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Centro Pompidou cria museu itinerante para rodar pela França

O objetivo é levar arte moderna e contemporânea aos locais mais afastados de Paris

Centro Pompidou localizado em Paris (Wikimedia Commons)

Centro Pompidou localizado em Paris (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2012 às 10h40.

Paris - Situada no nordeste da França, a cidade de Cambrai, com seus 34 mil habitantes, acaba de receber a visita do Centro Pompidou Móvel, uma iniciativa que pretende levar arte moderna e contemporânea aos locais mais afastados da capital francesa em forma de museu itinerante.

'O espírito de nosso centro é ir ao encontro daqueles que não têm a chance de apreciar de forma cotidiana as obras de arte', afirma à Agência Efe o presidente do Centro Pompidou, Alain Seban.

'Um em cada dois franceses nunca pisou em um museu de Belas Artes e, por isso, criamos este projeto. Pretendemos fazer com que aqueles que visitem nosso museu queiram repetir essa experiência', completa o presidente do Centro Pompidou.

O que Seban define como 'uma experiência única em matéria de descentralização cultural' é também uma ideia pioneira na França, sendo que os primeiros resultados indicam, de acordo com os responsáveis, que está tendo muito sucesso.

A primeira etapa do projeto, realizada na cidade de Chaumont, contou com a presença de 35 mil visitantes, 22 mil pessoas a mais que os habitantes da vila. 'A maioria daqueles que vieram conhecer o museu itinerante voltaram para repetir a visita', explica Seban.

Após sua passagem pela cidade de Chaumont, o museu itinerante chegou a Cambrai. Instalado em pleno centro da cidade, entre a Prefeitura e a Câmara de Comércio, o Centro Móvel mais parece um circo visto de longe, já que conta com muitas cores e uma gigantesca tenda.

O arquiteto Patrick Bouchain, responsável pelo projeto, desenvolveu o espaço com a ideia de torná-lo acessível e o mais atrativo possível.

'Sempre dizemos que um circo é um recinto sem alicerces, que se situa no mesmo nível que as pessoas normais', resume o arquiteto.


A estrutura de 650 metros quadrados, que se divide em três módulos, pode ser montada em diferentes posições. Segundo Bouchain, o formato 'facilita a instalação e também se adapta melhor às necessidades de cada cidade'.

O museu itinerante apresenta uma verdadeira seleção de obras-primas do século XX, de autores como Pablo Picasso, George Braques e Alexander Calder, que foram escolhidas entre mais de 60 mil peças do Pompidou.

'Selecionar as peças que deveriam fazer parte deste projeto foi uma verdadeira tortura', admite a curadora da exposição, Emma Lavigne.

No total, foram selecionadas 15 obras de grandes gênios da pintura e da escultura contemporânea. Segundo Emma, o número é reduzido, porém, suficiente para que os visitantes possam assimilar e se apropriarem delas.

A entrada dos visitantes também é gratuita, já que o objetivo é transformar essa visitação ao museu em um evento 'festivo e que todos possam participar'. Um programa de mediação cultural também prevê a participação de alguns guias para facilitar a compreensão das obras.

'Acho que é um projeto que vai resgatar o frescor e a energia das obras de arte ambulantes', considera Seban, que acredita que, além disso, a iniciativa levará 'vigor' ao Centro Pompidou em Paris.

Com um orçamento de 400 mil euros (cerca de R$ 915 mil) por etapa, essa iniciativa é financiada em 50% pela Fundação Total e pelos atores regionais, formados por entidades públicas e patrocinadores privados.

O objetivo final deste projeto é promover e impulsionar a cultura na França, principalmente fora das grandes metrópoles. 'Queremos ser um catalisador capaz de oferecer dinamismo aos outros centros culturais dessas cidades onde iremos passar', resume o presidente do Pompidou.

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