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Corolla Cross mantém fórmula discreta para conter avanço dos chineses

SUV médio da Toyota não liga para a liderança do Jeep Compass, mas sim para o apelo dos híbridos e elétricos de BYD, GWM e Volvo

Corolla Cross 2025: lanternas e rodas redesenhadas (Toyota/Divulgação)
Rodrigo Mora

Repórter de automobilismo

Publicado em 27 de abril de 2024 às 07h26.

Por ser um SUV, categoria mais desejada do mundo há pelo menos uma década, e ainda por cima da Toyota , marca japonesa sinônimo de qualidade e confiabilidade e com algum status, o Corolla Cross tem credenciais poderosas para se destacar entre os utilitários médios. É um dos segmentos mais efervescentes do momento.

Talvez por isso as atualizações para a linha 2025 tenham sido modestas.

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Na parte externa, conjuntos óticos dianteiro (full-LED nas versões XRX, XRX Hybrid e GR-Sport) e traseiros redesenhados, grade e para-choque remodelados e novas rodas. Na cabine, painel digital com tela configurável de 12,3 polegadas, carregador de celular por indução, forro do teto em tecido, abertura e fechamento da tampa do porta-malas elétricos e, mais importante e reivindicado, freio de estacionamento eletrônico substituindo o freio mecânico de pedal.

Nada de novo na parte mecânica, como fez o Compass. Há sete anos no topo dos SUVs médios mais vendidos,o SUV médio da Jeep se empenhou mais para manter a liderança: ganhou conteúdo, baixou de preço e, o mais importante, recebeu um novo motor 2.0 de 272 cv reservado às versões Overland e Blackhawk.

Com 123 cv e um câmbio do tipo CVT, a proposta do Corolla Cross passa longe da esportividade agora atribuída ao Compass. No SUV da Toyota não se busca a emoção, mas sim administrar a energia que alimenta os dois motores elétricos e assim alcançar médias próximas de 15 km/l no ciclo urbano. O interior é um ambiente silencioso, confortável e espaçoso. Os novos equipamentos tornaram a experiência a bordo ainda mais tranquilizante.

Ocorre que o Jeep não incrementou sua oferta para conter o avanço do Toyota, tampouco este evoluiu para conquistar a liderança. Desembarcando quase ao mesmo tempo nas respectivas concessionárias, líder e vice-líder do segmento começam a se defender da escalada dos modelos chineses – sobretudo BYD Song Plus e GWM Haval H6.

Invasão chinesa

Na virada da década passada, carros populares importados da China começaram a desembarcar no Brasil com uma receita teoricamente imbatível: oferecer mais equipamentos do que Gol, Celta, Palio e companhia custando, quando não menos, o mesmo preço. Donde saiu o termo “invasão chinesa” – que nunca se concretizou, vista a qualidade bastante inferior dos produtos e do atendimento de empresas como Lifan, Effa, Chery e JAC.

Uma verdadeira “invasão chinesa” se desenrola agora, mas com híbridos e elétricos luxuosos substituindo populares frágeis e mal-acabados.

Por ora, as protagonistas são BYD e GWM. Em agosto de 2021, a Great Wall Motor comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), onde a alemã montou os modelos Classe C e GLA entre 2016 e o fim de 2020. Na sequência, anunciou dois ciclos de investimento: R$ 4 bilhões de 2022 a 2025 e R$ 6 bilhões entre 2026 e 2032. Prevista para o próximo semestre, a produção nacional será inaugurada por um SUV (ainda não definido) da linha Haval.

Que pode ser o H6, hoje importado. Na versão HEV, de R$ 214 mil, o SUV traz um conjunto híbrido do tipo autorrecarregável. Combinados, o motor 1.5 turbo (gasolina) e o elétrico somam 243 cv e 54 kgfm de torque e levam o modelo aos 100 km/h em 7,9 segundos, segundo dados da GWM. A marca não revela dados de consumo, mas durante o evento de lançamento do SUV promoveu uma competição de economia de combustível entre os jornalistas, e a dupla vencedora chegou a 24 km/l.

O Haval H6 PHEV, híbrido do tipo plug-in, custa R$ 279 mil e traz dois motores elétricos, um em cada eixo, e o mesmo motor 1.5 turbo. Juntos chegam a 393 cv de potência e 77,7 kgfm de torque.

A BYD havia prometido R$ 3 bilhões para começar a fabricar carros híbridos e elétricos no Brasil. No último mês, anunciou mais R$ 2,5 bilhões para Camaçari (BA), de acordo com a empresa seu maior polo industrial fora da China.

Os primeiros BYD nacionais chegam no fim do ano, e dois deles serão o elétrico Yuan Plus e o híbrido Song Plus, SUVs de porte semelhante ao de Compass e Corolla Cross e que custam R$ 230 mil.

Quando se acreditava que 2023, ano marcado por uma avalanche de lançamentos e pelo desembarque irreversível das chinesas, vêm as marcas Omoda e Jaecoo, ambas do grupo Chery, anunciar em dezembro que estão chegando com SUVs híbridos e elétricos.

Perto de estrear no Brasil, o Volvo EX30 será outro desafio para Compass e Corolla Cross. Partindo de R$ 230 mil, o SUV 100% elétrico é baseado na plataforma Sustainable Experience Architecture (SEA), desenvolvida pela Geely, dona da marca sueca. Portanto, apesar do estilo escandinavo, o EX30 virá...da China.

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