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Que profissão é essa? Heart Hunter

A carreira de “casamenteiro” agora se vale de conhecimentos de psicologia para formar um “par perfeito”; serviço custa até R$ 8 mil

A heart hunter Eliete Mitielo: "vamos além do serviço de 'Hitch' ou cupido" (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 10h20.

São Paulo - Eliete Matielo é psicóloga especializada em relacionamentos. Há mais de dez anos trabalha como coaching afetivo, uma espécie de “terapeuta dos sentimentos”, que prepara paciente emocionalmente para se envolver em um relacionamento.

A sua empresa, Eclipse Love, há 16 anos oferece o serviço (até que comum no Brasil) de cruzamento de perfis entre pessoas cadastradas para busca de pares ideais. Mas ela afirma ir além.

Segundo a profissional, um cupido faz o cruzamento de dados para encontrar pessoas compatíveis. Ou seja, o homem preenche um formulário com suas preferências, a mulher faz o mesmo e aqueles que têm características e preferências em comum – ou complementares marcam um encontro. É um serviço que, segundo Eliete, pode ser feito usando computadores e algoritmos.

Matielo, porém, acredita que profissionais especializados podem oferecer um serviço mais personalizado, com um acompanhamento próximo e baseado em conhecimentos de psicologia. Do inglês, ela emprestou a expressão “heart hunter” (caçador de corações) e criou uma nova profissão no Brasil.

EXAME.com: O que é a profissão de Heart Hunter?

Eliete Matielo: O heart hunter é um profissional formado em psicologia que oferece uma assessoria pessoal para a busca do par perfeito. Eu entrevisto os homens que me procuram, faço um diagnóstico e determino o perfil que ele está buscando – sem deixar de avaliar o perfil que mais combina com ele.

Depois, eu busco na minha rede de contatos as mulheres que se encaixam neste perfil e estudo o que ela busca em um parceiro. Não é um simples trabalho de cupido, envolve muito conhecimento de psicologia e, sobretudo, conhecimento dos clientes e dos meus contatos.

Uma vez marcado o encontro, faço o acompanhamento do início do relacionamento. Ou seja, recebo feedbacks dos dois e repasso para o homem e para a mulher. Digo no que eles podem (e devem) melhorar e quais impressões passam para o sexo oposto.


EXAME.com: Quais clientes você atende?

Eliete: Eu atendo homens de 25 a 70 anos, heterossexuais, com nível superior, livres e que estejam em busca de um relacionamento sério. Meus clientes não são feios, muito pelo contrário. Atendo homens lindos, ricos, jovens. Mas eles não têm tempo ou então estão cansados de relacionamentos de balada, sabe? Eles não querem mulheres dependentes deles, querem uma companheira.

A entrevista é sempre presencial porque eu quero identificar a idoneidade do cliente antes de me tornar heart hunter dele. Não basta ele pagar a taxa pelo serviço. Aliás, a entrevista eu nem cobro.

EXAME.com: E qual a taxa do serviço?

Eliete: Eu cobro de 4 a 8 mil reais por um contrato que dura 18 meses. Durante esses meses vou buscar parceiras em potencial para o meu cliente. Sempre mulheres bem sucedidas, estáveis, que busquem algo sério. Eu procuro também encaixá-las no perfil que os clientes buscam.

Tem homem que já me disse que só se interessa por mulheres na faixa dos quarenta anos e com corpo de modelo, bem magrela, mesmo. Vai ser esse o perfil que eu vou buscar. Às vezes, demora mais, mas ainda não tive reclamações depois desse período de 18 meses. Outras vezes, é preciso desconstruir a ilusão que alguém tem de mulher perfeita. O mesmo vale para as mulheres que eu apresento. Quem não quer um Silvester Stallone, rico, moreno e sarado? Não dá pra ser assim, também.

Mesmo com os homens, eu sou bem sincera, meus clientes sabem. Eu falo na cara se está muito gordo, se precisa parar de falar isso ou aquilo. Dou o feedback, mesmo.

EXAME.com: Já aconteceu de você não aceitar um cliente por conta da aparência?

Eliete: Não, não é assim. Eu sou sincera, falo quando ele vai desperdiçar dinheiro comigo. Teve um cliente, por exemplo, que tinha aquela careca de padre, sabe? Do tipo franciscano? E eu falei: “Ou raspa tudo ou coloca um implante antes de voltar pra cá”. E ele colocou um implante. Agora estamos esperando o cabelo crescer para fechar o contrato.

E não é só o físico que me preocupa. É o psicológico, também. A gente oferece um serviço de coach afetivo justamente para as pessoas que têm mais dificuldade em se relacionar. Também encaminhamos para outros profissionais (de qualquer tipo) que possam ajudá-las.

EXAME.com: Onde você encontra as mulheres?

Eliete: No começo eu até abordava mulheres nas ruas, mesmo. Hoje tenho um cadastro com várias moças que têm interesse em encontrar um parceiro. Elas pagam três mil reais para ficar no meu cadastro também por 18 meses. E eu vou buscar, dentre os meus clientes, homens que tenham um perfil que encaixe com o delas.

Também tenho uma série de parceiros. Faço parceria com psicólogo, cabeleireiro e vários profissionais que trabalham com mulheres. Eles muitas vezes me indicam moças com o perfil que eu procuro. Mas são todas bem sucedidas, têm nível superior, são estáveis. O que eu mais odeio na profissão é ser abordada por mulher interesseira.

EXAME.com: E o que mais gosta na profissão?

Eliete: Conseguir unir as pessoas, trabalhar pelo amor. Eu quero abrir um curso de Heart Hunter. Todos os profissionais precisam ser psicólogos, mas quero abrir um curso de especialização, quero que tenha mais profissionais deste tipo no país.

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São Paulo - Eliete Matielo é psicóloga especializada em relacionamentos. Há mais de dez anos trabalha como coaching afetivo, uma espécie de “terapeuta dos sentimentos”, que prepara paciente emocionalmente para se envolver em um relacionamento.

A sua empresa, Eclipse Love, há 16 anos oferece o serviço (até que comum no Brasil) de cruzamento de perfis entre pessoas cadastradas para busca de pares ideais. Mas ela afirma ir além.

Segundo a profissional, um cupido faz o cruzamento de dados para encontrar pessoas compatíveis. Ou seja, o homem preenche um formulário com suas preferências, a mulher faz o mesmo e aqueles que têm características e preferências em comum – ou complementares marcam um encontro. É um serviço que, segundo Eliete, pode ser feito usando computadores e algoritmos.

Matielo, porém, acredita que profissionais especializados podem oferecer um serviço mais personalizado, com um acompanhamento próximo e baseado em conhecimentos de psicologia. Do inglês, ela emprestou a expressão “heart hunter” (caçador de corações) e criou uma nova profissão no Brasil.

EXAME.com: O que é a profissão de Heart Hunter?

Eliete Matielo: O heart hunter é um profissional formado em psicologia que oferece uma assessoria pessoal para a busca do par perfeito. Eu entrevisto os homens que me procuram, faço um diagnóstico e determino o perfil que ele está buscando – sem deixar de avaliar o perfil que mais combina com ele.

Depois, eu busco na minha rede de contatos as mulheres que se encaixam neste perfil e estudo o que ela busca em um parceiro. Não é um simples trabalho de cupido, envolve muito conhecimento de psicologia e, sobretudo, conhecimento dos clientes e dos meus contatos.

Uma vez marcado o encontro, faço o acompanhamento do início do relacionamento. Ou seja, recebo feedbacks dos dois e repasso para o homem e para a mulher. Digo no que eles podem (e devem) melhorar e quais impressões passam para o sexo oposto.


EXAME.com: Quais clientes você atende?

Eliete: Eu atendo homens de 25 a 70 anos, heterossexuais, com nível superior, livres e que estejam em busca de um relacionamento sério. Meus clientes não são feios, muito pelo contrário. Atendo homens lindos, ricos, jovens. Mas eles não têm tempo ou então estão cansados de relacionamentos de balada, sabe? Eles não querem mulheres dependentes deles, querem uma companheira.

A entrevista é sempre presencial porque eu quero identificar a idoneidade do cliente antes de me tornar heart hunter dele. Não basta ele pagar a taxa pelo serviço. Aliás, a entrevista eu nem cobro.

EXAME.com: E qual a taxa do serviço?

Eliete: Eu cobro de 4 a 8 mil reais por um contrato que dura 18 meses. Durante esses meses vou buscar parceiras em potencial para o meu cliente. Sempre mulheres bem sucedidas, estáveis, que busquem algo sério. Eu procuro também encaixá-las no perfil que os clientes buscam.

Tem homem que já me disse que só se interessa por mulheres na faixa dos quarenta anos e com corpo de modelo, bem magrela, mesmo. Vai ser esse o perfil que eu vou buscar. Às vezes, demora mais, mas ainda não tive reclamações depois desse período de 18 meses. Outras vezes, é preciso desconstruir a ilusão que alguém tem de mulher perfeita. O mesmo vale para as mulheres que eu apresento. Quem não quer um Silvester Stallone, rico, moreno e sarado? Não dá pra ser assim, também.

Mesmo com os homens, eu sou bem sincera, meus clientes sabem. Eu falo na cara se está muito gordo, se precisa parar de falar isso ou aquilo. Dou o feedback, mesmo.

EXAME.com: Já aconteceu de você não aceitar um cliente por conta da aparência?

Eliete: Não, não é assim. Eu sou sincera, falo quando ele vai desperdiçar dinheiro comigo. Teve um cliente, por exemplo, que tinha aquela careca de padre, sabe? Do tipo franciscano? E eu falei: “Ou raspa tudo ou coloca um implante antes de voltar pra cá”. E ele colocou um implante. Agora estamos esperando o cabelo crescer para fechar o contrato.

E não é só o físico que me preocupa. É o psicológico, também. A gente oferece um serviço de coach afetivo justamente para as pessoas que têm mais dificuldade em se relacionar. Também encaminhamos para outros profissionais (de qualquer tipo) que possam ajudá-las.

EXAME.com: Onde você encontra as mulheres?

Eliete: No começo eu até abordava mulheres nas ruas, mesmo. Hoje tenho um cadastro com várias moças que têm interesse em encontrar um parceiro. Elas pagam três mil reais para ficar no meu cadastro também por 18 meses. E eu vou buscar, dentre os meus clientes, homens que tenham um perfil que encaixe com o delas.

Também tenho uma série de parceiros. Faço parceria com psicólogo, cabeleireiro e vários profissionais que trabalham com mulheres. Eles muitas vezes me indicam moças com o perfil que eu procuro. Mas são todas bem sucedidas, têm nível superior, são estáveis. O que eu mais odeio na profissão é ser abordada por mulher interesseira.

EXAME.com: E o que mais gosta na profissão?

Eliete: Conseguir unir as pessoas, trabalhar pelo amor. Eu quero abrir um curso de Heart Hunter. Todos os profissionais precisam ser psicólogos, mas quero abrir um curso de especialização, quero que tenha mais profissionais deste tipo no país.

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