Os 6 níveis de domínio de inglês, segundo o padrão internacional
Conheça o padrão internacional para medir domínio de idioma e veja como saber qual o seu nível
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 15h00.
Última atualização em 9 de janeiro de 2018 às 15h00.
No Brasil nós estamos muito habituados a enxergar o conhecimento das pessoas sobre o inglês por meio de uma frase: “Fulano fala inglês”, sem entender ao certo se a pessoa é iniciante, domina o básico ou se possui fluência no idioma. O que ainda pouco é difundido em larga escala no país é que para processos seletivos no exterior, sejam eles educacionais ou de emprego, essa métrica subjetiva dá lugar a um parâmetro internacional medido pelo Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR).
Ele descreve de maneira objetiva o que cada indivíduo deve ser capaz de realizar de acordo com o grau de conhecimento e confere condições de igualdade para qualquer um, independente do seu local de origem. Segundo o CEFR, existem seis níveis diferentes de domínio do inglês: A1, A2, B1, B2, C1 e C2.
A
O “A” refere-se aos níveis iniciais e básicos do idioma e significa que quem o domina consegue compreender e usar expressões familiares e cotidianas que satisfazem suas necessidades básicas. Aqui estão categorizados os alunos recentes, que são capazes de se comunicar em tarefas simples e rotinas que exijam apenas uma troca rápida e fácil de informações.
B
Já o “B” classifica um usuário com um pouco mais de conhecimento e entendimento da língua. O B1 é o nível intermediário, no qual a pessoa compreende as questões principais de assuntos que lhe são familiares e consegue reproduzir discursos simples e coerentes sobre os temas que conhece. E, a partir do B2, já vemos indivíduos mais independentes quanto ao uso do idioma, já que deve compreender desde ideias principais de textos mais complexos sobre tópicos concretos e abstratos, até discussões técnicas sobre sua área de especialidade. Além disso, a partir daí ele começa a conseguir se comunicar com espontaneidade com falantes nativos sem que haja uma tensão durante o diálogo.
C
Por fim, o “C” é o nível mais alto que se pode chegar. Ele simboliza o usuário proficiente e é o nível solicitado na maioria das vezes para quem pretende estudar ou trabalhar fora. O C1 significa a habilidade de compreender um vasto número de textos longos e exigentes e se comunicar de forma fluente e espontânea sem precisar pensar muito nas palavras, conseguir usar a língua de modo eficaz em quase todas as suas áreas de convivência. E o C2 é o nível de domínio pleno de inglês, em que o aluno compreende sem esforço algum praticamente tudo o que ouve ou lê e consegue também se comunicar espontaneamente e de modo fluente com exatidão.
Em que nível você está de acordo com o CEFR?
Para saber em que nível cada um está é necessário passar por um teste de proficiência internacional de inglês, que avaliam diretamente os conhecimentos na língua inglesa. Existem diferentes modelos de certificação (já falamos sobre isso aqui), mas algo em comum é que todas as habilidades (falar, escutar, ler e escrever) são testadas para compor o panorama de conhecimento de cada pessoa. E o bacana dessa história é que, mais do que conhecer em qual nível você está, os resultados gerados por meio da avaliação apontam o seu desempenho em cada uma.
Ou seja, ao checar a performance, é possível ter conhecimento sobre a habilidade mais forte de cada um, qual delas precisa ser mais trabalhada para alcançar melhores resultados e, a partir daí, encontrar caminhos personalizados para que cada um desenvolva aquilo que é mais deficitário em si, de maneira alinhada aos seus objetivos. E construir uma trajetória dentro desse contexto é primordial para acompanhar os avanços.
Por exemplo, imagine alguém que almeja ser aceito em uma universidade no exterior que exige certificação de nível C1 e que estuda a língua inglesa por cinco anos. Ele possivelmente é reconhecida por si e pelos seus pares como alguém que “fala inglês”. Entretanto, se nunca houve uma mensuração do seu desenvolvimento ao longo dos anos pode ser que ela ainda não tenha atingido o nível que será necessário para comprovar sua independência para as atividades acadêmicas. Isso porque, possivelmente há habilidades em que ela está melhor preparada do que em outras.
Já quando há o acompanhamento por meio dos parâmetros internacionais, quanto mais cedo as lacunas e as dificuldades são mapeadas, mais em tempo são trabalhadas e resolvidas. O que significa que se essa mesma pessoa utilizar a ferramenta dos exames internacionais para fazer essa construção, possivelmente mais cedo ela atingirá seus objetivos.
Então, para qual certificação se inscrever? Se você nunca olhou para o CEFR e não sabe qual é seu nível, aplicar no escuro para qualquer exame internacional pode não ser assertivo, já que a maioria é referente a um grau de conhecimento específico. A dica nesse sentido é escolher como ponto de partida um teste multinível, como o Linguaskill, por exemplo.
Trata-se de um teste online que mede onde o candidato se encontra dentro do Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas, e a partir daí devolve um relatório de desempenho que ajuda a implementar melhorias relacionadas aos pontos ainda pouco desenvolvidos. Com isso o plano de estudos fica mais evidente e o caminho para alcançar o nível desejado mais eficiente.
Sobre o Autor
Alberto Costa possui 30 anos de experiência no mercado de educação, tendo atuado como professor de inglês, examinador dos exames de Cambridge English Language Assessment, treinador de professores para as certificações CELTA, ICELT e DELTA. Além disso também esteve à frente de iniciativas de treinamento e formação continuada de professores de inglês e de consultoria acadêmica. Costa possui especialização em treinamento de professores (PRINSELT) do College of St. Mark & St. John em Plymouth, Reino Unido, e é certificado por Cambridge com o diploma Cambridge RSA for Overseas Teachers of English (DOTE). Atualmente ele ocupa a posição de Senior Assessment Manager de Cambridge English no Brasil.
- Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar