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A maior obra de Confúcio - quem diria - é falsa

Estudo publicado por pesquisador chinês mostra que a obra na qual se baseia boa parte dos preceitos da cultura do país nada tem a ver com os escritos originais do filósofo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 07h38.

São Paulo - Uma grande interrogação paira sobre um dos principais ícones da cultura chinesa: a obra de Confúcio. Shang Shu, a bíblia dos estadistas chineses escrita pelo filósofo há cerca de 2.400 anos, seria, em grande parte, falsa. A afirmação é feita pelo professor Liu Guozhong, da Universidade de Tsinghua, em Pequim, que fez um detalhado estudo comparando o livro atual a manuscritos gravados em bambu, cuja grafia também remonta a mais de dois milênios. Guozhong disse ao jornal Le Figaro que há cerca de mil anos a autenticidade do livro é colocada em xeque por intelectuais chineses.

Os manuscritos analisados pelo pesquisador pertencem à Universidade e tiveram sua autenticidade comprovada há três anos, por meio de testes de carbono 14. Não se sabe se o documento é o original escrito pelo filósofo, mas acredita-se, pela datação, que ele foi redigido no meio do período dos "Reis Combatentes", no século IV a.C - época em que Confúcio vivia. Os manuscritos teriam sido roubados e vendidos a ricos mercadores que habitavam a ilha onde hoje fica Hong Kong há cerca de 2.000 anos. Em 2008, de maneira misteriosa, foram encontrados e comprados por um antigo acadêmico da Universidade de Tsinghua.

Quando o primeiro imperador Qin Shi Huang unificou o país, em 221 d.C., ordenou que todos os livros fossem queimados, sobretudo os de Confúcio. Dessa forma, conta o pesquisador Guozhong ao Le Figaro, a nova versão do Shang Shu, datada do ano 300 d.C., teria sido uma compilação muito pouco fiel aos volumes originais. Essa versão, que teria sido adaptada por estudiosos chineses durante a dinastia Qin, é a base de toda a antiga cultura chinesa.

Ainda que a obra de Confúcio tenha sido banida durante a Revolução Cultural de 1960, hoje capítulos do livro são ensinados em escolas na China e em Taiwan. Nas últimas duas décadas, temendo a ocidentalização da China e em busca de apoio da população, o Partido Comunista passou a resgatar os ensinamentos de Confúcio - muitas vezes deturpando-os e acrescentando ideias comunistas.

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Os manuscritos analisados pelo pesquisador pertencem à Universidade e tiveram sua autenticidade comprovada há três anos, por meio de testes de carbono 14. Não se sabe se o documento é o original escrito pelo filósofo, mas acredita-se, pela datação, que ele foi redigido no meio do período dos "Reis Combatentes", no século IV a.C - época em que Confúcio vivia. Os manuscritos teriam sido roubados e vendidos a ricos mercadores que habitavam a ilha onde hoje fica Hong Kong há cerca de 2.000 anos. Em 2008, de maneira misteriosa, foram encontrados e comprados por um antigo acadêmico da Universidade de Tsinghua.

Quando o primeiro imperador Qin Shi Huang unificou o país, em 221 d.C., ordenou que todos os livros fossem queimados, sobretudo os de Confúcio. Dessa forma, conta o pesquisador Guozhong ao Le Figaro, a nova versão do Shang Shu, datada do ano 300 d.C., teria sido uma compilação muito pouco fiel aos volumes originais. Essa versão, que teria sido adaptada por estudiosos chineses durante a dinastia Qin, é a base de toda a antiga cultura chinesa.

Ainda que a obra de Confúcio tenha sido banida durante a Revolução Cultural de 1960, hoje capítulos do livro são ensinados em escolas na China e em Taiwan. Nas últimas duas décadas, temendo a ocidentalização da China e em busca de apoio da população, o Partido Comunista passou a resgatar os ensinamentos de Confúcio - muitas vezes deturpando-os e acrescentando ideias comunistas.

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