Livros (Ralph Orlowski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 16h51.
Há vários ditados populares conhecidos e comuns. Nem todos são sempre bons conselheiros: “na vida, nada se cria, tudo se copia”; “em time que está ganhando, não se mexe”.
Quando o assunto é língua portuguesa no ambiente de trabalho, isso pode gerar confusão ou erro. No dia a dia, vemos frases e expressões que, por parecerem bonitas, certas ou fáceis, são usadas e copiadas em e-mails, relatórios. Aí está o problema – essas estruturas costumam ser modismos, vícios ou incorreções.
Aqui estão alguns desses maus exemplos:
Junto a: é bem comum vermos frases como “Solicite junto à secretaria a segunda via dos documentos”. As locuções “junto a, junto de” são sinônimas e significam "perto de", "ao lado de". Não cabem na frase acima. Prefira: “solicite à secretaria segunda via dos documentos”.
Para você lembrar, não desconte cheques junto ao banco e sim com o banco. Não renegocie uma dívida junto aos credores e sim com os credores.
Evite empregar a expressão “junto a” em lugar de com, de, em e para. Assim, em lugar de “conseguimos apoio junto à equipe” escreva “conseguimos apoio da equipe”.
Dica fácil
Pelo sentido da locução, estas frases estão corretas: o prédio fica junto ao (perto do) viaduto, ele comprou uma casa junto a (perto da) sua.
O mesmo, a mesma: não use a palavra "mesmo" para substituir pronome ou substantivo, como referência a algo ou alguém. A intenção é boa – evitar a repetição de palavras – o resultado, contudo, é uma incorreção gramatical. A frase “O cliente está ciente dos impostos e o mesmo deverá pagá-los em breve” é um exemplo do mau uso da palavra. Escreva apenas “o cliente está ciente dos impostos e deverá pagá-los em breve”.
Dica fácil
Há outros sentidos válidos e corretos para a palavra “mesmo”: Eu mesma fiz o jantar, mesmo assim não vou comer, mesmo os professores tiveram dificuldades para responder.
Por conta de: É modismo, invenção. Frases como “brigaram por conta de divergências na administração da empresa” ou “está triste por conta dos últimos problemas” são exemplos do uso indevido da expressão “por conta de”. Trata-se de uma construção um pouco esnobe e forçada. Não há razão para complicar o simples. Há formas conhecidas que a substituem plenamente: “está triste devido aos últimos problemas”, “está triste por causa dos últimos problemas”. Fácil assim.
Ao escrever, fique atento para não cair nessas armadilhas. Nem sempre o mais usado ou aquilo que parece bonito é correto.