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O que está por trás da onda de demissões em massa no Brasil?

Em meio ao inverno das startups, veja quais áreas têm sido impactadas e qual demonstra grande potencial de crescimento neste ano

Demissão: o início de 2023 foi marcado por uma sequência inédita de demissões em massa (Pattanaphong Khuankaew / EyeEm/Getty Images)
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Future Dojo - Conteúdo Promocional

Publicado em 28 de abril de 2023 às 13h52.

Última atualização em 28 de abril de 2023 às 15h15.

Um sentimento generalizado de insegurança paira pelo mercado da tecnologia. Desde startups até grandes corporações, uma expressão do inglês vem ganhando força nos corredores das empresas: ‘ layoff’. Esse é o termo utilizado para descrever uma demissão em massa — quando uma empresa suspende ou encerra o contrato de vários colaboradores ao mesmo tempo.

O início de 2023 foi marcado por uma sequência inédita de demissões em massa. Só nos últimos dois meses, mais de 30 desligamentos coletivos foram registrados no portal Layoffs Brasil. E a cada semana pelo menos uma nova rodada de demissões é anunciada, enquanto profissionais do setor temem pela próxima vítima.

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No exterior, grandes players como Google, Microsoft e Amazon também têm vivenciado experiências semelhantes. Seria isso um sinal claro de uma extinção em massa iminente ou apenas um movimento cíclico de readequação do mercado a uma nova realidade?

As raízes do movimento

A onda de layoffs é um fenômeno global. Para compreender suas causas é necessário retornar ao ano de 2009, no período logo após o colapso econômico de 2008. A crise dos subprime foi um poderoso abalo sísmico em todo o sistema financeiro global e levou as instituições financeiras a reavaliar seu papel na dinâmica do mercado.

Para o governo americano, o caminho foi injetar dinheiro para resgatar os players que eram grandes demais para quebrar, como o JPMorgan e o AIG. Ao mesmo tempo, mobilizou uma série de iniciativas para reaquecer a economia e combater a recessão.

Seguindo o exemplo americano, outros bancos centrais convergiram em direção a políticas monetárias mais flexíveis, reduzindo as taxas de juro a patamares historicamente baixos. Com a queda dos custos de capital e o acesso facilitado ao crédito, o apetite dos investidores aumentou consideravelmente.

Não por acaso, o período entre 2019 e 2019 foi de prosperidade para as empresas digitais e os unicórnios. O fácil acesso a financiamento ajudou companhias como a Apple e a Meta (antigo Facebook) a expandir suas operações e criar novas linhas de receita.

Esse cenário de grande liquidez e abundância de capital mudou drasticamente em 2020, com a chegada da pandemia de covid-19. A insegurança trazida pela situação de calamidade pública causou uma escassez repentina de fontes de crédito e financiamento, afetando cadeias produtivas de todos os setores e deixando empreendedores desamparados.

Paralelamente, fatores externos como a guerra na Ucrânia e dificuldades na distribuição global de alimentos contribuíram para o aumento desenfreado dos preços de insumos básicos. Em resposta à pressão inflacionária, as autoridades monetárias dos governos se viram forçadas a aumentar as taxas de juro para conter o nível de preços.

Em maio de 2022 o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA, anunciou a primeira alta nas taxas de juro, desencadeando uma série de eventos que hoje resultam nos layoffs presenciados ao redor do mundo.

O aumento das taxas de juro: o "novo normal"

-(Future Dojo/Divulgação)

A inflação americana está hoje nos patamares mais elevados das últimas décadas. A tendência é que o Fed continue sucessivamente aumentando sua taxa de juro em resposta à inflação, apontando para uma recessão e desestimulando cada vez mais os investimentos.

Mas o que a taxa de juro dos Estados Unidos tem a ver com os layoffs no Brasil? A resposta está na integração das cadeias produtivas e do sistema financeiro internacional.

Primeiramente, porque o aumento das taxas de juro resultam imediatamente no aumento dos custos com capital, o que torna mais arriscado o ato de investir. Os investidores, por sua vez, realocam seus recursos para investimentos considerados menos arriscados e mais rentáveis.

Em segundo lugar, investir em países emergentes como o Brasil já é arriscado por essência, o que por si só já afasta muitos investidores de perfil mais conservador. Aumentos na taxa de juro americana fazem com que os investimentos nesses países sejam sistematicamente redirecionados a outros destinos.

Por outro lado, existe um grande volume de empréstimos feitos em dólares no Brasil e em todo o mundo. Devido a isso, qualquer pequena flutuação na taxa de juros americana tem potencial para afetar profundamente o fluxo mundial de capitais.

No final, a combinação de todos esses fatores estabelece um círculo vicioso: a inflação aumenta, as taxas de juro sobem, a economia desacelera e o fantasma do desemprego volta a assombrar os profissionais.

-(Future Dojo/Divulgação)

Do aumento das taxas de juro aos primeiros layoffs

O cenário de escassez de capital e dificuldade de acesso ao crédito exigiu que as corporações redesenhassem sua estrutura operacional para refletir o novo panorama de investimentos no Brasil e no mundo.

As primeiras demissões em massa transmitiram ao mercado a mensagem de que é possível preservar a eficiência operacional com menos recursos. Isso criou uma pressão para que todas as empresas passassem a operar com estruturas mais enxutas. Esse fenômeno ficou conhecido como ‘inverno das startups’.

Estratégias ambiciosas de expansão, caracterizadas pela abertura de novas vagas e investimento pesado em pessoal, foram substituídas por reduções no quadro de funcionários visando a otimização de custos. Especialmente em um cenário em que os salários dos profissionais também estão inflados.

Tudo isso serviu para readequar os modelos de negócios a uma nova realidade em que a captação de recursos se tornou muito mais complexa e diligente. Em outros termos, a taxa de crescimento perdeu o protagonismo para a margem operacional e isso gerou um efeito dominó.

Hoje, as demissões em massa estão ocorrendo em diversos segmentos da economia, partido das startups e segmentos mais tecnológicos, e chegando a áreas mais tradicionais como o próprio varejo. Internamente, os departamentos mais afetados têm sido o de Marketing, Produto, TI, Design, Experiência do Cliente e Vendas.

Inovação: a área que segue crescendo apesar do inverno das startups

Há um debate em andamento sobre a verdadeira natureza da onda de layoffs. Não é possível afirmar com certeza se trata-se de uma movimentação cíclica do mercado ou se essa é a nova configuração padrão para startups e empresas da tecnologia — menos pessoas e mais eficiência. O tempo vai revelar se essa tendência veio para ficar.

O fato é que existe uma área que segue em alta na contramão do clima pessimista do mercado: a inovação corporativa. Frente ao desafio da renovação para a sobrevivência, a figura do profissional de inovação vem ganhando tração em empresas de todos os portes e segmentos.

O "Innovation Survey", pesquisa conduzida pela consultoria ACE Cortex, apontou que 80% das empresas entrevistadas de médio e grande porte possuem planos para investir em inovação ainda no primeiro semestre de 2023. Isso significa que mesmo com o cenário econômico nebuloso, a inovação mais do que nunca se tornou uma pauta prioritária.

Por outro lado, a pesquisa também indica que somente 36% das empresas entrevistadas consideram ter a estrutura necessária para atingir seus objetivos com inovação. Esse número demonstra que há uma crescente conscientização acerca da importância da inovação e uma urgência no sentido de criar as bases necessárias para inovar.

O que tem sido observado é que as corporações que já possuíam estruturas de inovação estão dispostas a investir para ampliá-las, enquanto aquelas que não têm, estão à procura de profissionais competentes para construir essas estruturas do zero.

A área de inovação recebe profissionais de diversas áreas e formações diferentes, desde cursos mais tradicionais como a engenharia, até cursos mais criativos como o marketing. O que todas essas pessoas têm em comum são os seis pilares centrais que todos os profissionais de inovação compartilham:

-(Future Dojo/Divulgação)

Como começar nessa área? Diferente das profissões tradicionais, os caminhos para chegar lá não são tão óbvios. Mas quem consegue transformar esse interesse em uma carreira é muito bem recompensado pelo mercado, desde de o início.

Se você é apaixonado por inovação e quer atuar com projetos de impacto, há boas notícias para você. A Future Dojo, braço educacional da ACE, uma das maiores referências em inovação no Brasil, vai fazer uma live ensinando os 6 passos para construir uma carreira de sucesso na linha de frente da transformação digital.

Quero ingressar na área que mais vai crescer em 2023

*Este conteúdo é produzido e apresentado por Future Dojo

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