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Vale negocia com a Bunge compra de fábrica de fertilizantes

Mineradora diz que pode pagar até US$ 3,8 bi pelos ativos da Fosfertil

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2010 às 17h36.

São Paulo - A Vale informou, nesta sexta-feira (15/01), que negocia aquisição de ativos de fertilizantes com a Bunge no Brasil. A Fosfertil, controlada pela Bunge, havia comunicado o mercado sobre negociações entre as empresas, sem dar detalhes. De acordo com nota, a Vale está em negociações, "por meio de uma de suas controladas", de ativos de fertilizantes do Grupo Bunge por até 3,8 bilhões de dólares. Com a notícia, as ações da Fosfértil (FFTL4) dispararam e fecharam o pregão desta sexta-feira com alta de 5,35%, negociadas a 21,28 reais.

A transação inclui a participação de 42,3% que a Bunge detém no capital da Fosfertil e um portfólio de ativos que compreende minas de rocha fosfática e unidades de produção de fertilizantes intermediários com base em fósforo (fosfatados) e nitrogênio (nitrato de amônio e uréia). Em nota, a Vale. afirma que as negociações "poderão ou não" resultar na aquisição desse portfólio.

De acordo com a Fosfertil, a companhia resultante da operação deve ser aberta, devido a restrição imposta aos compradores no início dos anos 1990. Contudo, se a negociação entre Vale e Bunge for bem sucedida, a mineradora pode realizar ofertas públicas de aquisição no futuro.

Para os analistas do Banco Fator corretora, com a operação, a direção da nova companhia deve ser alterada, uma vez que parte dos executivos da atual gestão é da Bunge. Ainda assim, os analistas consideram que os atuais diretores da Fosfertil têm capacidade para continuar no comando das operações.

Ações
Apesar da alta observada no pregão desta sexta-feira, os analistas da corretora Link Investimentos avaliam que, para os acionistas da Fosfértil, nada muda.

Como as ações FFTL4 não tem tag along (mecanismo de proteção aos acionistas minoritários de uma empresa, que permite a estes a venda de suas ações por pelo menos 80% do valor pago pelas ações dos controladores no caso de uma aquisição), os analistas acreditam que a notícia não justifique a alta dos papéis.

A possível operação confirma o interesse da mineradora em crescer rapidamente no mercado de fertilizantes. Além de adquirir ativos em potássio - matéria prima para o produto - da Rio Tinto, a Vale tem se envolvido frequentemente em possíveis fusões no setor. Para os analistas da corretora Link Investimentos, a expansão é "interessante" para a Vale, que passa a ter mais um foco de crescimento e geração de caixa sem desviar de seu negócio original.

Valores
A Vale comunicou ao mercado que a compra não deverá envolver um valor superior a 3,8 bilhões de dólares. Porém, apenas a participação que a Bunge tem na Fosfértil tem o valor de 2,0 bilhões de dólares, calculado com base no fechamento do mercado na quinta-feira (14/01). Essa mesma base de cálculo avaliaria os ativos da Bunge Fertilizantes em 1,8 bilhões de dólares.

Considerando o valor divulgado pela mineradora, os analistas afirmam que, com a operação, o endividamento da Vale poderia subir, mas ainda assim, ficaria dentro de um patamar considerado "tranqüilo".
 

*Com informações da Agência Estado

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