Drink Raikkyo, do Mica: vinho coreano de ameixa, jerez, rum e Campari e decorado com cebolinha (Mica/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 21 de maio de 2019 às 17h10.
Última atualização em 21 de maio de 2019 às 18h43.
São Paulo - Shissô, kimchi e peixe seco defumado agora aparecem nas receitas de drinques servidos em bares e restaurantes badalados. Saiba onde provar os coquetéis mais emblemáticos - e também saborosos - dessa onda
Rua Guaicuí, 33, Pinheiros, São Paulo
O acanhado bar dos mesmos donos do Pitico, situado na mesma rua, no Baixo Pinheiros, reabriu há pouco depois de uma reforma. Inaugurado há dois anos, somou-se ao imóvel vizinho e agora dispõe de mesas ao fundo e de mais um balcão. A vocação do endereço segue a mesma: preparar drinques e comidinhas de inspiração oriental.
A cargo da bartender Beatriz Coutinho, a carta de coquetéis lista sugestões que ostentam nomes como Kinpirá e Rakkyo. O primeiro leva vinho coreano, gim, óleo de gergelim e uma conserva feita com cenoura e bardana, uma raiz asiática. O segundo drinque é preparado com vinho coreano de ameixa, jerez, rum e Campari e decorado com cebolinha. Cada um dos coquetéis custa R$ 33.
Para equilibrar o álcool, a clientela costuma apostar nos sanduíches montados nos buns, aqueles pãezinhos cozidos no vapor. O de costela com picles de cenoura e nabo, ervas frescas e condimentos custa R$ 22. O udon acrescido de camarão, bacon e molho à base de feijão chinês sai por R$ 28.
Rua Fradique Coutinho, 153, Pinheiros, São Paulo
Inaugurado em 2015, o noodle bar do chef Thiago Bañares rapidamente virou um dos mais bombados de São Paulo - lotava assim que abria as portas e, invariavelmente, aglomerava uma multidão na calçada até a hora de fechar. Após uma reforma que lhe dobrou o tamanho, o Tan Tan reabriu no final do ano passado.
Mas sim, as filas continuam. Por isso é melhor se ater às novidades. Uma delas é o balcão no qual o bartender Douglas Peres pode preparar seus coquetéis com o espaço merecido. Uma de suas criações mais comentadas é o Yoichi Soul (R$ 33), união de vermute tinto, licor de framboesa, licor amaro, pisco, Angostura e peixe seco defumado, o mesmo que é utilizado na maioria dos caldos listados no cardápio. A R$ 36, o P&G combina pisco, louro, pera, limão e ginger ale.
Visitar o Tan Tan e não comer nada equivale a beber e sair dirigindo. Para abrir o apetite recomenda-se com entusiasmo a versão de Bañares para o steak tartare, feita com carne de wagyu misturada a pedacinhos de ostras e anchova desidratada (R$ 32), e o sanduíche de barriga de porco empanada (R$ 29).
Os noodles têm agora como base um caldo feito com carne bovina. Um dos mais pedidos é o Shoyu Ramen (R$ 45), que leva ainda tarê de shoyu, rosbife, cebolinha, alho poró e broto de bambu.
Rua Maria Angélica, 21, Lagoa, Rio de Janeiro
Do império criado por Eike Batista ruiu praticamente tudo, à exceção do restaurante aberto por ele em 2006 em parceria com o chef Sik Chung Lam, o Mr. Lam, do famoso Mr. Chow, em Nova York. Ainda com o encrencado empresário como sócio, o endereço segue ostentando cozinha competente.
Os dumplings, aqueles pastéis de massa cozidos no vapor, que podem vir recheados de camarão (R$ 29), fazem enorme sucesso para enganar o estômago. O famoso pato laqueado (R$ 192, para quatro pessoas) demora cerca de uma hora para ficar pronto.
Para quem não tem tanto tempo o Maracanã Prawns talvez seja uma opção de prato principal mais indicada. Leva camarões graúdos empanados, salteados com cebola e pimentões em molho de champanhe, laranja e leve toque de baunilha (R$ 120).
Um dos drinques com inclinação oriental une bourbon, sour mix, chá de Jasmin, xarope de gengibre e espuma de Yuzu (R$ 43). É o Mr Mule. O nome da versão do gim-tônica que junta infusão de zimbro, cardamomo, limão siciliano, alecrim e água tônica (R$ 69)? Thor GT, uma clara homenagem a um dos filhos de Eike.
Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 378, Barra Funda, São Paulo
Foi de última hora que o chef Paulo Shin escolheu apostar na culinária coreana em seu restaurante. Com passagens pelo extinto Le Coq Hardy e pelo D.O.M, do chef Alex Atala, ele se decidiu por ela quando o estabelecimento na Barra Funda já estava pronto.
Eleito o chef do ano pela revista “Veja São Paulo”, ele serve um menu-degustação a cerca de R$ 80. Começa com aperitivos como o kimchi, aquela acelga fermentada, que pode vir seguida, por exemplo, da barriga de porco tostada. Servida dentro de um caldo, a costela bovina ganha a companhia de arroz, nabo e salada (tome nota: recentemente, o Komah passou a abrir também para o almoço, servindo um menu executivo a R$ 47).
Assinada pelo bartender Vinícius Apolinário, a carta de drinques vai na mesma linha. A releitura dele do Bloody Mary, por exemplo, leva o nome de Kimchi Mary (R$ 31). Isso porque a pimenta é substituída pelo kimchi e o molho inglês dá lugar ao shoyu. A vodca segue na receita e a decoração na borda do copo é feita com um condimento seco japonês, o furikake.
Rua Bandeira Paulista, 383, Itaim, São Paulo
O requintado endereço é vizinho ao Nagayama e ao Nagayama Café, todos do mesmo grupo, encabeçado pelo empresário Mário Nagayama. Desde abril, o estabelecimento passou a dar mais atenção aos coquetéis com a entrada em cena de uma nova carta, desenvolvida pelo bartender Thiago Pereira.
Alinhada com os pratos, ela lista criações marcadas por ingredientes típicos da culinária japonesa. Tome de exemplo o Shissô Collins (R$ 31), feito com gim, espumante, shissô, licor de yuzu e limão tahiti. Já o Wasabi Sour (R$ 31) junta gim, saquê, calda de wasabi, limão tahiti e espuma de gengibre.
Tem mais, a exemplo do Naga G&T (R$ 40), versão do gim-tônica marcada pelo licor de yuzu e pela laranja kinkan, e do Asian Mist (R$ 29), feito com espumante, creme de lichia e pó de hibisco com aroma de rosas.
Para comer, têm boa saída os espetinhos, ou robatas, como o de aspargo (R$ 13), e os sushis sofisticados, como o de atum com foie gras (R$ 40).