Alta costura nos pés: sapatos da Zeferino voltam às mãos de Cristiano Rodriguez
Após cinco anos dedicados em projetos pessoais, o estilista e diretor criativo Cristiano Rodriguez retorna a Zeferino, marca que passou 10 anos construindo
Julia Storch
Publicado em 10 de março de 2021 às 16h52.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 17h53.
Com sapatos feitos à mão que podem levar até 45 dias para ficarem prontos e custar até 3.000 reais, a brasileira Zeferino acaba de anunciar o retorno de Cristiano Rodriguez como diretor criativo da marca. Após cinco anos dedicados à criação de sua própria marca, o estilista marca sua volta com o lançamento da coleção Outono Inverno. Em entrevista exclusiva à Casual, Rodriguez comenta sobre os novos passos da marca.
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Rodriguez adiantou suas inspirações para as 27 peças que serão lançadas na próxima segunda-feira (15). A nova coleção inclui pela primeira vez o coturno, além dos detalhes clássicos da marca como fivelas de couro forradas à mão, cores vibrantes e detalhes em tressê, técnica de trançado manual.
Quais foram seus projetos nos cinco últimos fora da Zeferino?
Fiquei mais de 10 anos na Zeferino, construindo o posicionamento da marca e as coleções. Mas, em 2016, senti a necessidade de novos ares e decidi tirar um ano sabático e empreender na minha própria marca. Quando crio, não penso apenas na coleção, mas no todo que envolve. Queria ter meu próprio negócio além da parte criativa.
Como você define a Zeferino?
Temos três pilares na marca: autoral, exclusivo e manual. Gosto sempre de reforçar essas qualidades. As pessoas buscam sempre por um produto novo, que tenha qualidade e não seja descartável, assim como as criações da Zeferino, que são feitas com cuidado. Eu tenho um TOC com qualidade e acabamento, nossos sapatos são de alta costura.
Quais foram suas inspirações para a primeira coleção de volta à casa?
Sou muito ligado nas redes sociais e nesses últimos tempos, por conta da pandemia, percebi muitas pessoas comentando sobre desejos de viajar. Então, me inspirei neste tema para a coleção: sobre a mulher do mundo, que está sempre viajando e que foi passar uma temporada em Paris. Essa mulher frequenta desde cafés até o underground da cidade. Quis seguir um lado lúdico mas ao mesmo tempo emocional, que traz esse desejo de explorar o mundo.
Além do desejo de viajar, que trouxe a ideia para a coleção, os sneakers da Twins For Peace foram uma inspiração que remete o conforto?
A mulher cada vez mais quer algo que combine estilo e praticidade e sentimos que, depois de 15 anos, caberia trazer um novo modelo. Termos adicionado os sneakers icônicos da Twins For Peace, na collab realizada em fevereiro, nos deu uma nova visão e experiência.
Algumas peças são inéditas, como o coturno, que nunca esteve no portfólio da marca. Quais outras novidades esta coleção traz?
Antigamente fazíamos mais de 150 modelos por coleção, o que deixava nossas clientes perdidas com tantos sapatos [risos]. Agora focamos em 27 modelos novos, é uma coleção mais enxuta, com um produto mais focado, que dialoga diretamente com os consumidores. Temos, por exemplo, um coturno com um lado mais pesado, mas com requinte, feito de couro de crocodilo, com zíper de metal e sola tratorada, além de tênis com detalhes em pink,slider em crocodilo com spikes, remetendo ao rock. Queria desmistificar o salto, que pode ser, sim, confortável. Assim, a coleção conta com saltos arquitetônicos e o retorno dos saltos finos.