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O termo “presidenta” está mesmo errado gramaticalmente?

Ministra Cármen Lúcia não quer ser chamada de presidenta porque "é uma uma amante da língua portuguesa". Ela tem razão?


	A ministra do STF Cármen Lúcia: ela prefere o termo presidente para mulheres
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A ministra do STF Cármen Lúcia: ela prefere o termo presidente para mulheres (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 11 de agosto de 2016 às 17h56.

São Paulo – Eleita para o comando do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia deixou claro que prefere ser chamada de presidente e não de presidenta. Justificou a escolha pelo termo porque  “foi uma estudante, hoje é presidente e também uma amante da língua portuguesa”.

Com isso surge novamente a dúvida polêmica: presidenta está mesmo errado gramaticalmente? “Presidenta, segundo o ‘Aurélio’, é ‘mulher que preside’, distinta de presidente, que é 'pessoa que preside' ou ‘o presidente da República’”, diz o professor Reinaldo Passadori, presidente e CEO do Instituto Passadori.

Ou seja, o termo presidenta pode causar estranheza, mas não está incorreto. Estranheza essa porque a regra em português estabelece que palavras com os sufixos -ente, -ante e -inte são neutras, ou seja, não têm gênero, e podem ser usadas no masculino e no feminino, o que fez com o uso de presidente para mulheres fosse  sempre o mais frequente.

“Podemos dizer que presidenta foi uma apropriação da língua como forma de enaltecer a presença feminina na política, já que estes cargos normalmente são ocupados comumente por homens”, diz Passadori.

Sendo assim, é possível optar tanto por presidente como por presidenta sem fazer desfeita para língua portuguesa.

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