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Bienal de São Paulo reúne arte para 'superar o impossível'

Espera-se que 1 milhão de pessoas compareçam à primeira edição pós-pandemia da Bienal, que tem entrada gratuita

Obra do Movimento de Artistas Huni Kuin (Mahku) na 35a Bienal de São Paulo. (AFP/AFP)

Obra do Movimento de Artistas Huni Kuin (Mahku) na 35a Bienal de São Paulo. (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 09h43.

A 35ª edição da Bienal de São Paulo, evento cultural de referência no país, apresentará, a partir de quarta-feira (6), obras como estratégias para enfrentar “as impossibilidades do mundo”.
Cerca de 1.100 obras de 121 artistas de diferentes partes do planeta, expostas em um pavilhão localizado no coração do Parque Ibirapuera, pulmão verde de São Paulo, tentarão responder questões transcendentais: como tornar possível o impossível? Quais são as soluções para essas impossibilidades?

“Os artistas aqui presentes vão além dessa impossibilidade e criam um possível dentro da impossibilidade, que pode ser superada olhando para a complexidade do mundo", disse à AFP Grada Kilomba, artista portuguesa que faz parte de uma equipe de quatro curadores que se propôs a agir de forma horizontal, buscando dissolver estruturas hierárquicas, para criar uma edição sem categorias.

Além de Grada, integram o quarteto com presença afro marcada os brasileiros Hélio Menezes e Diane Lima, e o espanhol Manuel Borja-Villel.

Com obras que datam dos séculos XVI-XVII e contemporâneas, a Bienal expõe, em um espaço de 30 mil m², uma visão crítica do colonialismo, da escravidão, das guerras e do racismo, mas também aborda a temática trans, entre outras.

Perto e longe

O público poderá ver um dos primeiros retratos de um homem trans, do pintor barroco espanhol Juan van der Hamem y León (1596-1631), e os tapetes coloridos e nuvens do sul-africano Igshaan Adams, as esculturas do salvadorenho Guadalupe Maravilla e o conjunto esculpido de escultores brasileiros e filipinos para criticar o colonialismo.

Também estará em destaque a distância e, ao mesmo tempo, a proximidade entre o povo indígena yanomami e refugiados palestinos em um campo na Cisjordânia. “São duas realidades separadas, mas que dialogam e coreografam impossíveis bastante similares", disse Hélio Menezes.

A Bienal, cuja primeira edição foi realizada em 1951, será apresentada até 10 de dezembro, sob a temática Coreografias do Impossível. "São dois termos antagônicos. Impossível implica o limite, aquilo que você não pode fazer. A coreografia implica uma inscrição no espaço que carrega um movimento, um relato e uma governança próprios", explicou Manuel Borja-Villel.

Espera-se que 1 milhão de pessoas compareçam à primeira edição pós-pandemia da Bienal, que tem entrada gratuita.

“Vamos ter que pensar todos juntos nessas soluções (para as impossibilidades). Acho que a arte é uma forma de ativar a sensibilidade de cada um, de fazer as pessoas pensarem e se perguntarem sobre várias dessas questões de forma indireta", disse o presidente da Bienal, José Olympio.

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