Qual o jeito certo de usar o verbo desculpar?
Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional, explica como funciona a regência do verbo desculpar
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2013 às 08h00.
* Respondido por Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional
E o Barcelona, hein? Levou quatro (qua-tro!) gols do Bayern, durante o primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões. Estão dizendo que a barca do Barça furou.
Um famoso jornal esportivo, no sensacionalismo futebolístico, registrou:
JOGADORES DESCULPAM PELA DERROTA.
Opa! Gol contra! Não do Barça, mas do redator da manchete. Vamos à análise do verbo desculpar?
De acordo com o Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Pedro Luft, um dos mais importantes do nosso país, o verbo desculpar – no sentido de justificar, escusar, relevar – é transitivo direto pronominal e indireto: “desculpou-se da falha (do erro).”
O Dicionário Houaiss, Verbo, traz o seguinte exemplo: “Desculpou-o da falta.” O professor e autor Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa, 38ª edição, lista: desculpar-se de, com.
Ademais, o professor Luiz Antonio Sacconi, na obra 1000 erros de Português, 5ª edição, afirma: “a frase que os homens da televisão devem dizer, após um problema técnico, é esta: Desculpem-nos da nossa falha.”
Logo, com a língua afiada, a manchete seria:
JOGADORES DESCULPAM-SE DA DERROTA.
Como? O Messi não poderia “ter se desculpado PELA goleada”? Até poderia, sim, mas por motivos de uma secundária – mais recente - construção linguística. Para a situação formal, recomenda-se a seguinte construção: desculpar-se DE alguma coisa. Gramaticalmente sincero, Messi deve desculpar-se do “chocolate” histórico.
É, amigo! Será que a barca do Barça furou mesmo? É esperar e assistir ao próximo jogo. Torço para que não que seja um time tão minúsculo e sem a cedilha. Desculpem-me de qualquer ironia!
Um abraço e até a próxima!
* Respondido por Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional
E o Barcelona, hein? Levou quatro (qua-tro!) gols do Bayern, durante o primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões. Estão dizendo que a barca do Barça furou.
Um famoso jornal esportivo, no sensacionalismo futebolístico, registrou:
JOGADORES DESCULPAM PELA DERROTA.
Opa! Gol contra! Não do Barça, mas do redator da manchete. Vamos à análise do verbo desculpar?
De acordo com o Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Pedro Luft, um dos mais importantes do nosso país, o verbo desculpar – no sentido de justificar, escusar, relevar – é transitivo direto pronominal e indireto: “desculpou-se da falha (do erro).”
O Dicionário Houaiss, Verbo, traz o seguinte exemplo: “Desculpou-o da falta.” O professor e autor Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa, 38ª edição, lista: desculpar-se de, com.
Ademais, o professor Luiz Antonio Sacconi, na obra 1000 erros de Português, 5ª edição, afirma: “a frase que os homens da televisão devem dizer, após um problema técnico, é esta: Desculpem-nos da nossa falha.”
Logo, com a língua afiada, a manchete seria:
JOGADORES DESCULPAM-SE DA DERROTA.
Como? O Messi não poderia “ter se desculpado PELA goleada”? Até poderia, sim, mas por motivos de uma secundária – mais recente - construção linguística. Para a situação formal, recomenda-se a seguinte construção: desculpar-se DE alguma coisa. Gramaticalmente sincero, Messi deve desculpar-se do “chocolate” histórico.
É, amigo! Será que a barca do Barça furou mesmo? É esperar e assistir ao próximo jogo. Torço para que não que seja um time tão minúsculo e sem a cedilha. Desculpem-me de qualquer ironia!
Um abraço e até a próxima!