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Assédio a Eliza Dushku, quando tinha 12 anos, abala Hollywood

Atriz diz ter sido assediada pelo dublê Joel Kramer aconteceu durante a produção do filme "True Lies" (1994)

Eliza: agência Worldwide Production Agency informou que deixará de representar o dublê (Scott Eisen/Getty Images)

Eliza: agência Worldwide Production Agency informou que deixará de representar o dublê (Scott Eisen/Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 15h13.

Washington, 15 ene (EFE).- A agência Worldwide Production Agency informou nesta segunda-feira que deixará de representar o dublê de Hollywood Joel Kramer, após a atriz Eliza Dushku acusá-lo de assédio sexual durante a produção do filme "True Lies" (1994), quando ela tinha apenas 12 anos.

A agência de talentos "escolheu se separar" de Kramer com base nas acusações reveladas no fim de semana pela atriz, de acordo com um comunicado enviado à revista "Deadline".

"Tal comportamento é inaceitável e totalmente em desacordo com os padrões de conduta que exigimos de nós mesmos e esperamos dos nossos clientes", disse Richard Caleel, presidente e assessor-geral da agência.

Em uma publicação no Facebook, Eliza acusou Kramer de abusar sexualmente dela em um hotel de Miami (EUA) quando ela tinha 12 anos e ele 36, época em que ambos participaram das filmagens de "True Lies", dirigido por James Cameron e protagonizado por Arnold Schwarzenegger e Jamie Lee Curtis.

A atriz descreveu que Kramer, que era o coordenador de dublês do filme, tinha ganhado "metodicamente" a confiança dos seus pais durante meses, antes de se oferecer para levá-la para nadar em um hotel com piscina e depois provar o seu primeiro sushi.

"Lembro vividamente de como metodicamente criou as sombras e apagou as luzes; como colocou ar condicionado em níveis que pareciam de congelamento; de onde me colocou exatamente em uma das duas camas do quarto do hotel, que filme colocou na televisão ("Cônicos & Cômicos"); como desapareceu no banheiro e saiu, nu, sem nada mais que uma pequena toalha de mão que ficava curta na metade do seu corpo", relatou a atriz.

"Lembro de como me deitou na cama, me envolveu com o seu gigantesco corpo que se retorcia e se esfregou em mim. Ele pronunciou estas palavras: 'Não vai dormir agora, querida, pare de fingir que está dormindo', enquanto se esfregava mais forte e mais rápido contra o meu corpo catatônico. Quando tinha 'terminado', sugeriu: 'Acho que devemos ter cuidado... (sobre dizer a alguém o que tinha acontecido)'", continuou.

Eliza, que agora tem 37 anos, agradeceu a outros homens e mulheres no mundo de Hollywood por terem quebrado o tabu de narrar estes episódios, e lamentou que naquele momento seus pais, a quem contou o que aconteceu, não tenham sabido como agir.

Kramer disse que as acusações são "totalmente falsas" em declarações ao jornal "The Huffington Post".

"Estas denúncias são uma invenção bem elaborada pela Sra. Dushku. Não entendo o que motivou a Sra. Dushku a fazer esta declaração e espero que possa encontrar sua consciência para corrigir esta injustiça e devolver o meu bom nome", acrescentou o dublê.

A atriz Jamie Lee Curtis explicou em uma coluna no mesmo jornal que Eliza tinha lhe contado o incidente há alguns anos.

"Todos começamos a acordar diante do fato de que estes terríveis abusos, que agora têm se tornado comuns nas notícias diárias, aconteceram durante muito tempo", disse a atriz.

"A história de Eliza agora nos despertou do nosso sonho de negação para uma realidade nova e horrível. O abuso a crianças", afirmou.

Por sua vez, o diretor James Cameron disse que se tivesse sabido do ocorrido "não teria tido misericórdia" de Kramer.

"Obviamente, Eliza é muito corajosa por falar e acredito que são todas as mulheres que estão falando e pedindo uma prestação de contas agora", acrescentou o cineasta. EFE

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