Advogada de Amber Heard diz que atriz não tem condição de pagar US$ 8 milhões a Depp
Elaine Bredhoft acrescentou que planeja recorrer após júri do tribunal de Fairfax concluir que o astro de "Piratas do Caribe" conseguiu provar que foi alvo de difamação em artigo de Heard publicado no Washington Post em 2018
Agência O Globo
Publicado em 2 de junho de 2022 às 10h32.
Advogada de Amber Heard, Elaine Charlson Bredhoft disse ao Today Show nesta quinta-feira que a atriz "absolutamente" não é capaz de pagar US$ 8,35 milhões a Johnny Depp e planeja recorrer da decisão do Tribunal do Condado de Fairxfax, na Virgínia, EUA, divulgada na véspera. No final das contas, ambos foram condenados pelo júri, mas as indenizações foram estabelecidas em valores menores, com vantagem para Depp, que deverá receber US$ 10,350 milhões, enquanto deverá pagar a Amber US$ 2 milhões.
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— É uma mensagem horrível. É um revés, um revés significativo porque é exatamente isso que significa — disse Bredhoft sobre o veredicto. — A menos que você pegue seu telefone e filme seu marido ou seu companheiro batendo em você, efetivamente, você não vai fazer outros acreditarem [que aconteceu].
Para Bredhoft, o júri foi influenciado pelas reações de internautas em apoio ao astro de "Piratas do Caribe" nas redes sociais durante o julgamento, ocorrido entre 11 de abril a 27 de maio. O processo de difamação que um fez contra o outro terminou com condenação dupla, mas com vantagem no âmbito financeiro para Depp.
— Não há como eles [jurados] não terem sido influenciados. Foi horrível. Foi muito, muito desigual — disse a advogada. — É como o coliseu romano, como eles viram todo esse caso.
O júri do tribunal de Fairfax concluiu que o astro de "Piratas do Caribe" conseguiu provar que foi alvo de difamação no artigo de Heard publicado no Washington Post em 2018, em que ela se apresentou como uma "figura pública que representa a violência doméstica".
Enquanto ele pediu US$ 50 milhões em danos por um artigo da atriz publicado em 2018 no "Washington Post", em que Heard se descreveu como uma "figura pública que representa a violência doméstica", ela pediu US$ 100 milhões por uma declaração do então advogado de Depp, Adam Waldman, chamando suas acusações de "farsa".
Ao longo de seis semanas, o júri ouviu uma série de depoimentos, gravações de brigas do ex-casal, e viu imagens fortes do dedo ensanguentado de Depp após ele ter tido a ponta mutilada em 2015 na Austrália. Ele disse que a parte superior do dedo foi cortada quando Heard jogou uma garrafa de vodka nele. Heard negou, e disse que Depp a agrediu sexualmente naquela noite com uma garrafa de bebida. Ela disse que o golpeou apenas em situações para se defender ou defender a sua irmã.
Depp negou ter batido em Heard ou em qualquer mulher e disse que foi ela quem se tornou violenta em seu relacionamento. Ele disse que as alegações de Heard lhe custaram "tudo". O ator perdeu o papel do capitão Jack Sparrow num novo filme de "Piratas do Caribe" e foi substituído na franquia de filmes "Animais Fantásticos", um spin-off de "Harry Potter".
Depp perdeu um caso de difamação há menos de dois anos contra o jornal britânico "The Sun", que o rotulou de "espancador de esposas". Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidamente. Os advogados de Depp entraram com o caso no estado da Virgínia desta vez, por ser o local de impressão do "Washington Post", ainda que o jornal não tenha sido réu. Quanto a isso, a advogada de Heard lamentou que "uma enorme quantidade de provas" apresentadas no tribunal britânico não foi aceita nos EUA.
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