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A estratégia da Jose Cuervo para que a tequila seja lembrada para além do shot

O destilado contribuiu com 1,6 bilhão de dólares para a indústria de alcoólicos em 2022, segundo dados da consultoria IWSR

Maestro Dobel Diamante: a primeira tequila cristalina da história. (Divulgação/Divulgação)
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Casual

Publicado em 24 de fevereiro de 2024 às 07h01.

Quem é millennial certamente tem na memória os famosos tequileiros que circulavam por bares e baladas das principais capitais brasileiras nos anos 2000. Homens e mulheres cumpriam essa função distribuindo shots de tequila, e faziam um malabarismo com a cabeça de quem bebia o destilado. Tudo acompanhado de muita gritaria e, por vezes, show de fogos e luzes. Por muito tempo, esse conceito funcionou para a Jose Cuervo, dona de 90% do mercado da bebida no Brasil.

Nos últimos anos, porém, com as mudanças no mundo, uma nova geração, e com novas necessidades, o olhar precisou ser adaptado. "O mercado de tequila passou por uma transformação. As pessoas aprenderam a tomar a bebida de um jeito diferente, que vai além dos shots e da margarita", diz Leonardo Brettas diretor regional da Jose Cuervo para América Latina e Caribe.

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Antes de desembarcar nos cardápios dos bares em uma nova roupagem, houve um movimento do setor produtivo, lá no México, para levar a tequila para além das fronteiras do país. A ideia central foi mostrar o que os mexicanos já sabem há anos: o destilado não é para ser degustado em shot, e sim em inúmeras receitas que vão além da mundialmente conhecida Margarita.

Isso tudo fez com que o destilado contribuísse com 1,6 bilhão de dólares para a indústria de alcoólicos em 2022, segundo dados da consultoria IWSR.

Ciente deste novo cenário também aqui no Brasil, a marca mexicana montou uma estratégia para manter a tequila como ícone de festa, mas ao mesmo tempo mostrar novas opções de consumo. Uma das ações foi trazer ao país a Maestro Dobel Diamante, a primeira tequila cristalina da história.

A bebida já existe no portfólio da marca, mas ainda não estava presente no Brasil. Sua composição traz uma mistura de tequilas extra-añejo, añejo e reposado, envelhecidas em barris do leste europeu e está em uma categoria mais premium. Chega ao consumidor final por um preço sugerido de R$ 499.

Leonardo Brettas explica que a ideia é trabalhar com esta bebida para bares e restaurantes que tenha coquetelaria assinada. Para servir como ponte entre esses dois pontos, a Jose Cuervo contratou o mixologista Michel Felicio, sócio do Bottega 21. Ao longo do ano, ele irá conduzir uma série de eventos vinculados ao desenvolvimento da categoria das tequilas superpremium como jantares de harmonização em diversas cidades do Brasil.

Paloma, o drink do verão

E se a tequila pode ser consumida para além do shot, o destilado já tem um carro-chefe neste começo de ano. Trata-se do Paloma, o drink do verão, que leva tequila, suco de grapefruit, suco de limão e soda. "O Fitzgerald ainda é o coquetel mais vendido nos bares. Mas o Paloma está vindo com tudo. É um drink muito refrescante, a cara do verão", explica Michel Felicio.

Fora do Brasil, é perceptível a incorporação do destilado nos cardápios de bares europeus e dos Estados Unidos, incluindo menções feitas até pela célebre revista Drinks Internacional, como explica Alex Mesquita, no comando do bar Elena Horto, no Rio de Janeiro.

“Desde 2019 existe um movimento de uma presença maior da tequila nos bares no exterior. Veremos muitas versões mais refrescantes”, diz Mesquita, eleito o Melhor Bartender do Brasil em 2023 pelo ranking EXAME Casual.

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