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O que significa “liderança controle remoto” e por que ela é péssima

Sofia Esteves, da Cia. Talentos, explica por que a necessidade de controle é inimiga da boa liderança

(foto/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2019 às 12h00.

Última atualização em 11 de novembro de 2019 às 13h31.

De acordo com o dicionário, controle é um substantivo masculino, que tem como ação controlar, possuir domínio sobre algo ou alguém. Crescemos acreditando que um bom líder é aquele que está no controle de tudo e de todos. Será que esse modelo ainda funciona?

A Pesquisa Carreira de Sonhos 2019, realizada pela Cia de Talentos, com mais de 90 mil estudantes, gestores e lideranças brasileiras revelou que os profissionais atualmente estão em busca de liberdade e autonomia.

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De acordo com o relatório, as pessoas querem empregos que se ajustem ao seu estilo de vida, que ofereçam oportunidades de crescimento e as conectem verdadeiramente a um significado e propósito.

As empresas não estão conseguindo atender esta demanda. O motivo? Frequentemente subestimam a profundidade das mudanças necessárias para atender estas expectativas e fazem apenas mudanças incrementais, quando na verdade se faz necessário uma redefinição de cultura.

Uma dessas importantes mudanças é a forma como acreditamos poder controlar as pessoas. É comum conhecer líderes e gestores com a mentalidade de liderança controle remoto.

Esse perfil acredita que apenas apertando um botão de comando, se valendo do medo do colaborador perder seu emprego e da hierarquia corporativa, todos farão o que ele pede e na hora que ele indicar

O controlador pode se apresentar de diferentes formas. O tipo mais conhecido é aquele que ameaça, grita e impõe suas vontades em nome do cargo que ocupa. Se você se chocou com essa informação, que bom! Mas saiba que existem milhares de líderes que, ainda, atuam assim.

Há também o perfil controlador sutil, que age por meio da manipulação cordial, vendo seus colaboradores apenas como peças de um jogo. Porém, o cenário mudou.

Não só a pesquisa Carreira dos Sonhos 2019 constata as novas necessidades das pessoas, como também o intenso crescimento de casos de ansiedade e depressão entre os colaboradores de todo o mundo.

Talvez você esteja se questionando se eu enlouqueci. Afinal, uma liderança sem controle não é liderança, não é mesmo? Que tal se eu propuser apenas uma mudança de foco?

Em vez de controlar, que tal focar a organização? Tudo precisa de ordem para funcionar bem, isso é claro! Um bom líder é organizado e mantém sua equipe consciente e atenta às demandas necessárias para o bom andamento da corporação.

Dentro de uma organização eficiente, há quem possa substituir um colaborador que precisa ir ao médico ou esteja passando por um dia ruim e precisa respirar. O controle não se importa com as pessoas, a organização as protege.

 

O controle é um grande ladrão de energia produtiva. Ele é perfeccionista e apegado à formas e padrões. O controle não se adapta, não se flexibiliza e tudo que é rígido demais ou acaba quebrando ou ferindo alguém.

Além de que, o controle retira o poder de autonomia e criatividade. O controlador acredita que só ele sabe como e o que deve ser feito, impedindo os talentos da sua corporação de mostrarem suas capacidades.

Reveja a sua liderança, tanto de equipe, como a sua, consigo mesmo. Disciplina, ordem, responsabilidade e comprometimento são valores essenciais para uma carreira e vida maduras. Mas o controle não faz parte disso.

O mercado está em constante mudança e a vida nos surpreende a todo o momento. O que agora é, amanhã pode não ser mais, inclusive estar vivo. Logo, que tal soltar um pouco as amarras, respirar fundo e se reorganizar novamente?

Bom trabalho!

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