Tank Louis Cartier: quatro numerais e cor da maison (Cartier/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 31 de março de 2022 às 07h30.
Tank e Santos Dumont são mais do que linhas clássicas de relógios. Quem conta com ícones deste porte, como a Cartier, não precisa inventar muito nos lançamentos anuais que a avidez do mercado de relojoaria de luxo pede. Basta aprimorar o que é excelente, refinar opções de cores, desenhos, estampas, materiais.
Essas são as grandes apostas da marca neste Watches & Wonders, salão de alta relojoaria que começou hoje e vai até dia 5 de abril, em Genebra. Apostas certas, melhor dizer. É o tal time que está ganhando. A maison francesa comemora um ótimo momento.
No ano passado, o segmento de relógios da marca de origem francesa faturou 2,4 bilhões de francos suíços e cresceu 40% no ano passado em relação a 2020, segundo relatório do Morgan Stanley com a consultoria suíça Luxe Consulte. O resultado ajudou o grupo Richemont a registrar um aumento de faturamento de 20%.
Com esses números, tornou-se este ano a segunda marca de relógios em vendas, passando a Omega e atrás apenas da Rolex. Basta dar uma volta no Palexpo, onde se realiza o Watches & Wonders, e constatar que a Cartier ocupa o maior estande da feira, um sinal de prestígio.
Mas vamos aos lançamentos do salão.
O novo relógio Tank Louis Cartier desta vez traz a intensidade das três versões de mostradores monocromáticos: vermelho, cor característica da maison, cinza antracite, um tom emprestado da paleta relojoeira Cartier e um preto intenso.
O Tank é reconhecido pela proporção, um retângulo puro que se integra no prolongamento da pulseira. Foi criado em 1917 e reinterpretado em 1922, quando a caixa ficou mais larga e os ângulos, mais suaves.
No ano passado a Cartier lançou o Tank Louis Cartier, com um retângulo inscrito no outro. Além das cores, a novidade este ano fica pelo minimalismo. Os números são reduzidos para quatro. Simples à primeira vista, o relógio revela aos poucos sua complexidade, dependendo da iluminação e da atenção do observador.
A técnica de tratamento da cor é laqueada para o modelo na cor vermelha e galvanizada para o cinza. A versão em preto, mais radical, apresenta um laqueado luminoso que contrasta com a caixa em ouro.
A edição de 2022 do Tank Must, criada em 1977 e redesenhada no ano passado, é um modelo de aço atemporal, sóbrio e com personalidade, sem concessões e compromissos, em tamanho grande e pequeno.
As três versões do Tank Louis Cartier têm 6,6 mm de espessura, movimento mecânico manual 1917 MC com38 horas de reserva de marcha e pulseira de couro de crocodilo.
Os preços no Brasil já estão definidos. A versão vermelha tem caixa em ouro vai custar 93.500 reais. A versão em cinza tem caixa em outro rosa e vai custar 93.500 reais. E a versão preta tem caixa em outro amarelo e vai custar 91.500 reais.
Já o Tank Must, com movimento a quartzo, vai custar 21.700 reais na versão grande e 20.700 reais na versão pequena.
A Cartier lança também três novos modelos lacados da coleção que homenageia o aviador Alberto Santos-Dumont. A história é conhecida: o elegante piloto teria encomendado o primeiro relógio de pulso da era moderna a Louis Cartier em 1904.
Atualizado em 2018, o relógio Santos-Dumont é fiel ao design puro do modelo original. Este ano, as três variações em bordô com platina, bege com dourado e preto com aço são revestidas com uma fina camada de laca, depois polidas à mão. A delicadeza da laca translúcida acrescenta brilho, relevo e profundidade às cores do mostrador.
O movimento é mecânico manual 430 MC com reserva de marcha de 38 horas e pulseira de couro de crocodilo. Os preços desses modelos no Brasil também estão definidos. A versão em vermelho, de platina, vai custar 134.000 reais, e é uma edição limitada de 150 peças. A bege com dourado vai custar 100.000 reais e é uma edição de 250 relógios. Já a versão preta em aço vai custar 42.000 reais.
O Pasha de Cartier, revestido com uma grade geométrica, retorna a uma encarnação de elegância extravagante. Referência para toda uma nova geração, esse modelo confirma sua propensão à extroversão. Em 2022, o Pasha de Cartier Grille volta a ser o centro das atenções.
Já o Panthère de Cartier é o relógio de joalheria por excelência da maison. O modelo leva o nome da pulseira, com uma estrutura ultra-flexível que ecoa os movimentos do animal. Este ícone de estilo inspirou a Cartier a criar quatro novas versões em ouro rosa, ouro amarelo e aço, com um sofisticado mostrador sedoso em tons de ameixa dourada, ouro, azul meia-noite e preto.
Há modelos Pasha para todos os cartões de crédito. No Brasil, as diversas versões do relógio vão custar entre 50.000 reais e 1,8 milhão de reais. Já o Panthére vai custar de 550.000 reais a 1,42 milhão de reais.
A elegância tem seu preço.