São Paulo - Ficar por muito tempo num mesmo emprego não parece ser um ideal de carreira da geração Y.
A constatação é de uma pesquisa da consultoria Future Workplace com mais de mil profissionais nos Estados Unidos, segundo a qual 91% desses jovens não pretendem passar mais de três anos numa mesma empresa.
O problema é que todo esse “pula-pula” pode atrapalhar os planos de carreira de alguns, alerta Silvio Celestino, sócio da Alliance Coaching.
Para ele, quem está sempre transitando entre vagas tem mais dificuldades para conquistar os empregadores - e, consequentemente, ser alçado a cargos de confiança.
A tese do consultor tem o respaldo de uma pesquisa da Harvard Business Review (HBR) com os presidentes das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, listadas pela Forbes.
O estudo identificou uma constante na carreira dos executivos que chegaram ao topo: tempo de casa. Para chegar ao comando, o tempo médio passado com o mesmo empregador foi de 15 anos entre os homens, e 23 entre as mulheres.
Para José Augusto Figueiredo, presidente da consultoria LHH/DBM, os números refletem uma realidade fácil de compreender. As empresas procuram líderes que inspiram confiança e estabilidade, uma imagem difícil de associar a quem muda de emprego frequentemente.
Jovens que sonham em virar CEOs devem então se preocupar? Figueiredo assegura que não. “Todo mundo gosta de experimentar no começo da carreira, mas essa fase acaba passando com o amadurecimento”, diz.
Ainda assim, ele aconselha que os novos ingressantes no mercado busquem encontrar logo um lugar para se estabelecer. “É bom procurar uma empresa com a qual você se identifique, porque isso fará com que você fique, e naturalmente acabe crescendo”, explica Figueiredo
Contraponto
Alexandre Rangel, sócio da Alliance Coaching, não acredita que o tempo de casa tenha o mesmo valor para os empregadores quanto antigamente. "O mundo e a cultura das empresas mudaram muito", afirma.
Segundo ele, os CEOs ouvidos pelo estudo da HBR pertencem a uma geração anterior, que costumava interpretar o “pula-pula” como sinal de descompromisso. “Hoje essa noção foi relativizada e, até certo ponto, invertida: quem fica tempo demais no mesmo lugar é que pode ser mal visto, parecer acomodado”, afirma.
Ainda assim, ele acredita que períodos curtos demais em cada empresa não deixam de ter efeitos nocivos para um currículo. “O jovem precisa concluir seus ciclos e projetos, para levar algo de sólido de cada experiência”, diz.
De qualquer forma, Rangel defende que o tempo de permanência não será mais tão decisivo para chegar a altos cargos executivos. Engajamento e comprometimento com resultados, na visão do consultor, pesam muito mais. "A geração Y pode respirar aliviada", assegura.
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1. O início da escalada
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1/10 (Flickr/Creative Commons/Collin Anderson)
São Paulo - Quem chegou ao topo da
carreira, muitas vezes, começou sua ascensão profissional a partir dos primeiros degraus. É o caso de
presidentes de empresa que começaram suas carreiras como lavadores de pratos, office-boys e engraxates. A seguir, conheça 10 histórias surpreendentes sobre os primeiros passos de diretores de
empresas brasileiras e estrangeiras:
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2. Jorge Samek, presidente da Itaipu Binacional
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Aos 15 anos de idade, Samek começou a trabalhar como office boy num banco em Foz do Iguaçu. "Na época não havia internet, então era necessário haver um garoto como eu para levar e trazer papéis e recibos", conta. A rotina de trabalho era seguida paralelamente à dos estudos. "Aprendi a respeitar hierarquias e ter disciplina", diz Samek. O emprego como office boy também lhe rendeu algum dinheiro para realizar alguns "sonhos de consumo" dos adolescentes da época. "Graças aos meus primeiros salários, comprei uma motocicleta e até as botinhas do Roberto Carlos", relembra o presidente da Itaipu.
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3. Edward Lange, presidente da Brasil Insurance
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3/10 (Divulgação)
O americano começou a trabalhar na adolescência. Aos 13 anos, seu primeiro emprego foi como distribuidor do jornal "The Register", na Califórnia. “Comprei uma bicicleta usada por 12 dólares e lançava jornais diariamente no jardim dos vizinhos antes de ir para a escola", conta Lange. O rendimento era de cerca de 200 dólares por mês. Mais tarde, ele teve outros empregos. "Trabalhei como cozinheiro num restaurante mexicano, vendi sapatos femininos, fui segurança de loja e até vendi vestidos de noivas", diz ele. O jovem recém-formado começou então a trabalhar na Allianz Argentina, anos antes de ingressar na Brasil Insurance.
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4. Luiz Donaduzzi, presidente da Prati-Donaduzzi
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4/10 (Divulgação)
Em 1990, o casal de farmacêuticos Luiz e Carmen Donaduzzi tocavam um pequeno empreendimento em casa. "A empresa éramos nós dois, vendendo produtos para as farmácias locais", lembra ele. Água oxigenada, mercúrio e cromo eram algumas das mercadorias comercializadas pelos Donaduzzi. "Também vendíamos chá de boldo e camomila, depois de comprar e empacotar as folhas", lembra o presidente. Em 1994, mudaram-se para o Paraná e, de lá, expandiram os negócios. Hoje, a empresa é especializada na produção de medicamentos genéricos e tem mais de 4 mil funcionários.
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5. Lloyd Blankfein, presidente do Goldman-Sachs
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5/10 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Antes de se tornar presidente de um dos maiores bancos do mundo, Blankfein teve um início de carreira humilde no bairro do Brooklyn, em Nova York. Para ganhar algum dinheiro enquanto estudava, o jovem vendia cachorro-quente e refrigerante no Estádio Yankee,
segundo a revista Fortune. Outra atividade de Blankfein na juventude foi como salva-vidas - uma atividade que o fez perder peso, depois de anos lutando contra a balança
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6. Michael Dell, presidente da Dell
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6/10 (Getty Images)
A primeira ocupação do presidente da gigante da tecnologia foi como lavador de pratos em um restaurante chinês, anos 12 anos. Seu objetivo era conseguir dinheiro para sua coleção de selos,
segundo a Biography.com. Mais tarde, ele trabalharia com dados no jornal Houston Post. Sua missão era aumentar o número de assinantes do periódico, de acordo com o mesmo site.
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7. Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway
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7/10 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Um dos homens mais ricos do planeta, Buffett ingressou no mundo do trabalho de forma humilde. Aos 14 anos, o futuro empresário passava suas manhãs entregando cópias do jornal The Washington Post,
segundo o Business Insider. No mesmo ano, o futuro empresário reuniu suas economias e fez seu primeiro investimento. De acordo com o mesmo site, o jovem Buffett comprou 16 hectares de uma propriedade rural por 1.200 dólares.
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8. Oprah Winfrey, presidente da OWN
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8/10 (Stephane de Sakutin/AFP)
A primeira mulher negra bilionária teve uma juventude bastante dura.
De acordo com a Forbes, seu primeiro emprego foi numa mercearia de esquina, ao lado da barbearia do seu pai em Nashville, no Tennessee. Aos 16 anos, Oprah ingressou numa estação de rádio local, onde lia no ar as notícias do dia.
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9. Donald Trump, presidente da Trump Organization
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9/10 (Getty Images)
O magnata do setor imobiliário já nasceu rico. Mesmo assim, seu pai o incentivou a trabalhar desde cedo para que ele aprendesse o valor do dinheiro. "Meu pai foi meu melhor chefe, um exemplo de disciplina",
disse o bilionário à Forbes. O pai levava o filho para recolher garrafas de refrigerante vazias e revendê-las. "Foi meu primeiro salário, o valor de uma pequena mesada", contou o bilionário. Mais tarde, o apresentador do programa "The Apprentice", da rede NBC, também trabalhou como cobrador de aluguéis.
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10. Agora veja as formações inusitadas de executivos que chegaram ao topo
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10/10 (Stock.Xchange)