Você sabe a diferença entre "pedir para" e "pedir que"?
Professor Diogo Arrais explica os diferentes tipos de expressões usando o verbo pedir e a diferença de sentido entre eles
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 5 de setembro de 2017 às 15h00.
Estampa o noticiário: "O provável candidato e líder do partido pediu para que aprovassem logo sua candidatura oficial."
De acordo com a normal gramatical, a construção PEDIR PARA só deve ser empregada quando houver o sentido de "pedir permissão", "pedir autorização", "pedir licença". Vejamos algumas construções adequadas:
"O funcionário pediu para sair mais cedo."
(há claramente o sentido de pedir permissão)
"Sousa, o mais dedicado, pedir para participar do Conselho Presidencial."
(mais uma vez, o sentido de permissão)
No entanto, ao se pedir que alguém faça algo, não deve ser utilizada a preposição PARA. Basta haver o uso de "pedir que":
"O palestrante pediu que o público lesse em voz alta."
"O presidente Temer pede que o Congresso aprove logo as reformas."
"O provável candidato e líder do partido pediu que aprovassem logo sua candidatura oficial."
Note que, nas três últimas orações acima, não há o sentido de "pedir permissão", mas sim de "determinação".
Além disso, vale o registro de duas construções muito distintas: "pedir a" e "pedir para".
O sentido de "pedir a" é solicitar que alguém atenda ao que foi pedido. Para exemplificar:
"O governo pediu apoio aos empresários."
(pediu que os empresários dessem apoio a ele, ao governo)
Já o sentido de "pedir para", com a clássica preposição da ideia de finalidade, tem o sentido de pedir algo em favor de alguém. Para exemplificar:
"O governo pediu apoio para os empresários."
(pediu que alguém apoiasse os empresários, apoio em favor deles)
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR - portalcpjur.com.br
Autor Gramatical pela Editora Saraiva