição da icônica grife seria o maior negócio já feito no segmento de alto consumo e foi cancelada pela imposição de taxas aduaneiras

A loja da Tiffany na 5a Avenida, em Nova York: um símbolo americano (Nicolas Economou/AFP)

A loja da Tiffany na 5a Avenida, em Nova York: um símbolo americano (Nicolas Economou/AFP)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 9 de setembro de 2020 às 08h59.

Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 11h28.

Depois de muitos meses de indefinições, negociações e especulações, o grupo LVMH desistiu da compra da joalheira americana Tiffany & Co, um negócio no valor de 16 bilhões de dólares.

O acordo entre as duas gigantes foi o grande anúncio do mercado de luxo do ano passado. A crise econômica em decorrência do novo coronavírus afetou a indústria como um todo este ano. Mas a principal razão seria a intenção dos Estados Unidos de avançar com tarifas aduaneiras sobre produtos franceses, segundo a Bloomberg.

A dona de grifes icônicas como Louis Vuitton, Bulgari e Möet Chandon afirma que o governo francês enviou uma carta pedindo o adiamento do negócio para depois de 6 de janeiro de 2021. A Tiffany também já havia pedido mais tempo para fechar a compra, inicialmente prevista para o mês passado, atirando-a para o mês de novembro.

A Tiffany está processando o grupo LVMH em um tribunal de Delaware por atrasos no acordo, segundo informou o Financial Times. A alegação era que a empresa francesa controlada pelo bilionário Bernard Arnault deliberadamente havia paralisado as aprovações regulatórias, como um esforço para renegociar o preço de aquisição.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aumentar os impostos sobre as importações de produtos franceses e europeus em retaliação aos subsídios do governo ao fabricante de aviões Airbus. As tensões também aumentaram com as tentativas da União Europeia de taxar as receitas dos gigantes americanos da tecnologia.

Fora das negociações e com um olhar sobre o simbolismo das marcas, o que fica para os americanos, por ora, é um sentimento de orgulho ao manter a icônica grife nascida em Nova York sob sua bandeira.

 

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