Crianças obesas têm risco até 40% maior de enfarte
A pesquisa teve como base 63 estudos anteriores que analisaram 49.220 crianças e adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2012 às 09h37.
São Paulo - A obesidade infantil pode trazer mais riscos do que se supunha anteriormente. Uma revisão de estudos feita pela Universidade de Oxford concluiu que crianças obesas têm um risco de 30% a 40% maior de, no futuro, sofrerem enfarte ou outras doenças isquêmicas cardíacas, em comparação a crianças com índice de massa corpórea (IMC) normal.
A pesquisa teve como base 63 estudos anteriores que analisaram 49.220 crianças e adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos, moradores de países desenvolvidos. Os resultados foram publicados na edição desta quarta-feira da revista científica British Medical Journal.
De acordo com o estudo, as crianças obesas e com sobrepeso apresentam maior pressão arterial e maior concentração de colesterol e de triglicérides no sangue. Esses são alguns dos fatores responsáveis por elevar os riscos cardiovasculares desse grupo, em relação ao grupo com peso normal.
Impacto
O resultado da maior prevalência de obesidade entre as crianças nos últimos anos provoca impacto nos consultórios dos cardiologistas, de acordo com o médico João Vicente da Silveira, do Hospital São Luiz. Estamos observando que os jovens estão tendo doenças cardiovasculares cada dia mais cedo, diz o cardiologista. Ele acrescenta que os grandes vilões são comida em excesso e sedentarismo.
Enquanto os riscos cardiovasculares passam a ser mais significativos apenas quando a criança entra na fase adulta, a obesidade infantil também representa risco imediato, de acordo com a endocrinologista Claudia Cozer, diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Ela conta, por exemplo, que é cada vez mais comum crianças e adolescentes desenvolverem a diabete do tipo 2 e também níveis elevados de ácido úrico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.