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Chay Suede e Paloma Bernardi estrelam comédia “Lascados”

Primeiro longa de Vitor Mafra foi rodado em apenas 23 dias, na sua maioria no interior do Espírito Santo

Trecho do filme "Lascados", de Vitor Mafra: filme conta com os atores Chay Suede, Paulo Vilela e José Trassi (Reprodução/Trailer)

Trecho do filme "Lascados", de Vitor Mafra: filme conta com os atores Chay Suede, Paulo Vilela e José Trassi (Reprodução/Trailer)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 17h20.

São Paulo - Vitor Mafra foi um dos diretores da primeira equipe de criação da MTV Brasil (1990-2013), canal de música que se tornou um dos símbolos daquela década, fomentando não só a produção audiovisual como o rock e o pop nacional.

Neste sentido, os anos 1990 também foram prolíficos na popularização dos mais diversos ritmos musicais: lambada, sertanejo, axé, pagode, entre outros.

Até certo ponto, esta salada sonora está presente no primeiro longa de Vitor, Lascados, uma produção independente rodada em apenas 23 dias, na sua maioria no interior do Espírito Santo, região pouco explorada pelo cinema nacional.

A razão deste frescor no cenário está no autor do argumento, o jovem ator Manoel Batista –ele interpreta o soldado Sabonete–, um capixaba de São Mateus.

Ele bateu na porta de várias produtoras de São Paulo até que o produtor Marcelo Braga aceitasse o desafio de filmar a sua ideia de "road movie", roteirizada por Emílio Boechat e Marília de Toledo.

A história traz três amigos paulistanos, Felipe (Chay Suede), Deco (Paulo Vilela) e Burunga (José Trassi), que querem viver uma última aventura juntos, antes de cada um seguir a sua vida, após o término do ensino médio.

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O trio decide curtir o Ccarnaval de Salvador em 1994 e, para isso, sai da Mooca –sim, prepare-se para os sotaques forçados e caricatos– e pega a estrada com a Kombi de cachorro-quente da mãe de Felipe (Dafne Michellepis).

Como é de se esperar, várias surpresas aparecem no meio do caminho, desde uma dupla de policiais corruptos à icônica figura do chupa-cabra.

Entre isso, também cruzam a trajetória deles o borracheiro, e provável assassino, Jeová (Guilherme Fontes), seu filho fanho e manco, Denis (João Côrtes), e a sedutora e misteriosa Cenilde (Paloma Bernardi).

A descrição revela o quanto os estereótipos são utilizados – e abusados – no decorrer do longa, como a maneira mais fácil de se obter o humor simples desejado. Após um início um tanto desanimador, esse tom cômico é acertado e o filme parece engrenar.

E, embora faça uso de padrões um pouco ultrapassados, é louvável o cuidado da equipe em não pesar a mão no linguajar e nas cenas românticas, já que o público visado é o infanto-juvenil. Vale lembrar que, para atingir as crianças, há até a inclusão de referências a contos de fadas clássicos.

Mesmo assim, o roteiro carece de elaboração e falta uma dinâmica maior à direção, especialmente por se tratar de um filme jovem.

Por outro lado, o elenco não compromete: dois dos estreantes no cinema, Paloma Bernardi e João Côrtes, dão conta de seus papéis, apesar do fascínio declarado de ambos pela nova experiência; Veridiana Toledo rouba a cena em suas poucas cenas como a Delegada; e José Trassi é o destaque do trio de protagonistas, fazendo o abilolado e carismático Burunga.

Se não chega a impressionar com sua atuação, é com suas canções, entre o pop e o folk, que integram a trilha sonora – também composta por algumas músicas da extinta banda de rock instrumental Pata de Elefante – que o galã adolescente Chay Suede atrai mais a atenção.

A presença dele e de outros nomes conhecidos do grande público deve garantir retorno de bilheteria à produção, que, apesar de ser apenas regular, tem como principal trunfo seu potencial de pioneirismo.

Seja como exemplo de produto independente, que consegue alcançar a grande massa, ou pela opção em focar em nichos e gêneros dificilmente explorados no cinema nacional, o desejo é que Lascados abra o caminho para que trabalhos melhores possam vir.

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