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Olimpíadas 2024: a história de Larissa Pimenta que conquistou a 2ª medalha olímpica do Brasil

Ela saiu do litoral paulista para deixar a sua marca nos tatames mundiais; saiba mais sobre as lições da atleta brasileira que participou da segunda olimpíada e conquistou a tão sonhada medalha olímpica

Larissa Pimenta, judoca olímpica: “Independente do talento e esforço, você tem que querer e nunca desistir. O esporte é sacrificante, mas vale a pena pela evolução pessoal e pelo orgulho de superar os desafios" (CBJ Judô / Redes sociais/Reprodução)

Larissa Pimenta, judoca olímpica: “Independente do talento e esforço, você tem que querer e nunca desistir. O esporte é sacrificante, mas vale a pena pela evolução pessoal e pelo orgulho de superar os desafios" (CBJ Judô / Redes sociais/Reprodução)

Publicado em 3 de agosto de 2024 às 06h00.

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A história de uma atleta olímpica transcende o esporte e oferece lições valiosas para qualquer carreira, é o caso da história da judoca Larissa Pimenta, marcada pela disciplina, resiliência e uma paixão inabalável pela luta.

Foram com essas qualidades que a brasileira, que começou a treinar judô com 8 anos, saiu do litoral paulista para tentar a vida de atleta na capital e neste ano deixa a sua marca no quadro de medalhas olímpicas do Brasil. “O judô foi uma virada de chave na minha vida”, diz a atleta.

É a segunda vez que Pimenta participa dos Jogos Olímpicos, mas é a primeira vez que a judoca volta para casa com a medalha. Na disputa com a italiana Odette Giuffrida na categoria até 52kg no último domingo, 28, Pimenta conquistou a medalha de bronze – a segunda do Brasil nas Olimpíadas de Paris e a 18º do Brasil na história do judô.

Como tudo começou...

A jornada de Pimenta no judô começou aos oito anos, em uma escola pública de São Vicente, litoral de São Paulo.

"Comecei o judô em uma escola pública por meio dos meus irmãos mais velhos que também praticavam o esporte. Aos 14 anos, fui contratada pelo Clube Pinheiros, e ali senti que estava me tornando uma atleta de alto rendimento", afirma.

A judoca conta com o suporte do Clube Pinheiros e da Marinha do Brasil. "Mais do que valores financeiros, é um orgulho fazer parte das Forças Armadas, que sempre me inspiraram", afirma.

A superação das lesões e da saudade

Na trajetória de muitos atletas um dos maiores desafios são as lesões – e no caso de Pimenta não foi diferente. O maior obstáculo da judoca foi uma séria lesão no joelho, que quase a fez desistir.

"Foi o período mais difícil da minha vida. Foi um acidente durante um treinamento de campo na Espanha, um dia antes do meu aniversário. Tive dificuldades em aceitar minhas vulnerabilidades, mas com o apoio dos profissionais do clube, especialmente do fisioterapeuta Milton, consegui superar. Hoje, me orgulho muito de mim mesma por não ter desistido", afirma.

Entre as competições que mais marcaram Pimenta ela lembra dos Jogos Pan-Americanos, realizados em Lima, no Peru em 2019, e em Santiago, no Chile em 2023.

“Foi uma competição bem especial para mim. Acredito que foi a primeira vez que eu fui televisionada e me ver na TV era um dos sonhos da minha avó, antes dela falecer, e isso me lembrava muito ela”, diz Pimenta emocionada.

Outra competição que marcou a carreira da judoca foi as Olimpíadas de Tóquio em 2020. “Foi uma competição muito marcante para mim, pela vivência, pela experiência, pelas sensações que eu tive lá, afinal, é o país de tradição do judô”, diz Pimenta que afirma que entregou o seu melhor com as condições que ela tinha. “Nessa Olimpíada estava mais consciente e experiente”.

As lições do judô

Os valores adquiridos no judô foram muito além da autodefesa. Pimenta afirma que com o esporte aprendeu a ter disciplina, a respeitar hierarquia e ter compaixão e respeito – comportamentos essenciais que ela aplica em sua vida pessoal e profissional.

"Nunca precisei usar o judô para autodefesa na prática. Mas os valores que aprendi, uso até hoje tanto no esporte quanto na vida pessoal", afirma a judoca, que há 11 anos treina no clube paulista, enquanto a família mora no litoral.

Inspirada por diversas figuras no judô, como seu técnico Leandro Guilheiro e a técnica da seleção Sara Menezes, ela oferece conselhos valiosos para jovens atletas e profissionais:

"A chama tem que vir de dentro. Independente do talento e esforço, você tem que querer e nunca desistir. O esporte é sacrificante, mas vale a pena pela evolução pessoal e pelo orgulho de superar os desafios".

A representatividade feminina nas Olimpíadas de Paris

A presença crescente de mulheres no esporte reflete uma luta contínua por igualdade e reconhecimento, mas neste ano os Jogos Olímpicos alcançaram um marco especial. Dos 10,5 mil atletas participantes da Olimpíada de Paris 2024, foram 5,25 mil homens e 5,25 mil mulheres, maior participação feminina em 100 anos.

"É muito gratificante estar entre as mulheres que compõem 50% dos atletas olímpicos. Sempre acreditei no potencial da mulher, e estar nesse espaço é um grande orgulho", afirma Pimenta.

Além de Larissa Pimenta, o Brasil conquistou mais medalhas olímpicas por meio do judô: William Lima conquistou a medalha de prata, a primeira medalha olímpica do Brasil em Paris, e Beatriz Souza conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil das Olimpíadas deste ano.

Neste sábado, os atletas de judô voltam ao tatame para disputar por equipes.

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