18 tesouros da arquitetura e arte do Islã
Uma jornada por patrimônios da humanidade e símbolos da cultura islâmica
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 14h16.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h26.
São Paulo - Quem já esteve frente a frente com obras-primas do gênio humano, coisas como o Alhambra de Granada ou o Taj Mahal, esquece-se um pouco do tolo estereótipo que os muçulmanos carregam: extremistas religiosos. Muito além da imagem de fundamentalismo, o Islã é uma cultura riquíssima, que desbravou a ciência, as artes e a arquitetura de forma empírica e pragmática. A objetividade na busca de soluções aplicadas levou à construção de patrimônios da humanidade que pontilham o globo. Os padrões geométricos dos azulejos ibéricos são frutos diretos dos padrões criados por artistas andaluzes sob o domínio dos califas de Al-Andalus. Os próprios idiomas espanhol e português devem ao árabe muito da riqueza de seu léxico: azeitona, arroz, laranja e azeite são apenas algumas das palavras importadas, assim como boa parte daquelas que começam com o prefixo al - alface, alfândega, almofada... A lista é longa. Portanto, esqueça os estereótipos e viaje conosco por esta pequena mostra de grandes tesouros do Islã. Clique nas imagens para ver os tesouros do Islã.
Por séculos, a Grande Mesquita de Samarra (848-852), ao norte de Bagdá, foi a maior de seu gênero no mundo. O elegante minarete em espiral era utilizado para que os muezzins convocassem os fiéis para as orações obrigatórias do dia. Com 50 metros de altura, oferecia um delicado traço curvelíneo ao conjunto. O sítio foi adicionado à lista de patrimônios da humanidade em 2007.
Enquanto boa parte da Europa medieval caçava seus cientistas e pensadores, o Islã proporcionava ampla liberdade para que matemáticos, astrônomos e físicos elaborassem teorias complexas e soluções aplicadas. Da álgebra aos padrões dos azulejos, o mundo islâmico influenciou de forma positiva a cultura ibérica e de toda a Europa.
Mais alto edifício do planeta com 830 metros de altura, o Burj Khalifa é apenas a última novidade na recente onda de estruturas espetaculares do Golfo Pérsico. A combinação da recursos trazidos pelo petróleo e parcerias feitas com grandes escritórios de arquitetura deu um ar mais cosmopolita à região, sem deixar de levar em conta os valores e apuro estético do Islã.
Considerado um dos mais belos edifícios do mundo, o mausoléu de Mumtaz Mahal, em Agra, é o pináculo da arquitetura mogol que dominou boa parte da península indiana. A lista de tesouros islâmicos na região inclui os fortes Agra, Amber e Vermelho, a cidadela de Fatehpur Sikr, a mesquita Jama Masjid e o minarete Qutb Minar, estes dois últimos em Nova Délhi.
Pilar da fé islâmica, a leitura do Corão influenciou uma caligrafia cada vez mais rebuscada e artisticamente elaborada. Ela pode ser apreciada em boa parte das obras-primas arquitetônicas do Islã, como o Taj Mahal, o Domo da Rocha e o Alhambra.
A lendária cidade de Samarqand era um entreposto fundamental na Rota da Seda. Por elas passaram caravanas de mercadores do Oriente Médio e do Leste Asiático, envolvendo a cidade em uma rede de influências culturais que culminaram na praça do Registan e suas três magníficas madrasas (construídas a partir do século 15). Esse tipo de edificação é utilizado em todo o Islã não só para transmitir a doutrina do Corão, mas também como escolas de medicina, matemática, filosofia e ciências, entre outros.
As madrasas eram espaços dedicados para o ensino e o estudo do Corão. A de Al-Attarin, em Fez, também era uma espécide oásis. Seu pátio ricamente ornamentado com grafismos e caligrafia, silencioso e fresco, era um local de contemplação e divulgação de ideias, logo ao lado do barulhento mercado.
Maior joia da arquitetura islâmica na Espanha, o Alhambra foi construído com elementos simples e banais, mas com extremo apuro artístico. O elemento água é onipresente em boa parte de seus espaços, como aqui, no Patio de los Arrayanes.
Parte fundamental na composição arquitetônica das mesquitas, a sala de orações não dispõe de cadeiras, como as igrejas cristãs, sendo muitas vezes acompanhadas por tapetes. A parede qibla - sempre orientada para Meca, o mihrab (nicho que indica a direção das orações) e o minbar (púlpito com degraus, à direita do mihrab) são elementos importantes que se encontram dentro de salas de orações, como esta, na mesquita de Solimão, em Istambu.
Com 452 metros de altura, as torres gêmeas da Malásia foram por alguns anos os maiores edifícios do mundo. A engenharia vanguardista do projeto levou em conta diversos traços da cultura islâmica, a religião predominante no paí.
Por décadas compartilhada entre árabes e cristãos, a Basílica de São João Batista foi completamente destruída em 706. Em seu lugar surgiu a Grande Mesquita (706/715) da dinastia Omíada, que trouxe uma série de soluções inovadoras e criativas na arquitetura religiosa da época. Sua bela sala de orações, o elegante pátio cercado por corredores cobertos e o relicário com a suposta cabeça de São João são algumas das características a serem observadas aqui.
Um dos elementos básicos da arquitetura das mesquitas é o mihrab, o nicho que indica a direção de Meca. Ricamente ornamentado e presentes em diferentes formatos, estes se encontram inseridos nas paredes qibla, para onde todos os fiéis se voltam durante as orações. Este mihrab encontra-se na Grande Mesquita de Córdoba, na Espanha.
De todos os elementos da antiga mesquita dos Almóadas, fundada em 1172, restaram apenas o pátio das laranjeiras e seu minarete. Sobre estas fundações foi estabelecida a Catedral de Sevilha, que modificou a torre com o acréscimo de um campanário e do catavento que lhe deu o apelido pela qual é popularmente conhecido, a Giralda.
Importante entreposto comercial no Oriente Médio, houve uma época que Isfahan esteve entre as maiores cidades do planeta. Boa parte de seus maiores símbolos arquitetônicos, como a Grande Mesquita (foto, também conhecida como do Imã ou do Xá), o bazar e o palácio Ali Qapu encontram-se em torno da praça Maidan. Conhecida por seu grande portal flanqueado por minaretes, a mesquita destaca-se por sua elaborada decoração em azulejos.
A cidadela fortificada de Aleppo é uma típica fortificação medieval, com fosso, ponte de acesso protegida por torres e ameias defensivas. Foi construída originalmente pela dinastia aiúbida, na virada do século 13, e sofreu diversos ataques e ampliações nos séculos subsequentes. Outro forte igualmente vistoso na região é o Krak de Chevaliers, erguido pelos cruzados e capturado pelos mamelucos em 1271.
A Grande Mesquita de Córdoba é produto do califado que dominou o sul da Espanha entre 756 e 912. O amplo salão de orações, reformado pelo califa al-Hakan II, passou a contar com uma elegante solução de colunas intermináveis, encimadas por duas séries de arcos, oferecendo um sensação de movimento acentuado pelo jogo de luz e sombras.
O estilo arquitetônico otomano chegou ao seu ápice com a Cami Sultão Ahmed (1617), um grande aperfeiçoamento técnico das cúpulas de Hagia Sofia, acrescido de seis dramáticos minaretes. Projetada por Mehmed Agha, é popularmente conhecida como Mesquita Azul.
O Domo da Rocha, em Jerusalém, protege o lugar no qual a tradição islâmica diz que Maomé ascendeu aos céus. Ele fica exatamente no mesmo lugar do Segundo Templo judaico.
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