EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.
Lembra do jornalzinho interno, que mais parecia uma colcha de retalhos ou um álbum de fotografias? No competitivo mundo dos negócios de hoje, não há espaço para uma comunicação tosca e ineficiente. Trabalhando em ambiente global e cada vez mais em times, as empresas estão despertando para o papel estratégico da comunicação corporativa. Integrar colaboradores, explicitar metas, compartilhar crenças e valores são tarefas críticas para o sucesso empresarial e passam por uma ação coordenada de comunicação. Mais: a nova ótica suscita maior interface deste departamento com as diferentes áreas da companhia, em especial o marketing e o RH. Com sua dimensão estratégica ampliada, o setor ganhou novas atribuições e, no tocante à comunicação interna, passou a tirar proveito dos avanços tecnológicos para abrir novas frentes de atuação.
O Painel Executivo traz aqui os depoimentos de dois profissionais de comunicação, que falam dos desafios do diálogo com o público interno em tempos de economia global.
RODOLFO WITZIG GUTTILLA
Diretor de assuntos corporativos da Natura e presidente da Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial
"Comunicação é um fator crítico. Empresas modernas, alinhadas com grandes estratégias de posicionamento de marca e de clima organizacional, já se deram conta de que este é um assunto para especialistas e não deve ser tratado como algo secundário. No Brasil, as organizações caminham de forma consistente para uma visão integrada da comunicação, adotando políticas que colocam essa dimensão do negócio na linha de frente, ao lado de outras áreas estratégicas. São estas companhias que configuram as organizações do futuro, integrando guias como o da Boa Cidadania e o das Melhores Empresas para se Trabalhar. Em geral, elas dispõem de estruturas específicas, com profissionais especializados, para tratar a comunicação de forma abrangente. Mesmo em tempos de internet e intranet, é preciso atentar para o fato de que a mídia mais eficiente continua sendo o olho no olho. Subordinados querem receber as informações diretamente de suas chefias e os departamentos de comunicação devem estar engajados na preparação das lideranças para esse contato face a face. Por outro lado, as chefias necessitam conhecer as ferramentas disponíveis para fazer fluir as informações e, neste processo, a Intranet e as publicações internas são recursos complementares de grande valia.
É certo que não há mais espaço para o jornalzinho chapa branca, a serviço do ego ou de interesses não muito claros dos gestores. O parâmetro das publicações dirigidas aos funcionários é o que se pratica de melhor na grande imprensa. Missão, valores e diretrizes continuam sendo pauta destes veículos, mas com abordagens criativas e eficazes."
VERA DIAS
Gerente de Comunicação da IBM
"Há uma tendência das empresas valorizarem a comunicação, reconhecendo seu papel estratégico. Aumentou a consciência de que o envolvimento e o comprometimento das pessoas com os resultados demandam informação consistente sobre os rumos da organização. Hoje, o trabalho em time é mais requerido do que o individual. E, num ambiente global, isso pode significar interagir com pessoas distribuídas em espaços geográficos distintos e distantes, o que torna essencial disponibilizar as informações a todos os envolvidos. Qual o melhor meio para garantir uma comunicação eficiente? Cada empresa deve encontrar uma fórmula própria, de acordo com sua cultura.
O meio estará sempre relacionado à natureza do negócio. Para algumas indústrias, talvez a intranet não seja mesmo o melhor veículo para atingir o chão de fábrica. Já no caso de uma empresa de tecnologia, como a IBM, é um canal coerente com a realidade da companhia. O importante é que os times de comunicação trabalhem de forma integrada com o RH e os demais departamentos, atuando estrategicamente para atender aos desafios que a economia global impõe às organizações."